Almas honestas ainda existem

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Olá pessoal, como vocês estão? Depois que minha amiga disse que só faço vocês sofrerem com MS (não concordo com isso), eu decidi colocar em prática um projeto Avalance que estava arquivado. Inicialmente era para ser apenas uma one, mas me empolguei e teremos uma short confort fic, espero que vocês gostem ;)

Atenção: nesse capítulo há uma cena com insinuação de abuso sexual, se você não se sentir bem lendo isso pule a parte do baile de formatura


A vida de Ava Sharpe nunca foi fácil.

Abandonada pelos pais logo após seu nascimento, a menina passou a infância e adolescência pulando de lar em lar adotivo. As pessoas tinham dificuldade para entender sua mente introspectiva, Ava não era de falar muito e passava a maior parte do tempo presa em seus próprios pensamentos, a única forma que ela encontrou para se expressar foi a escrita.

Ava não tinha coragem de mostrar seus textos para nenhum monitor ou qualquer outra criança que vivia com ela no abrigo educacional, ninguém a levava a sério e a garota constantemente era vítima de bullying. Tudo piorou quando, em uma palestra sobre profissões que eles tiveram no segundo ano do colegial, Ava respondeu à pergunta do palestrante dizendo que gostaria de se tornar uma escritora profissional.

— Isso nem é uma profissão de verdade! — Um garoto argumentou em tom de zombaria enquanto todos saíam da sala de aula, ele puxou Ava pela manga do casaco e a empurrou para que caísse no chão ao lado de uma lata de lixo. — Sharpe, você sempre será uma fracassada, é por isso que ninguém quis te adotar mesmo você tendo o perfil que os pais procuram.

Ava ficou encolhida ali ouvindo o riso dos colegas e esperou que todos fossem embora, ela só se permitiu chorar quando já estava deitada em sua cama, pronta para dormir. Não era culpa de Ava se os adultos não a entendiam, sempre tentou agradar qualquer família que se interessasse por ela, mas de nada adiantou. No final acabava sendo devolvida depois de alguns meses.

Foi no Natal desse mesmo ano que ela conheceu a família Drake, o casal e sua única filha foram até o abrigo onde Ava vivia para fazerem trabalho comunitário, a loira acabou esbarrando em Dinah quando levava para o quarto alguns textos que tinha acabado de imprimir na biblioteca. Resmungou diversos pedidos de desculpas enquanto tentava juntar todas aquelas folhas espalhadas pelo chão, temia ter irritado a filha de algum patrocinador do abrigo, mas a morena logo a tranquilizou.

— Ei, não precisa ficar nervosa, foi só um esbarrão. — Garantiu com um sorriso sincero no rosto e ajudou a outra garota a recolher as folhas, com isso acabou lendo uma frase ou outra. — Esses textos são seus?

— São... Eu escrevo apenas como passatempo, sei que não sou boa nisso nem nada...

— Está brincando? Eu só li algumas frases e já estou louca para ler todo o resto! — Ava sentiu as bochechas corarem, nunca tinha recebido um elogio antes. — Já pensou em publicar algum deles?

— Não. Na verdade, você é a primeira pessoa a ler alguma coisa que eu escrevo, ninguém aqui liga muito para isso.

— Pois então são todos idiotas, porque você é muito talentosa e tenho certeza de que se esforça muito para escrever tão bem. Olha, a minha escola está promovendo um concurso de contos e qualquer pessoa pode enviar um texto, os resultados saem depois das férias de final de ano pela internet mesmo. O primeiro lugar ganha cinquenta dólares.

— Você acha que eu... Deveria participar?

— Acho sim, você tem grandes chances de vencer. — Dinah deu um tapa na própria testa ao perceber que não tinha se apresentado. — Desculpa a minha falta de educação, o meu nome é Dinah Drake, e o seu?

A Vizinha do Apartamento 202Onde histórias criam vida. Descubra agora