Caminhamos por alguns dias até chegarmos num lugar de chão duro, Dororo estava reclamando do cheio e se irritava por eu não falar. Cheiro, essa era outra sensação que eu não tinha, eu não tinha a mínima idéia do que seria isso, mas pelo que Dororo estava falando, parecia não ser muito bom sentir cheiros. Dororo insistia para que eu praticasse falar e agradeci perceber chamas ao longe que me chamaram a atenção e fez com que Dororo esquecesse disso.
- Puxa, é um cortejo de casamento. – disse Dororo. Mas tem alguma coisa errada.
Ouvi um som, era uma outra pequena chama, outra criança talvez, querendo atirar algo nas demais pessoas, mas não conseguiu.- Aí pára com isso.
- Saia da frente – a voz era de uma criança outro menino.
- Não vou deixar que você atire uma flecha contra uma noiva qual o seu problema?
- Noiva? Hahaha não, ela é a minha irmã e a estão levando para um sacrifício, vão dar ela para o Bakemono. Agora sai da minha frente.
- Calminha aí, explique melhor- disse Dororo.E assim o garoto fez, mostrou algo e explicou ser uma nuvem negra que matavam as pessoas e que só iria embora em troca de um sacrifício. A criança disse se chamar Saru.
Fomos até o local onde o mostro iria aparecer, a criança ajudou a soltar a irmã dele, eu apenas esperei pelo monstro.Senti algo se aproximando e me preparei, eu não esperava pelo que estava por vir, pela primeira vez na vida me senti completamente cego, eu não conseguia saber onde o monstro estava, fiquei cercado num mar de ondas demoníacas vermelhas e não enxergava a aura do monstro. Ele acabou pegando a mulher fugiu.
Fomos para a casa da criança que ficava numa pequena caverna.
Me senti mal por não ter conseguido fazer nada por aquela moça que perdeu a vida sendo engolida pelo monstro.Resolvi que não iria desistir, eu precisava usar aquilo que ganhei, a capacidade de ouvir, já que eu não podia contar com a minha visão das chamas, passei o dia praticando com pequenas pedras, eu as jogava e ouvia o som de suas batidas, aprendi a me guiar por esses sons, foi quando de noite eu ouvi o choro do pequeno chamando por sua irmã enquanto estava deitado, aquilo me fez sentir que eu precisava acabar com aquele monstro, Dororo e Saru tiveram uma idéia que poderia dar certo, peguei um arco e algumas flechas eu também tentaria executar o meu plano caso o deles desse errado.
Infelizmente não deu certo o que elas tentaram e o monstro se reergueu, atirei logo as flechas e o localizei pelo barulho, o acertei e ele caiu, mas não foi o suficiente e não consegui mais ve-lo. Eu estava completamente cego não sabia em qual direção atacar.
Dororo fez algo que quase me enlouqueceu, gritou que estava na cabeça do monstro e que era para eu seguir o som da voz dele, isso me deixou desnorteado, criança maluca, como tinha coragem, Dororo poderia morrer e isso me deixou em desespero. Me forcei a ouvia a sua voz, usando de toda a minha vontade para ampliar os sons dentro da minha cabeça, ignorei a repulsa que eles ele causaram, eu só queria localizar a voz de Dororo, mas ela se calou, o que aconteceu com Dororo? tentei chama-lo, mas as palavras não saiam, eu apenas gritava na esperança de ele me responder, fui contra o mostro e continuei gritando, finalmente ouvi a voz de Dororo que me guiou, eu consegui acertar o monstro que me engoliu, mas eu o cortei de dentro para fora, a chama dele se extinguiu, consegui acabar com o demônio e do alto caímos na água.O pequeno Saru encontrou a sua irmã que ainda estava viva, fiquei feliz por eles.
Uma dor invadiu a minha face, e senti algo horrível que invadiu os meus pulmões, meu nariz, consegui recupera-lo, a sensação de início foi muito ruim. Era essa a sensação de cheiro, era isso que Dororo tanto reclamava? Levei a mão ao nariz, era horrível, não queria sentir aquilo.O pequeno Saru e sua irmã vieram nos agradecer, ela deu algo a Dororo, era algo que cheirava bem.
- Hyanikin essa sensação se chama olfato, e as coisas possuem cheiros.
Devolvi a flor para Dororo e sem perceber eu disse o seu nome.
Dororo ficou tão feliz que me fez querer aprender a falar mais. Não era mais tão ruim ouvir a minha própria voz. Eu queria aprender mais e mais com tudo que eu recuperava, era bom poder sentir cheiros, cheiro de comidas, cheiros de flores, meu próprio cheiro e o cheiro de Dororo, as vezes nossos cheiros não eram bons, eu sabia que neste momento era hora de nos lavarmos.
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Hyakkimaru e Dororo.- Narrado por Hyakkimaru.
FanfictionEsta é uma aventura do Anime Dororo narrada pelo próprio Hyakkimaru. O modo simples de se expressar quando ele vivia fechado em seu mundo silencioso, como ele sem saber falar, sem poder ouvir, ou ver conseguia organizar seus pensamentos sobre o qu...