Entre o Caos - Livro Um

Prólogo

Hermione

Depois do torneio tribruxo, resolvi passar o início das férias com meus pais e depois ir para A'Toca aproveitar o restante.

Passei a primeira semana passeando com minha mãe pelas lojas e conversando com meu pai. Porém, naquele dia, iriam sair e eu não tinha nada para fazer em casa. Como queria desapegar um pouco da magia resolvi ir a uma livraria trouxa que ficava perto de casa. Botei um vestido solto, prendi o cabelo num coque desajeitado, porque querendo ou não, cabelo cacheado não é fácil de lidar e por fim coloquei meus tênis já que resolvi caminhar. 

Não queria comprar livro algum, só passar algumas horas longe da loucura do mundo mágico. A angústia em mim em saber que um dos meus melhores amigos estavam no alvo de um assassino psicótico era realmente alta e sempre que pensava nisso meu peito doía. Mesmo assim aproveitei as férias e tirei umas semanas para mim. 

[...]

Nem lembrava que a livraria era um ambiente enorme e com conceito aberto. A fachada do prédio era num tom escuro já desbotado com o tempo. No centro da entrada se encontrava duas portas vermelhas abertas. Ao entrar me dei conta do quanto eu sentia falta daquela livraria, já que pai me trazia aqui sempre que eu estava entediada. O que, mais tarde, resultou na enorme estante de livros em meu quarto.

Do lado direito tinha os lançamentos, do lado esquerdo o sebo, com livros usados de todos os gêneros possíveis. O sebo, me fazia pensar que um dia o livro pertenceu a uma família ou a alguém e que possui uma história por trás da sua própria história. Na maioria das vezes não compensava comprar livros usados por estarem quase o mesmo preço que os novos, ainda sim, meu amor por aquela parte nunca sumiu. 

Comecei meu caminho pelos lançamentos, já que meu plano era verificar cada estante e cada livro em busca de novos conhecimentos, e assim, tomar nota de todos os livros que eu voltaria para buscar depois de ler os livros da escola e adiantar a matéria.

Draco

Minha casa virou um verdadeiro inferno com a volta do Lorde das Trevas, e agora com a fuga da minha querida tia Bellatrix.

Passava o dia trancado no quarto. Como estava de férias não tinha outra opção senão ficar na mansão, porém, quanto mais trancado, sem vontade de sair e dar de cara com qualquer comensal no corredor, mais aflito e ansioso eu estava. Por essa razão resolvi que iria sair independente do estado de espírito dos meus pais naquele dia. Não entendi o porque, mas sabia que se ficasse preso mais um dia seria capaz de surtar.

Deitado na minha cama, fiquei pensando em como o Trio de Ouro estava passando as férias, bobagem! Eu nunca iria me preocupar com o bem estar do testa rachada e do cara de cenoura, muito menos da Sangue-ruim. Não os odiava, mas também não sabia como reagir a amizade dos três.

Estava ciente do lado que escolheram para mim nessa guerra,e mesmo assim não tinha forças para mudar algo. Minha única opção talvez, era esperar alguém lançar uma maldição da morte sobre mim. Fui criado para não demonstrar sentimentos, como um bom Sonserino, no entanto, sabia que no fundo o que eu mais queria era ser um bruxo normal e não ter de baixar a cabeça para qualquer escolha, seja de meu pai ou do próprio Voldemort.

Cansado e com uma certa dor de cabeça, acabei pegando um paletó qualquer preto pendurado e aparatei. 

[...]

Parei em um beco de uma rua que não conhecia, mas tinha certeza que era na parte trouxa de Londres. Sai caminhando pela rua e parei na frente de uma livraria de esquina. Não tinha dinheiro trouxa, mas não custava dar uma olhada nos livros. Uma distração pra não pensar em como estavam as coisas em casa naquele momento era de grande ajuda.