10- Cruz

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Dan

Era uma manhã de um sábado, acordo cedo, faço minhas higienes e desço pra tomar um café. A casa estava silenciosa e aquilo era tão bom para mim. Após fazer um café, vou para um balanço grande de madeira que ficava na varanda, o nascer do sol estava lindo.

Fazer tudo isso era meio que um ritual de tortura para mim, sabia que era o dia do meu aniversário e assim como as outras datas comemorativas, esse dia lembrava a minha mãe, e ficar na frente da casa me lembra do dia que ela nos deixou aqui. A Ana era muito pequena pra lembrar dela, e ainda bem, não quero que ela lembre do rosto que nos abandonou.

Estava perdida nos meus pensamentos, como de costume, até escutar a porta abrir e meu avô sair.

— Sabia que estaria aqui. - meu avô diz sentando ao meu lado.

— É... e já deve saber o motivo. - digo cabisbaixa.

— Hija... não deve se prender ao passado, você está aqui agora, e é nisso que você deve pensar. - ele diz gentil. — Quero te dar algo. - diz tirando uma caixinha do bolso.

— Eu não quero presente e o senhor sabe disso - digo o olhando.

— Eu sei.. mas esse era algo que eu já iria te dar, então só estou aproveitando uma data comemorativa pra isso. - ele sorri.

Ele me entrega uma caixinha preta, dentro dela havia um cordão, era de uma cruz, e parecia famíliar.

— Esse não é o seu cordão? - pergunto o observando em minha mão.

Percebi que era o mesmo cordão que ele sempre andava no pescoço, nunca o vi sem. Ele tinha uma tatuagem no braço do mesmo símbolo que tinha como pingente, uma cruz grande.

— Pelo visto percebeu, esse cordão foi do meu pai, quero que fique com ele. - ele diz sinalizando para que eu o colocasse. — A chave da família sempre foi uma cruz, não esquece disso - ele diz me olhando. Não entendi muito, mas assenti mesmo assim, sempre presto atenção no que ele diz, as vezes o que ele diz, só vem fazer sentido depois.

— Obrigada! - digo o abraçando.

— Bom... vamos nos animar, preciso que saia de casa depois, para que tudo esteja pronto quando chegar. - ele diz se levantando. — Aliás, parabéns mi guerreira.

Todos já estavam na mesa para a refeição, com exceção da Ana, que sempre chegava depois.

— Parabéns Dan. - Ana diz me dando um beijo na bochecha e sentando a mesa.

É um dos poucos dias que a Ana fica gentil comigo, quando é meu aniversário ou, se não, quando quer algo.

— Obrigada! - digo sorrindo.

— Não sabia que completava ano hoje. - meu tio diz. — Parabéns!

Como ele não sabia? Ana falou disso a semana inteira, e principalmente nos cafés da manhã, agora sei que ele não presta atenção em nada que dizemos.

— Obrigada! - agradeço e tento sorrir.

— O que vai fazer durante o dia? - Ana me pergunta.

— Não sei ainda - digo.

— Meus amigos me chamaram para uma piscina comunitária, você pode vir e chamar o Javier. - ela diz me fazendo encara-la. — Tá bom, chama a Mônica também - diz revirando os olhos.

— Vou ver. - digo terminando de comer.

A idéia da Ana não era tão ruim, além do mais, tenho que sair de casa, então juntei o útil ao agradável. Mandei mensagem para a Mônica e o Javier, ambos toparam na hora, coloquei um biquíni branco, uma camisa larga e fui até o quarto da Ana para chama-la, pelo incrível que pareça ela já estava pronta.

Ao chegar na piscina comunitária, encontramos Monsie, Jasmine, Ruby e Jamal. Pelo o que eu escutei, Cesar ainda iria chegar. Estava deitada em uma das cadeiras tomando um banho de sol com a Mônica, ela estava do meu lado direito, também deitada. Depois de alguns minutos, uma sombra me cobre, ao abrir os olhos, vejo que era o Oscar.

— Olha quem eu encontrei. - ele diz sentando ao meu lado.

— Não sabia que curtia piscina. - digo sentando e me cobrindo com a camisa.

— Vim com o Cesar, as coisas andam perigosas, então não quis deixar ele só. - Oscar diz.

— Porque não falou que viria? - Mônica diz levantando e sentando ao lado do Oscar. Deve ter escutado a voz dele.

— Foi de última hora. - ele diz levantando. — Vou para piscina. - ele diz tirando a camisa e entrando na piscina.

Não pude deixar de olhar o seu corpo, discretamente, claro.

— Amiga, acho que vou pra piscina também. - ela diz acompanhando Oscar com o olhar enquanto falava.

A Mônica entra na piscina, provavelmente foi atrás do Oscar, como eu sei disso? Bom, ele parecia literalmente estar FUGINDO dela, e não foi só eu que percebi isso, Javier também percebeu.



Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora