𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑊𝑖𝑡ℎ 𝑀𝑒 | CONCLUÍDA

54

Ao tocar a campainha, com as mãos trêmulas, não consigo olhar pra trás em direção ao carro que o Harry está. Combinamos de que ele só vai vir com algum sinal da minha parte e que esperaria o tempo que for.

Uma sensação agonizante cresce pelo meu corpo quando ouço o barulho de alguém se aproximando para abrir pra mim.

Minha mãe.

— Kathe!? — diz nitidamente surpresa, colocando as mãos sob a boca. Meus olhos enchem de lágrimas no mesmo instante. — minha filha, não acredito que está aqui? É você mesmo? Meu Deus, entre minha princesa. — dizia tocando meu rosto como maneira de ter certeza que estava a sua frente e meu choro só aumenta. — estou sem acreditar!

Ela me puxa para dentro e para no meio da sala para me abraçar. Um abraço forte e aconchegante.

Mamãe me acompanha no choro e volta me olhar segurando meu rosto.

— Por que veio? Por que não avisou, meu amor? Está tudo bem?

Enxugo minhas lágrimas, tentando controlar a emoção para conseguir falar normalmente.

— E-estou b-bem... Eu estou de férias e... Desculpa não avisar, nem eu sabia que viria pra cá. Mas estava morrendo de saudades! — volto a chorar. Ai Katherine, por que tão chorona? — cadê a Kézia?

— Ela deu uma saída, já já está em casa.

Conversamos por algum tempo após fazer café para nós, reparei que mesmo que algumas coisas estejam diferente, nada mudou muito em casa.

Falei como as coisas iam em Londres, como estava indo a terapia e falei do meu namoro com o Harry. Fiquei muito apreensiva com o que minha mãe poderia dizer em namorar alguém conhecido.

— E o Luccas? — pergunta também apreensiva com sua xícara na mão.

— Está sendo complicado, ele e o Harry brigaram, foi o motivo de saírem nos sites que estamos juntos.

— Filha, namorar alguém conhecido assim é complicado, você sabe né?

— Sei... Mas o Harry é tão protetor. Se esforça o máximo para me sentir segura e é compreensível.

— E ele não veio com você?

— Sim, foi ele que aprontou toda essa coisa de me trazer pro Brasil sem eu ter a mínima ideia!

— Hum... — faz sua cara sapeca, sugestiva. — e por que não trouxe ele? Rauri? — tenta dizer seu nome.

— Não mãe, é Harry. H-a-r-r-y. — digo rindo da dificuldade e soletro seu nome.

— Harry... — repete. Antes de prosseguir com sua fala, ouvimos barulho da porta se abrindo e fechando em seguida, minha mãe sorri e eu já imagino quem seja.

— Mãe, comprei uns... — Kézia chega com sacolas na mão, mas paralisa quando percebe minha presença. — puta que pariu, Kathe?!

— Olha a boca, menina! — minha mãe adverte.

— Irmã! — sorri, totalmente surpresa e eu com meus olhos já cheios, avançando uma na outra para nos abraçar.

— Minha caçula. — digo sentindo seu aroma. — que saudades!

Ela se afasta segurando minhas mãos para me olhar por completo e faço o mesmo com ela.

Kézia tinha crescido e se transformado em um mulherão.

— Você está tão linda, Kathe. — diz após me admirar.

— Digo o mesmo, parece até que você que é a mais velha.