22 - A Revolta do Príncipe e a Fumaça

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Ana, Trimble e Cízar estavam ao lado de Ivar e Héctor, a caminho da Corte de Triwland do Norte. Héctor sentia-se desesperado, estava a ponto de perder Lory, não entendia o que se passava na cabeça de seu tio, mas seu pai que estava se recuperando do envenenamento, prometeu não agir precipitadamente, apesar de toda a sua raiva com a situação.

Quando o jovem príncipe recebeu a coruja mensageira de Virgínia, quebrou todas as coisas que apareceram em seu caminho, deixando sua mãe assustada, já que seu filho sempre fora uma pessoa tranquila e estava esperançosa na relação de Lory com seu filho, quando Héctor lhe disse que partiria e a encontraria, ela o apoiou sem pensar duas vezes.

— Você já pensou no que vai fazer quando chegar? — questionou Cízar.

— Você acha que ele teve tempo pra pensar? — Anna riu.

— De acordo com a força do rei Abba, nós até podemos lidar com ele, mas se tiverem mais soldados no estágio da ascensão não teremos muitas opções — disse Trimble.

— Não vamos entrar em combate — falou Anna.

— Exatamente. Eu apenas quero garantir que ela esteja bem. Se eu puder sair com ela de lá, ótimo, mas se eu não puder, quero garantias de sua segurança — Héctor respondeu.

— Você não deveria se preocupar tanto com ela. — Anna o alertou. — Ela sabe se cuidar melhor que você — debochou.

— Com toda certeza, se você tivesse casando forçadamente com uma velha, ela ficaria sentada na sombra enquanto dava risada — disse Cízar, rindo junto com Ivar e Trimble.

— Mas as chances de eu casar com alguém mais velho que meus pais é igual a zero e eu pensava que as dela também seriam — disse Héctor.

— Quando você voltar pra casa talvez tenha uma surpresa — Anna o alertou.

— Isso é uma espécie de agouro? — questionou franzindo o cenho.

Anna apenas sorriu, não querendo se aprofundar no assunto, mas fazendo o jovem príncipe se questionar a respeito de seus pais, se eles teriam coragem para tal ato.

Passaram 35 dias na estrada, mais rápido do que o tempo que levariam normalmente, mas não rápido o suficiente, pois quando chegaram, receberam a notícia de que Lory tinha partido há 5 dias.

Em frente aos portões da corte de Triwland do Norte, gritou para que todos na área em sua volta ouvissem:

— Como você pode? Por mais que eu pense eu não consigo entender suas decisões Tio Abba. Onde está a princesa Lory? O que você fez para forçá-la a casar?

O rei ouvindo seus gritos, ficou estarrecido com a quantidade de problemas que tal ato poderia causar e em um rompante dirigiu-se aos portões e um tanto quanto irritado bradou:

— São coisas que um rei tem de fazer, vocês garotos jamais entenderiam. Não se meta com nossos assuntos.

— Ela era minha noiva, isso também me diz respeito.

— E você realmente acha que ela casaria com você? Detestando seu pai da forma que ela detesta?

— Posso garantir que ela não o detesta tanto quando o detesta agora.

— Você pode estar certo, mas isso é um assunto de família, entre pai e filha.

— Você ainda tem coragem de se chamar de pai?

— Tanta quanto você tem ao se chamar de noivo.

— Tio, o que está acontecendo com você?

— Eu fiz o que era melhor para minha filha, você deveria ficar de fora disso — disse virando as costas para retornar ao seu castelo.

Ninguém sabia os motivos que o rei tinha em levar a filha a odiá-lo, mas Héctor suspeitava de que não era tão simples quanto a troca por cinco mil soldados e ele desejava saber mais. O rei sabia que de algum jeito já tinha destruído boa parte da vida da filha e ele não queria ser responsável por forçá-la a lutar também.

— Eu vou atrás dela. — Héctor disse decidido.

— Você só perderia sua vida se tentasse. Volte para a sua casa. — O rei lhe virou as costas mais um vez, caminhando lentamente para dentro do palácio.

— Eu quero matar você! Eu vou matar você! — Héctor bradou indo em direção ao Rei Abba.

Dois guardas do rei, responsáveis por sua proteção o defenderam de suas investidas, mas apesar de bem treinados, eram apenas guardas e foram mortos pelo garoto. Quando Héctor vai em direção ao rei novamente ele é impedido por Ivar, que o segura em seus braços, o impedindo de cometer outra ação insana.

— Não é como se você tivesse habilidade pra me causar algum dano. — O rei o olhou com desdém por um breve momento, partindo definitivamente dessa vez.

Aiden acompanhou toda a cena ali por perto e assim que os cinco preparavam-se para seguir até Cortona foi se encontrar com eles.

— Vossa Alteza, não vá. A Princesa nos pediu para esperar seus sinais. Garantiu que ficaria bem e que nada aconteceria com ela.

— Suas palavras deveriam me confortar?

— De forma alguma. Você não confia nela? Se ela disse que tudo ficará bem é porque ficará. Apesar de tudo, ela não demonstrou medo em nenhum momento perante o Rei Cézar ou o Rei Joráh, alguns guardas andaram dizendo que ela até os ameaçou antes de partir.

— É bem o feitio dela fazer isso.

— Ela estava tranquila Vossa Alteza, apenas fique tranquilo também.

— Você está certo, não devo agir por impulso.

— Nós estamos indo para Cortona, apesar de Lory nos pedir para ficar, não nos sentimos seguros aqui.

— Vocês podiam me manter informado? Se acontecer algo com ela, eu não vou ser capaz de me perdoar.

— Você não deveria colocar tanta pressão em si mesmo — disse Anna —, não é mesmo jovem Aiden?

— Ela está certa — ele resmungou, não querendo falar com ninguém do povo das montanhas.

— Tem certeza que pode confiar nesse garoto príncipe? — Ivar questionou.

— Irmão Ivar, Lory salvou a vida dele, ele é leal a ela.

— Então tudo bem, podemos mandar alguns homens para ficarem de olho em Cortona.

— Não será necessário. Cortona é muito distante, Virgínia pode me avisar novamente se algo der errado — respondeu relutante.

— Vossa Alteza, estou partindo. — Aiden avisou antes de virar as costas e partir.

Héctor estava deprimido, mas sua cabeça estava juntando peças e mais peças, tinham muitos espaços vagos, mas ele já tinha teorias sobre o que estava acontecendo.

— Será que Trimble podia fazer um desvio em vez de voltar conosco? — Héctor perguntou a Ivar.

— Diga o que precisa.

(...)

Naquela noite todas as pessoas de Triwland do Norte viram um enorme leão alado sobrevoando os céus, alguns temiam que a fera podia atacá-los e passaram dias trancados dentro de casa, outros seguiram a direção que a fera foi, pensando que se tratava de algum tesouro celestial e existiam ainda alguns que ao verem a enorme fera acabaram ajoelhando-se e rezando pensando ser a descida de um deus.

(...)

Em cerca de trinta dias voando, eles chegaram ao reino de Cortona, Virgínia não tinha tanta energia então apesar de poder voar dez dias consecutivos, teria que descansar no mínimo cinco para continuar a viagem. Só que algo não parecia certo, ao se aproximar da área do castelo, se via fumaça por todos os cantos.



Nota da Autora:
Curtinho e sem muita emoção, mas necessário.

Espero que se surpreendam nos próximos. 
Desculpem a todas pessoas que enganei no final do capítulo anterior hehehe! <3
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Beijos! <3

Guerreira RealOnde histórias criam vida. Descubra agora