Um demônio enfurecido

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Me desculpem...




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- Gi... Eu preciso ir! - Gizelly ainda estava nos braços de Rafaella, não queria deixa-la ir...

- Não, você não precisa... - Gizelly soluçava e apertava o quanto podia Rafaella.

- Gizelly, por favor! - Rafaella pegou os braços que o apertavam e fez um pouco de força mas conseguiu se separar, pegou o rosto da menor com as mãos e suspirou.

- Eu não quero que você vá. - Gizelly a olhou profundamente com seus olhos avermelhados e lágrimas preenchiam o seu rosto. Rafaella sentiu a dor da outra, para ela também não seria fácil.

- E eu não quero que você se machuque.

- Rafaella, isso não é justo! - Se ajoelhou e abraçou novamente Rafaella, queria de todas as formas que a garota não voltasse a ser o que era, mesmo que custasse sua própria vida.

- Não, eu sei! Mas desde quando demônios são justos? Ou se importam com alguém? Ei, eu vou ficar bem! - Rafaella deu um pequeno sorriso, tentando lhe passar qualquer confiança mínima, mas não adiantou. Gizelly deu um longo suspiro, limpou suas lágrimas com a palma da mão e se levantou, deitou na cama e puxou Rafaella para si que recuou. - Gizelly eu preciso ir!

- Só fica até eu dormir, por favor! - Pediu com a voz banhada de dor.

- Tudo bem! - Se deu por vencida e deixou Gizelly se alianhar sobre o seu peito, a abraçou e começou a fazer carinho em seu cabelo.

- Eu vou te ver de novo, certo?

- Espero que sim. Não acho que eles queiram acabar comigo tão cedo. - Rafaella tentou passar confiança, mas não tinha idéia do que poderia acontecer. - Acho que a gente deveria se afastar, Gizelly! - A menor levantou do peito de Rafaella e a olhou incrédula.

- Ta louca? Eu não quero isso, eu não importo pra porra nenhuma. Não me importo da sua raiva, dos seus olhos negros, nao ligo nem para eles. EU QUERO VOCE AQUI! Você tem a minima noção do quão incrível você é? - Gizelly jogava as palavras com toda raiva, não importava se a outra era um demônio ou qualquer outra coisa que seja, apenas queria ela ali e nada mais.

- Eu sou um demônio, nós somos bonitos, isso não é nada de mais! - Rafaella deu de ombros.

- Porra, idiota! NÃO É A SUA BELEZA, você é incrível, VOCÊ! - Pegou no rosto de Rafaella e a olhou no fundo dos olhos. - Você é inteligente, fofa, meiga, você liga para os sentimentos das pessoas quando é humana, você é perfeitamente esplêndida! Será que é difícil de entender? - Suas lágrimas voltaram com tudo, mas queria fazer Rafaella entender o quão perfeita ela era, mesmo sendo um demônio, ela ainda tinha uma alma boa.

- Gizelly... - Retirou as mãos da menor de seu rosto. - Um dia você irá sair daqui, nem que eu precise morrer, mas você ira encontrar outras pessoas... Você merece ser feliz, de verdade! - Rafaella sorriu.

- Eu... Não... Saio... Daqui... Sem... Você... - Disse pausadamente cada palavra e sem delongas colou os lábios das duas, aquele beijo significava tanto, para uma era como se fosse o último e para outra era como se fosse um recomeço de que tudo um dia, poderia melhorar.

Por falta de ar, se separam! Ambas tinham lágrimas nos olhos. Rafaella apenas a abraçou até que Gizelly pegasse no sono, ali em seus braços, ela tinha a única coisa que a mantivesse viva e se morrer fosse o certo para salva-la... Ela iria. 

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Gizelly acordou depois um tempo, sua cabeça doía bastante, mas deve ter sido consequência do choro de horas atrás. Se lembrou de Rafaella e sentiu-se vazia... Ela tinha ido embora. 

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