꒰ one ꒱

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Sabe quando você é obrigado a sair para lugar que você não quer ir? – Uma situação bastante comum na minha vida, visto que prefiro ficar em casa na maioria das vezes. – Eu fui obrigado a sair com meus amigos de trabalho, além de serem pessoas extremamente chatas ao meu ver. São péssimos em escolher lugares bacanas para sair.

– Olha o que você fez! – O barulho de vidro se quebrando e a voz irritadiça do homem se fez presente no ambiente.

– Me desculpe, senhor! – O responsável pelos vidros no chão responde com a voz baixa.

Um jovem de pele bronzeada, cabelos rosados e muito lindo em minha opinião. Me pergunto o porquê de alguém tão jovem como ele esta trabalhando em um lugar como este. Problemas financeiros? Alguma dívida? Com certeza não seria vontade própria.

– Ei, no que tanto pensa? – Dedos estalaram na minha cara. Era Seungri. Um dos caras chatos do meu trabalho. – Tanta mina gata aqui e você de cara fechada. – Bufou irritado.

– Estou pensando nas séries que eu poderia estar vendo agora, ao invés de estar nesse bar idiota.

Eu não quero uma mina gata, eu só quero ir para casa ver Brooklyn Nine-Nine na Netflix. – E aliás, se for para ter uma gata, eu quero uma de quatro patas.

– Aposto que o Jeno ainda é virgem. – O ruivo que ouvia a conversa disse arrancando risadas de todos na mesa.

– Haha que engraçado! – Disse fingindo uma risada. Pelo visto, eles acham que estão no colegial e eu sou o nerd virgem. – Bom, já está tarde e eu preciso ir. – Me levantei da cadeira e fingi um bocejo. – Encontro vocês no trabalh-

Não completei minha fala, pois fui atingido por um líquido gelado e acabei escorregando no chão molhado. Droga! Tem sangue no chão. Eu tô sangrando? Me viro pro lado e encontro o mesmo jovem que derrubou os pratos. Seu rosto tem pedaços de vidros, ele escorregou e bateu com a cara no chão!

– Você tá bem? – Me levanto e estico minha mão na altura de seu rosto, em um pedido mudo para que ele se levantasse.

– Acho que sim... – Ele sorri fraco e pega minha mão se levantando. – Obrigad-

– Mas você é um inútil mesmo! – O mesmo homem de antes resmunga para o empregado. – Espero que goste de morar na rua, porque aqui você não vai mais ficar. – Disse puxando o braço do garoto assustado e o levando para fora do estabelecimento.

– Ei! Você não pode tratar ele assim. – Gritei com o homem.

– Quem? Esse inútil? Ele não serve pra nada.

– Você não tem o direito de falar assim das pesso-

– Se quer tanto defender esse garoto, contrate ele. Pois eu é que não vou fazer isso de novo. – Declarou e entrou de volta para o bar.

– Você não precisa me contratar. E-eu sou o pior bartender do mundo. – Disse entre soluços com o rosto afundado em seus braços.

– Ei, Todo mundo erra às vezes. – Me agachei e sentei ao seu lado. – Tenho certeza que vai achar outro trabalho e-

– E eu vou ser demitido de novo! – Levantou o rosto. Seu rosto estava sangrando e lágrimas desciam pelas suas bochechas.

– Você ta sangrando! – Disse assustado.

– O quê? – Ele pareceu confuso, mas quando tocou em seu rosto, fez uma cara de dor. – Merda.

– Você precisa limpar esses ferimentos. – Me levantei e segurei sua mão.

– Para onde está me levando? – Se levantou.

– Vamos pra minha casa.

– Mas... Eu sou um completo estranho que não vai alterar nada em sua vida, por que esta me ajudando? – Fez um cara confusa.

– Eu não poderia simplesmente deixar você com esses ferimentos sem fazer nada.

– Voce nem sabe o meu nome. – Retrucou.

– Se é esse o problema... Qual o seu nome?

– Jaemin. Na Jaemin. E você?

– Jeno. Lee Jeno. – Disse sorrindo fraco.

•  •  •

– Ai! – Jaemin choramingou. Estava sentado na pia do banheiro.

– Calma, já está acabando. – Declarei pegando o algodão com sangue e jogando no lixo.

Os cortes tinham sido superficiais, então não precisava de pontos. Mas ainda assim parece doer bastante.

– Pronto! – Disse assim que coloquei o último curativo.

O menor estava parecendo uma múmia, de tantos curativos em seu rosto.

– Obrigado. – Disse com a voz baixa. Sua expressão era triste e cabisbaixa.

– O que foi? – Soltei preocupado.

– Agora que caiu a ficha, Jeno.– Seus olhos se encheram d'água. – Eu não tenho para onde ir, não tenho amigos, meus pais nem- — Soluçou.


– O que aconteceu com seus pais? – Perguntei receoso.

– Eles me expulsaram de casa.

– Por que eles fariam isso? – Eu simplesmente não consigo entender porque alguém expulsaria o próprio filho de casa.

– N-não sei... – Proferiu olhando para os próprios sapatos, evitando o contato visual.

Jeno sabia que ele estava mentindo. Mas não queria saber o motivo, se isso deixava o outro desconfortável. O rosado já tinha problemas de mais para lidar, não queria lhe deixar ainda pior.

– Bom, isso não importa. Você pode ficar aqui.

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Espero que tenham gostado do primeiro capítulo. 👉🏻👈🏻
Esse capítulo foi só tristeza e lágrimas, mas prometo que vai melhorar! 

A Stranger In My House | nominOnde histórias criam vida. Descubra agora