Capítulo - Meu pedido de aniversário!

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Geralmente eu não me importo em comemorar o meu aniversário, a vida é tão corrida, mal tenho tempo para essas coisas na verdade, afinal de conta, os meus estudos e o meu trabalho não querem saber se hoje é o dia em que eu nasci e mereço uma folguinha. 

Enfim, a hipocrisia da vida!

A cada aniversário eu digo a mim mesma que é só mais uma data, visto a minha capa do poder imaginário e começo o meu dia executando as minhas tarefas diárias. No fundo, eu não sou tão indiferente assim... Ainda fico ansiosa para ver quem vai me enviar uma mensagem de felicitações, quem vai me marcar em um post nas redes sociais ou sei lá, quem vai me enviar um bolo surpresa?!

Não adianta ser hipócrita apenas com as outras pessoas, eu já sou comigo mesma!

Agora cá estou eu com a cara amassada depois de uma noite patética de "sono", sério, vizinho barulhento deveria ser punido pelo universo por incomodar as pessoas que trabalham arduamente e necessitam de um merecido descanso. 

É o cúmulo do ridículo a pessoa colocar aquelas músicas de corno para tocar no último volume após as 22 h ou pior, quando vem aqueles batidões. Francamente, me sinto em uma discoteca o tempo inteiro. 

Engraçado como mesmo sendo realistas em 90% do nosso tempo, uma única data faz com que nosso modo sonhador se eleve ao máximo, é quase como se papai Noel existisse de fato e fosse trazer aquilo que a gente anseia. 

Ontem quando eu cheguei em casa depois de um dia de merda no meu trabalho de meio período eu me vi naquele estado deplorável que com certeza, toda a população mundial já vivenciou ou ainda irá.

Mentalizem a cena: Uma jovem mulher beirando a casa dos 20 e tantos anos (Vamos deixar em off a questão da minha idade, já me basta o estado depressivo em que me encontro hoje por estar ficando ainda mais velha [...]), sentada na beira da cama fitando a pilha de louça suja me esperando para ser lavada (O que é bem contraditório já que tenho uma mania de limpeza surreal, mas que culpa eu tinha que a torneira quebrou e eu ainda não tinha encontrado alguém para arrumar?), enquanto bebia uma cerveja. 

Eu sei, bem deplorável.

Acontece que eu raramente bebo algo alcoólico, então era óbvio que eu ia ficar minimamente alterada graças a uma latinha... Cristo, foram os 350 ml mais sofridos da minha existência! Fiquei tonta, confesso, deveria ter comprado uma daquelas importadas cujo o sabor é mais tolerável, mas não é como se eu fosse a conhecedora dessas bebidas e- 

"..."

Ok, estou desviando do foco de novo... Sorry, às vezes acontece!

Retomando, estava lá eu bebendo o líquido agonizante quando ouço batidas na porta do meu 4 por 4 que chamo de "apartamento" (Francamente, essa mini desgraça está mais para uma jaula! SÓ TEM UMA BASCULANTE NESSA MERDA!!!!! QUEM EM SÃ CONSCIÊNCIA NÃO COLOCA UMA JANELA DE VERDADE EM UM CUBICULO COMO ESSE?), enfim é o que dá para bancar com o que ganho no momento. 

Quando eu me rastejei para abrir a porta, desejei internamente que deus me levasse para o céu...

Só podia ser antecipação do apocalipse! Meu "adorável" vizinho bêbado, o fodido que escuta música alta e traz amigos dos confins para fazer farra em horários esdrúxulos estava ali na minha frente me pedindo açúcar para colocar na caipirinha dele. 

Vê se posso com isso, o indivíduo me chega com a merda da bebida em um liquidificador mais surrado que meus paninhos de passar pano no chão e me pede algo que ele deveria ter, diga-se de passagem, com aquele bafo de cachaça.

Sendo bem sincera, por um momento eu cogitei pegar aquele copo do liquidificador ficar com a bebida e fechar a porta na cara daquele bêbado safado, mas como sou muito trouxa, apenas voltei roboticamente para o interior do meu lar e peguei umas colheres de açúcar virando na bebida alheia. 

Happy Birthday - {YiZhan One-Shot}Onde histórias criam vida. Descubra agora