Na Sori
Taehyung reencontrou o seu amigo, Bae. Eles se abraçaram, pois fazia algum tempo que não se viam. Bae disse que já fazia algumas horas que eles estavam presos ali.
— Abram isso. Se vocês não abrirem nós vamos morrer! — Taehyung disse e agarrou o meu braço para andar junto dele.
— Por favor, entendam. — um guarda respondeu. — Vou abrir quando todos da primeira classe estiverem em seus botes.
Quanta estupidez!
— Nós queremos passar, seus filhos de uma mãe!
Taehyung avistou um banco no canto da parede, e junto com Bae reuniu alguns homens para puxarem aquele banco e arrombarem a porta.
— Se afastem! — peço as pessoas que estavam ali ao redor.
Na primeira tentativa não deu certo, mas na segunda sim. Eles emburram o banco de madeira contra as grades e arrombaram as fechaduras. Todos saíram correndo dali, inclusive nós.
Ao chegarmos ao convés, recebemos a informação de que havia apenas cinco botes restantes, pois todos os outros estavam lotados e algumas estavam até mesmo distantes do Titanic. Três dos botes eram divididos para mulheres e crianças, e os outros dois para homens de diferentes classes.
Senti um aperto contra a minha mão, e logo vi na face de Taehyung que ele estava mais nervoso que nunca. Suas mãos soavam frio, e ele mordia seu lábio interior. Ele me levou até um bote e senti meus olhos arderem, com uma vontade imensa de chorar. Ele estava feliz por ter me ajudado, mas talvez sem esperanças de que houvesse algum lugar para ele em um bote.
A tensão se fazia presente naquele momento, e um pensamento ruim recorria em minha mente, de que talvez aquela seria a última vez que nos veríamos novamente. Um comissário de bordo se aproxima e me estende sua mão, e obviamente eu recuei, escondendo minha cabeça no ombro de Taehyung.
— Eu não vou se você não for. — falei enquanto negava com a cabeça.
— Você tem que ir. Vá! — ele falava baixinho, apenas para eu ouvir.
— Não, Taehyung. — disse com calma.
— Entre no barco, Sori. — insiste mais uma vez.
— É, entre no barco. — Andrew surge atrás dele. — Meu Deus, olhe só como você está! Está um horror! — retira seu casaco, colocando sobre meu ombro.
— Vá, eu pego o próximo. — ele confirma com a cabeça.
— Não! Eu não vou sem você. — as lágrimas escorriam dos meus olhos.
— Eu vou ficar bem. — ele fez uma careta, deixando uma lágrima cair.
— Eu tenho um trato com o comissário Min... Taehyung e eu seremos salvos. Nós dois! — Andrew finge estar preocupado e nos garante isso.
— Viu? Eu vou ficar bem, nos vemos mais tarde! — isso soava como uma despedida?
Aceitei, entrando no bote. Estava um caos, crianças choravam, famílias se separavam, pessoas faziam euforia para estarem dentro do bote. Eu não confiava em Andrew, porque ele era muito ruim para si mesmo. Então por que seria bom para Taehyung? Olhei para cima o encarando, ele ainda estava sorrindo para mim, não com um sorriso quadrado, mas sim com um sorriso triste.
Encarei o nada, pensando o que seria da minha vida sem ele, sem tudo o que havíamos planejado. Percebi que não conseguiria aguentar e sem pensar duas vezes, me levantei, pulando para fora do barco. Ouvi de muitas pessoas naquele momento que eu era uma louca ou mal-agradecida por estar desperdiçando uma chance de me salvar.
Não os escutei, eu só queria estar nos braços daquele que me faz sentir viva de verdade.
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Titanic | KTH
FanfictionUm artista pobre e uma jovem rica se conhecem e se apaixonam na fatídica jornada do Titanic, em 1912. Embora esteja noiva do arrogante herdeiro de uma siderúrgica, a jovem desafia sua família e amigos em busca do verdadeiro amor. • Especial de 2 ano...