Tempo 시각

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Enquanto eu estava pendurada para fora, as pessoas me ajudavam a entrar de volta no navio, escutei Taehyung gritar "Sori, não!", mas não o dei atenção. Corri, mesmo sentindo minhas pernas implorarem por socorro, já sem forças, e na escadaria do salão principal, esbarrei com ele. A cena era como se estivéssemos nos encontrando depois de anos, mas faziam apenas algumas horas. 

— Por que você fez isso? Por quê?  — falou, me abraçando desesperadamente. 

— Você pula, eu pulo. Lembra?  — sua frase nunca fez tanto sentindo como naquela hora. — Eu não podia ir. Não podia, Taehyung... 

— Vamos dar um jeito. Sempre damos, não é? 

Antes que eu pudesse responder, fomos pegos de surpresa com o som de uma bala saindo em disparada bem próximo à nós. Olhei de relance, assustada, e vi Andrew possesso de raiva, com uma arma na mão. Taehyung me puxou e descemos as escadas com muita dificuldade pelo nível de água já estar levemente alto. Estávamos na terceira classe, e juro que tive vontade de chorar olhando para tudo aquilo sendo destruído, tudo era tão bonito. 

Em uma certa distância não ouvimos mais os barulhos de tiro e mesmo assim tínhamos consciência de que teríamos que dar um jeito de sair dali. Passamos por vários corredores, mas a maioria eram sem saída. A correnteza da água nos arrastou e batemos contra uma grade, até que Taehyung me puxou para uma escada que tinha ali perto, mas ao darmos de cara com a porta, ela estava trancada. 

— Meus Deus, socorro! — começo a gritar por socorro num nível extremamente alto e minha garganta já dava sinais de falha. Até que um homem passou por ali, correndo. 

— Espera! Abra a grade, por favor! — Taehyung implorou.

Ele paralisou, nos olhando assustado. 

 — Por favor! Nós vamos morrer! — insisti.

Ele se virou, tirando um molho de chaves do bolso e tentou abrir a grade, mas não conseguiu. As luzes do corredor apagaram-se, fazendo com que ele derrubasse a chave. 

— A chave caiu! — ele diz tremendo, e nos olha implorando pelo nosso perdão, em seguida, saiu correndo. 

Taehyung mergulhou, enquanto eu estava na ponta dos pés para não afogar. Ele subiu com as chaves na mão, e destrancou a grade com um pouco de dificuldade. 

Fomos em disparada até o andar de cima, sempre de mãos dadas, até que paro Taehyung, olhando a figura naquela sala. 

— Mr. Lee...  — sentia os meus olhos marejarem — O senhor não vai ao menos tentar? 

— Lamento por não ter tido construído um navio melhor, Sori.  — ele estava parando, encarando seu relógio. 

— Está indo rápido. Temos que ir!  — Taehyung me apressou. 

— Espere! — ele me entregou um colete — Boa sorte, Sori. 

— Igualmente! — o abraçei profundamente, sentindo meu rosto arder pelas lágrimas que tanto prendi, e o deixei para trás. 

Lá fora estava um caos. Pessoas se jogavam, outras atiraram em si mesmas, era uma euforia que nunca vi antes me toda a minha vida. Enquanto corríamos, ficava cada vez mais difícil, o navio estava muito inclinado. Era espantoso, e muitos caiam sem querer. Pessoas rezavam, outros tocavam violino para acalmar a tensão,  o que não funcionou em nada.

Chegamos a ponta do barco e segurando nos corrimões e a iluminação cessava aos poucos.

— Temos que ficar o máximo de tempo no navio. — Taehyung falava um pouco alto por causa do barulho.

Não era possível observar a movimentação estando na ponta, porque se eu me virasse para ver, eu cairia. Então me segurava firmemente em Taehyung. 

Titanic | KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora