Titanic | KTH

Pesadelo 악몽

Na Sori 

As portas se partiam ao meio, pessoas escorregavam sobre o chão, outras depositavam total esperança de salvação segurando em objetos para não caírem. Parecia impossível, mas o Titanic começou ase partir ao meio, e o impacto foi tão forte, que quase desmaiei. 

— Taehyung, foi aqui que nos conhecemos!  — lembrei-o de uma coisa boa, em meio a tanto desespero. Ele depositou um selar na minha testa, e sua boca estava tão fria que tremi de susto ao sentir. — O que aconteceu, Taehyung? 

— Eu não sei, mas estou segurando você! 

O navio parou por aproximadamente um minuto. E juro por Deus  como foi o minuto mais longo de toda a minha vida. Nesse meio tempo, pensei que ele iria ficar parado lá, mas não demorou muito para que sentíssemos ele afundando aos poucos. 

 — Chegou a hora. Segure firme, ok? — Taehyung se posiciona ao meu lado, me agarrando com força. 

— Ah, meu Deus! — a experiência era mais eufórica que o normal. 

— O navio vai nos tragar para baixo. Respire fundo quando eu mandar, está bem? — assenti. — Não solte a minha mão, nós dois vamos conseguir. Confia em mim? 

— Eu confio! — respondi com convicção. 

— Vamos! 

Tranquei a respiração, e o oceano engoliu o Titanic. 

Taehyung e eu nos separamos por causa da pressão da água após o navio ir para baixo. Em alguns minutos, eu o achei novamente. 

— Nade, Sori. Eu preciso que nade! — ele falava com dificuldade, pois engolia muita água.

Minhas pernas doíam imensamente, e eu só queria acordar e dizer para ele que tudo isso não passa de um pesadelo. Chegamos a uma porta e tentei subir, puxando Taehyung junto, porém o objeto virou conosco. 

— É o suficiente apenas para um. — ele disse, me ajudando a subir. 

— E você? — perguntei preocupada. 

— Eu vou ficar bem, prometo.  — entrelaçamos nossas mãos, mostrando que ainda estávamos ali um pelo outro — Vamos ficar bem agora. Está tudo bem. Vamos quando o bote chegar, está bem? Aguente só mais um p-pouquinho. 

— Está tudo tão silencioso. — comento, pois só escutei alguém apitar uma única vez. 

— Só vão levar mais a-alguns minutos p-para arrumarem os barcos. Eu não sei se pretende fazer isso, mas pretendo fazer uma carta bem malcriada sobre tudo isso. — ele sorri com dificuldade. 

Encaro sua íris, seu rosto pálido e seus cabelos com alguns fios congelados, dizendo: 

— Eu te amo, Tae. 

 — Não faça isso. — ele resmunga, em negação. — Não se despeça, ainda não. Você está me entendendo? 

— Mas e-eu estou com tanto f-frio. — respondi o resmungo. 

 — Ouça, Sori. Você vai sair daqui, você vai prosseguir e ainda vai ter muitos filhos. Vai vê-los crescer e vai morrer de velhice, quentinha em uma cama, mas não aqui. Não nesta noite, não assim. — ele disse, olhando em volta. 

— Não sinto o meu corpo. — eu disse, um pouco mal humorada, não aguentando mais estar naquela deplorável situação. 

— Ganhar aquela passagem foi a melhor coisa que me aconteceu, pois me trouxe você! E eu agradeço por isso, Sori. — Taehyung disse com um sorriso no rosto que foi retribuído por mim. — Você tem que me fazer esse favor... tem que me prometer que irá sobreviver. Que não irá desistir, não importa o que a-aconteça.

— E-eu prometo! — falei soluçando. 

— Não deixe de cumprir, está bem? — ele disse pela última vez, deixando um selar em minha mão.