eu cuido dele

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Boa leitura!

— Tem que levar ele ao hospital — Hyungwon fala, quando estamos todos ao redor de Changkyun sentado numa das espreguiçadeiras, com a calça levantada até as coxas. — Senão ele vai morrer. 

Fico tentando avaliar a situação dele. Ele, que choramingou por ter perdido o celular, após Hyungwon resgatá-lo com uma rede e dizer que nem arroz o salva daquela situação. E depois de tanto surto, ele se acalmou um pouco. Até demais.

— Não vou a hospital algum e eu não vou morrer — Changkyun rebate.

— Seu joelho está vermelho e inchado — Chae joga os fatos sobre a mesa. — Você vai morrer.

— Já passei por coisa pior — Changkyun se abraça no roupão que Minyoung lhe arranjou e faz cara feia. — Só botar gelo que passa.

— E se tiver quebrado algum osso? — Hyungwon não para de sugerir coisas. Eu vou descer ele no soco, porque está me assustando. — A morte vem, hein?

— Hyungwon, shhh — o interrompo. Amarro melhor o roupão ao meu corpo. — Changkyun não vai nem a pau. Todo mundo sabe disso.

— A gente leva ele carregado — Hyungwon se aproxima dele e assim que começa a carregá-lo, Changkyun tem a belíssima ideia de soltar um agudão pra ferrar com meus tímpanos. — Que cacete, Changkyun! Você vai morrer.

— Fine! — Changkyun para de gritar assim que Hyungwon desiste de carregá-lo. — Eu morro, então. E eu consigo andar agora, Sr. Morte. Só que dói.

— Oh, Changkyun... Eu acho que Hyungwon está certo... — agora é a vez de Jooheon apostar pra ver se consegue mudar a opinião dele.

Changkyun não vai mudar de opinião. Quando ele encarna numa coisa, nem a morte faz ele mudar. Além do mais, acho que ele está bem melhor agora do que quando estava na piscina. Ok, seu joelho está vermelho e meio inchado, mas ele está sentado bebendo uma limonada que uma das amigas de Minyoung fez e parece estar bem. A não ser quando mexe a perna, porque ele começa e a gemer e tentar disfarçar a dor.

— Tu acha que vou morrer, Honey? — ele questiona.

— Sobre o hospital — Jooheon revira os olhos. — Eu vejo aqui no GPS um próximo e a gente te leva.

— Eu tô bem, sério — ele dá um gole na limonada. — Meu corpo já está acostumado.

— Você não tinha dito que não cai mais? — advinha só quem resolveu jogar a merda no ventilador? Sim, Minhyukzinho.

— Isso foi uma exceção — Chang tenta até se explicar, mas acho que todo mundo sabe que é conversa pra boi dormir. Balela pura.

A verdade é que é óbvio que o Changkyun estava mentindo quando falou aquilo. Não sei se ele quer acreditar nisso ou quer nos deixar despreocupados. Mas isso não importa, porque a verdade é que ele continua caindo pelas coisas. Tenho medo de tocar nele e acabar o fazendo rolar pelo chão.

— Põe aí — Minyoung surge com um saco cheio de gelo, o qual ela provavelmente tenha encontrado no freezer. Droga, ainda não fui à cozinha.

Changkyun deixa o saco ficar no joelho, mesmo estando tremendo de frio. O ventinho que bateu está me fazendo sentir frio também, ainda mais porque estou úmido. Então é melhor que entremos e possamos trocar de roupa ou, melhor ainda, tomar banho.

— Vem, Changkyun... Eu te dou apoio para entrarmos. O vento está te fazendo tremer — eu o ajudo a se levantar. Ele segura o gelo numa das mãos e joga o outro braço sobre meus ombros. Percebo sua respiração um pouco pesada quando precisa mexer o joelho, sinal de que está segurando os gemidos de dor.

Thé et fleurs ┊ChangkiOnde histórias criam vida. Descubra agora