"Mais de mil mortes foram registradas nas últimas 24 horas de covid 19" dizia o apresentador no jornal das onze da manhã.Pedro assistia a Televisão deitado no sofá, ainda com o uniforme da empresa e a mochila jogada no chão.
-rapaz você vai ficar o dia todo nesse sofá ? - a voz chegou aos ouvidos de Pedro o despertando de um transe, ela vinha do outro cômodo, o quarto de seus avós. O jovem levantou a cabeça e visualizou seu avô Josemar, um senhor de meia idade com seus óculos de grau, a barba por fazer, uma boina preta sobre a cabeça e a uma camisa social xadrez. Ele caminhou até o sofá.
-é só o que me resta vô - respondeu Pedro - já que agora nem emprego eu tenho mais, definitivamente essa é a pior fase da minha vida.
Seu Josemar riu.
-para de besteira moleque, você vai encontrar alguma coisa melhor.
- eu não sei... Só quero vê notícias ruins e não pensar em mais nada. Estou casando, nem meu pai teria orgulho de mim.
- não fala assim garoto - disse Seu Josemar - e se seus pais tivessem vivo ele teria orgulho de você. E quer saber ? Eu vou no mercado buscar sua avó, preciso que você guarde em cima do meu guarda roupa, as caixas que estão no chão do quarto.
-deixa comigo.
Pedro levantou do sofá, mas antes de fazer a tarefa, caminhou para frente da estante onde ficava a televisão e pegou um porta-retrato, nele havia a foto de um homem de uns 32 anos, com cabelo preto penteado para o lado e uma camisa pólo, era seu pai que morreu num acidente de carro quando Pedro era criança.
O jovem encarou a foto, colocou de volta no móvel e foi para o quarto de seus avós.
A cama de casal estava com uma coucha vermelha ao lado dela Seu Omar deixou três caixas de papelão com documentos e materiais antigos. O guarda roupas sempre fora muito alto, tinha cinco portas de madeiras. Pedro pegou a escada de metal e equilíbrou no chão, pegou uma caixa com as duas mão s, ela não estava muito pesada, nem leve. Ele então subiu os degraus da escada até alcançar altura suficiente da parte de cima do guarda roupa. Pedro ergueu os braços e forçou a caixa pars cima e depois pada frente, e ai empurrou, o bjeto adentrou para o fundo, dando espaço para as outras caixas. O jovem desceu da escada e pegou a outra caixa, voltou a subir e colocou ela em frente a primeira,desceu para fazer a última caixa, mas assim que encaixou a caixa em cima do guarda roupa, ela não entrou, ele insistiu, mas algo estava atrapalhando. Ele então deixou a caixa no chão e subiu novamente para olhar o que estava acontecendo.
Logo em uma parte de cima do guarda roupa havia um pedaço de madeira, o pedaço vinha de trás do guarda roupa, Pedro puxou, mas logo descobriu que era um objeto maior, com força ele tirou dali um espelho cumprido, quase do seu tamanho.
Desceu a escada e pós o espelho de pé encostado na parede, aquele não parecia ser uma espelho comun, ele era antigo e não reproduzia seu reflexo por completo, ao invés disso ele continha uma imagem cinzenta que embaralhava em tons escuros e claros.
Pedro encarou o reflexo embasado, era como assitir um filme em 3D, como se estivesse ali com ele. Em uma ocasião de curiosidade, ele tocou o espelho, e nesse exato momento algo surpreendente aconteceu, sua mão entrou para dentro do objeto, ele então colocou a outra, e numa atitude corajosa jogou-se por completo dentro do espelho.
Um clarão surgiu ali de dentro, e de repente tudo tomou forma, as paredes eram cinzas e brilhavam com algumas pausas. Naquelas paredes encontravassem 7 espelhos semelhante ao que encontrou no quarto do avô, cada um em um tom diferente de cor, um ao lado do outro. Pedro caminhou alucinado e sem entender, parou em frente ao terceiro espelho da parede esquerda, encarou por alguns segundos o mesmo reflexo borrado e adentrou com os braços e depois o restante do corpo.
Um novo clarão explodiu, Pedro chegou ao outro lado com os olhos marejados da claridade, ela foi cedendo aos poucos e o lugar ganhando forma. A primeira vista foi vista prateleiras empoeiradas com muitos livros, alguns móveis no caminho, objetivos antigos bagunçando, e o espelho cinzento por onde Pedro saiu, um portal.
Ele andou pelo espaço até perceber que era uma biblioteca desativada a muito tempo, então teve que pula pela janela para poder sair daquele estabelecimento.
Na rua tudo parecia normal, mas o jovem notou uma certa diferença, as pessoas não estavam usando máscaras, e algumas estavam até andando em grupos e abraçando, como se a pandemia já estive acabado.
