Era uma tarde ensolarada, numa rua qualquer de uma cidade qualquer, Ele observava a "bipolaridade" da Vida, coisa que achava intrigante, até mesmo ... engraçada.
O mesmo Sol que aquecia a grama e a deixava quentinha e convitativa para se deitar e conversar ou tirar uma soneca, fazia uma sombra escura e fria num beco atrás de um prédio, onde o crime e a malícia rolavam soltos.
Quente e frio; Claro e escuro; Bem e mal. A Vida é uma grande antítese* e Ele nunca havia reparado nisso até aquele exato momento.
Nunca perceberá como o vento mexia as folhas das árvores e brincava com seus cabelos, ou como as nuvens dançavam no céu e brincavam de enconde - esconde com o Sol, ou como os passarinho cantavam lindamente e encantavam os ouvidos de todos ali presentes...
Sua vida toda apenas virá os ratos saindo do bueiro e as pessoas correndo de medo, o noticiário anunciar mais uma morte sem solução, a corrupção acontecendo em todo lugar, e o frio tomando conta dos corpos de pessoas que dizem estarem vivas...
*antítese é uma figura de linguagem na qual antônimos (palavras opostas) são utilizadas na mesma frase.