Último capítulo

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POV Christian

2 anos depois.

O nascimento de um filho é considerado um dos momentos mais felizes e esperados pela grande parte das mulheres. Entretanto, algumas desenvolvem quadros depressivos no pós-parto, que podem ser leves ou mais graves, como foi o caso de Ana.

Hoje completa dois anos que encontrei essa carta.

Sinto muito pelo que estou fazendo hoje. E espero muito que você possa me perdoar um dia. Eu o amo tanto que dói. E não pense que estou indo embora por que deixei de amá-lo.
Pelo contrário. Preciso desse tempo longe para acertar minha cabeça. Para entender o que está acontecendo comigo. Não consigo continuar vivendo essa vida sentindo-me sobrecarregada e deprimida. Era para ter sido diferente, mas não sei o que aconteceu...
Sinto-me perdida a cada dia. Quero muito encontrar o caminho certo, mas preciso fazer isso sozinha. Devo isso à mim mesma. Desculpe por sair assim, na calada da noite e sem me despedir. Seria muito difícil abraçá-los e dizer adeus. Sei também que você não iria ser capaz de deixar eu partir...
Espero que você me entenda. E quando eu consegui voltar para vocês, me receba.

Por favor, dê muito amor para a nossa filha.

Amo vocês.
Sua Ana


Fecho meus olhos sentindo minhas lágrimas, quando ela voltou eu não a recebi, quase precisei perder meu grande amor para que eu pudesse abrir meus olhos.

Mas ela superou!

Ana venceu seus medos e hoje me enche de orgulho, com o incentivo de Eva, minha mulher faz parte da equipe do CVV, ela ouve, estimula e inventiva a cada pessoa que passa pelo centro a não desistir.
Não esqueço do dia que estávamos nos preparando para dormir e Ana recebeu a ligação de uma jovem de apenas dezesseis anos.

- Quem será uma hora dessa? - Ana pega o celular assustada.

- Coloca no viva voz, porque se for algum engraçadinho vai me ouvir. - Digo e ela revira os olhos sorrindo.

Como o número do telefone de Ana é de fácil acesso no CVV, já tive problemas com alguns engraçadinhos dando em cima da minha mulher.

- Alô? - Ela atende sentando ao meu lado.

- Oi Ana! Sou eu a Tainá. - Ana me olha preocupada.

Ela já tinha me falado sobre essa jovem, Tainá foi ao centro umas duas vezes, era nítido o sentimento de tristeza profunda que seu olhar passava, mas até então nem Ana e nem os demais profissionais conseguiram fazer ela falar.

- Oi meu anjo? Está tudo bem? - A jovem começa a chorar.

- Não Ana. Só me liguei para despedir e te agradecer por ter sido minha única amiga nesses meses.

Antes de Ana conseguir responder, Tainá encerra a ligação. Com medo do pior acontecer, Ana procurou na agenda do CVV que andava sempre com ela o endereço, quando chegamos lá descobrimos que a jovem mora sozinha, e que havia tomado uma quantidade enorme de calmantes, a levamos desmaiada para o hospital onde ela foi internada. Tainá quando acordou contou a Ana que nunca quis tirar sua própria vida, mas sim que desejou aliviar a dor que estava sentindo.
Ela perdeu a mãe, sua única família a pouco tempo e isso foi o fator primordial para seu estado depressivo.
Taina teve ajuda profissional, o que representou o resgate de sua vida, ela voltou a enxergar o sentido da vida.

- Papai? - Passo a mão no rosto secando minhas lágrimas ao ouvir a voz de Ella.

- Oi borboletinha.

When Love Returns (FANFIC CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora