She has my eyes - Livro 1

Meu final feliz

Dean's POV

Já tínhamos voltado para a casa de Ethan, estava fazendo curativos em Lexi, pois estava com vários arranhões pelo corpo, alguns bem profundos. Enquanto fazia isso, Lexi prestava atenção em cada movimento que eu fazia e, de tempos em tempos, nos olhávamos de relance, e eu lhe lançava um sorriso. Apesar desses momentos, estava um pouco desconfortável, pois não sabia como conversar com ela sobre o fato de ela ter me chamado de pai enquanto enfrentávamos o demônio. A quanto tempo será que ela sabe?

- Pronto. Curativos completos. - sorrio para ela. Eu pretendia me levantar para sair do quarto e deixar descansar, mas antes de fazer qualquer coisa, ela segurou a minha mão, pedindo para que eu ficasse ali.

- Podemos conversar? Sei que deve estar pensando sobre eu ter te chamado de pai hoje. - ela diz, meio encabulada.

- Como você sabe disso? Que sou seu pai. - pergunto, aproveitando que ela tocou no assunto. - Ethan me disse que você não sabia de nada.

- Minha mãe disse que você não sabia de nada. - ela diz, sem entender. - Tio Ethan te contou? - respondo que sim com a cabeça. - Mas não me contou. - ela diz, com uma expressão triste. - Bem, eu não sabia mesmo. Até ontem.

- Ontem? - pergunto, tentando entender.

Lexi's POV

- É isso? Plano pronto? - pergunto. Passamos algumas horas planejando o que aconteceria no dia seguinte. - Beleza. Vou ir tomar um banho e dormir. Boa noite. - digo me levantando, indo até tio Ethan e lhe dando um abraço. Aceno para os caçadores e subo as escadas.

Quando chego no meu quarto, procuro por meu fone de ouvido e percebo que havia o deixado na mesa de centro, no andar de baixo. Enquanto estou descendo as escadas, escuto eles conversando e paro quando percebo que estão falando sobre a minha mãe.

- Ficou admirando ela o tempo todo. - diz Sam.

- Ela é igual a Leena. Como pode? - Dean respondeu.

- Que bom que ela puxou a mãe e não a você. - diz tio Ethan, incomodado.

- Uau, obrigado. - disse Dean, irônico. - Sabe, Ethan, eu percebi agora que você foi a vida inteira assim. Rabugento. - diz Dean. - Me lembro de quando, finalmente, a Leena tinha aceitado sair comigo. Você quase me bateu quando me viu para buscar ela.

- O que esperava que eu fizesse? Eu sabia da sua fama horrível. Pensei que iria acabar machucando a minha irmã.

- Só que isso não aconteceu. - seu tom de voz muda. - Foi o contrário, na verdade.

- Ela fez pensando em você.

- É, eu sei. Mas machucou, de qualquer maneira.

Subo as escadas, sem saber como reagir. Eu havia entendido certo? Corri para o meu quarto e peguei o diário da minha mãe, peguei a foto que estava lá. Era ele, com certeza. Abri o diário em uma parte qualquer e o nome dele surgiu. Dean. É ele. Ele é o meu pai.

Meu coração parecia estar a ponto de explodir no meu peito e eu respirava fundo, mas não consegui segurar as lágrimas. Elas escorriam contra a minha vontade. Precisava de alguém e enviei uma mensagem para Brandon para me encontrar na praça, no lugar de sempre.

Quando cheguei lá, ele ainda não havia chegado, então me deitei na grama, como sempre fazia, e observei o céu estrelado. Como não havia ligado os pontos antes? O nome, a foto, o jeito que meu tio o encara toda vez que o via.

- Hey. - era Brandon. Sequei as lágrimas e me sentei. - Tá tudo bem? Por que me chamou a essa hora? - Abro a boca para falar algumas vezes, mas o nó na minha garganta não permitia que minha voz saísse. Apenas o abracei e ficamos assim, por bastante tempo.