Prólogo

5 1 0
                                    

O menino Abandonado

Era por volta das duas da madrugada do dia 01 de maio de 1995, quando aquele casal discutia que não tinha condições de levar uma criança de um ano. Aquele homem retrucava que era o filho deles, não tinha como deixar ali jogado. A mulher dissera que estariam falidos e uma criança custaria muito caro para levar.

Homem: A questão não é essa, você não quer levar porque sabe a verdade, sabe que esse filho atrapalharia a vida de uma pessoa, mas ele não pensa assim, quer seu filho, e não quer deixar.

Mulher: Eu quero meu filho, mas você sabe que ele atrapalharia todos os planos, precisamos vender essa casa e ir embora

Homem: É monstruoso, mas eu tenho que concordar que é a única saída.

Naquela noite, aquele casal fez a escolha e colocou um travesseiro ao lado da cama, outro no outro lado, e o bebê no meio, chorando e dizendo ser a única saída, o casal vai embora daquela casa e deixa uma criança inocente ali, em uma cama larga, quarto escuro.

Amanheceu, e por volta das nove da manhã, uma mulher ia passando em frente, a Dona Eleonor, uma mulher de cabelos cacheados, morena e bonita que sempre passava com pressa naquela rua e nunca reparava em nada daqueles vizinhos, sempre com seu salto alto, ela desfilava para a escola onde ela era gestora, mas naquele dia ela ouviu um barulho diferente, uma criança chorando. Ela parou e olhou a casa e a porta estava aberta, com dúvidas na cabeça, ela entrava casa a dentro, procurando saber de algo, e chamando alguém que estivera ali, mas era tarde, somente o eco de um choro vinha do segundo piso, onde Eleonor com medo e mesmo assim aflita ia procurar saber porque não tinha ninguém na casa e uma criança chorava tanto.

Ao entrar naquele quarto grande e espaçoso, uma cena que Eleonor jamais esqueceria, seus olhos encheram de lágrimas, ela quase não conseguia ver onde aquela criança estava, o olhar assustado do bebê que estava em meio a urina e fezes, que com muita fome.

Eleonor limpou aquele bebê, trocou suas fraldas e fez algo bom para a criança se alimentar, tudo isso esperando para tentar saber quem o deixou ali, se alguém apareceria naquela casa. Com a criança no colo ela andava pela casa e encontrou sobre uma mesa na sala um documento onde havia a comprovação que aquela casa era do banco, não tinha mais dono, então ela confirmou mais uma suspeita, aquele bebê não tinha mais pais, eles abandonaram de vez. Ela saiu da casa e foi embora.

Parada em frente a um orfanato ela pensou no que fazer, imaginando se levaria aquele bebê com ela ou se deixaria ali para ser cuidado, sabia que ela não teria o tempo necessário que uma criança precisa para ser cuidada, não tinha marido, passava o dia na escola, e mesmo com o coração partido ela entregou a criança a Luzia, a mulher que cuidava daquele orfanato. Luzia não era muito velha, mas sabia muito da vida, ela tinha cabelos lisos castanhos que sempre ficavam presos.

Segurando o bebê no colo, Luzia perguntava como Eleonor achou e com lágrimas ainda em sua face, ela contou como encontrou aquela criança deixando Luzia emocionada. Uma das cuidadoras, uma freira que mantinha sua vida dedicada ali falou com Luzia:

- A menina menor de idade acaba de ter a criança e disse que quer ir embora.

Luzia com olhar decepcionado respondeu:

- Tudo bem, vamos cuidar dessa criança também.

Eleonor agradeceu e partiu para sua casa imaginando ter feito o dever dela. Mas com remorso por não poder cuidar daquele bebê.

Vidas OpostasOnde histórias criam vida. Descubra agora