POV's Tristan
Deixamos James saltitante na porta de Anne e seguimos o caminho, era uma tarde de outono com o céu amarelado, quase entardecendo, tudo parecia calmo.- A gente esqueceu totalmente da escola! - Brad passou a mão pelo cabelo com os olhos arregalados.
- Escola? - Connor perguntou.
- Eu lembrei o tempo todo, - disse - só não me importei em falar sobre... - dei de ombros.
- Logo agora que eu achei que você tinha mudado. - Bradley balançou a cabeça em desaprovação.
- A água pro vinho não muda em um dia Brad...
- Na verdade, Jesus fez isso em segundos!
- Foi Jesus que fez esse bagulho? - Falei para ele, checando sua cara de decepção no retrovisor. - ia morrer sem saber...
- Eu to com fomeee!!! - Berrou Connor pondo um fim na conversa bíblica aleatória.
- Você é um buraco negro hein, tá sempre com fome!
- Pare com isso Tris, - disse mamãe Brad. - vamos no centro comer alguma coisa...
Andamos mais um pouco em silêncio, abaixei os vidros e liguei o rádio, acho que nunca dirigi tão devagar na minha vida.
Ela tinha feito isso comigo.
Ela tinha me desacelerado.Pensava nela o tempo todo, era a primeira coisa que vinha na minha cabeça toda vez que eu acordava, e a última quando meu dia terminava. Queria ver ela de novo e não saber quando estava me matando.
- Pode parar aqui Tris! - Brad interrompeu meus pensamentos.
- Ahn?
- Aqui Tristan! - Connor apontou pra uma pizzaria Tony's - COMIDA! COMER!
- Entendi Connor, NÃO PRECISA GRITAR! - Era impossível não ver o lugar, tinha um letreiro de led enorme, desligado às três horas da tarde, mais ainda assim parecia inevitavelmente perceptível e provavelmente quebrado.
Tinha um sino na porta, como um lugar da década de 50 e ainda estava inteiro como se fosse um. Tijolinhos brancos na parede, balcão de madeira grande, mas meu primeiro olhar foi em um pequeno palco no fundo do estabelecimento.
Nos sentamos em uma daquelas mesas de pub, com estofado vermelho e encostada na parede, o garçom chegou e meu primeiro impulso foi dizer:
- Tem música ao vivo aqui? - Brad me olhou reprimindo, sabendo a onde queria chegar, e Connor só tinha olhos para o cardápio.
- Sim, todas as quintas!
- Estão precisando de atrações? - Arqueei as sombracelha brincando.
- Aí meu deus! - A mão de Brad tapou seu rosto.
- Aí é com o Tony, - ele pegou um caderninho e a caneta no bolso. - vocês vão querer...
- E esse Tony, - o interrompi. - ele tá por aí?
- Aquele cara no balcão! - Ele apontou com a cabeça para um senhor gordo na casa dos sessenta, com a barba por fazer e os cabelos grisalhos, enxugando copos atrás do balcão.
- Tristan... - Brad tentou segurar meu braço, mas a tentativa de me parar foi totalmente em vão.
- Ok, qual é o maior tamanho que vocês tem? - Ouvi Connor fazer seu pedido enquanto saía, não pude conter a risada.
- ANTÔNIO! - forcei um sotaque italiano, que pelo olhar do velho, eu nunca mais deveria repetir.
- O que você quer garoto? - Ele perguntou sem tirar sua atenção da tarefa de enxugar copos e pratos.
- Precisam de músicos? - Apontei novamente para o palco a minha esquerda.
- Quinta feira, essa semana, sete horas!
- Não quer nem ver um vídeo da nossa música?
- Não quero escutar sua musiquinha adolescente! - ele continuava a não voltar sua atenção a mim. - Rostinhos bonitos como o seu enchem esse lugar de meninas, não ligo se são mais 20 de você, quinta feira não se atrasem!
- Ok, ok, obrigado Antônio...
- Tony pra você! - Ele apontou o dedo na minha cara e finalmente me olhou nos olhos, me caguei todo e voltei pro meu lugar.
Na janela atrás dos meninos, passou um cabelo longo platinado, que fez com que meu cérebro se desligasse por uns segundos e eu correr atrás de uma mecha de cabelo que tinha visto.
Connor e Brad me acompanharam com os olhos, pude sentir minhas bochechas doerem de tão forte que era meu sorriso, eu ia ver ela de novo, conversar com ela de novo, ouvir ela de novo...
- Liz! - Coloquei minhas mais no seu ombro.
- Perdão? - Mas não era ela, a garota se virou e não era ela, me olhou de cima a baixo e pediu meu número mas a decepção era grande demais para flertar a essa hora do dia. Não era ela.
Voltei pra dentro da pizzaria do Tony, como um cachorro molhado perdido com o rabo entre as pernas. E me sentei ao lado dos meninos.
- O que foi aquilo? - Brad me perguntou dando uma mordida em seu hambúrguer.
- Nada que seja da sua conta Bradley Simpson! - Respondi puto enchendo as mãos com as batatas de Connor.
- Ei ???? - O baixista respondeu puto de volta.
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|| {Can we dance?} ||
FanficEu falo um monte de merda quando eu estou bebendo E sou conhecido por ir rápido demais Não ligue para meus amigos, eu sei que eles são loucos Mas eles são os únicos amigos que eu tenho Eu não te conheço Mas eu gostaria de pular a conversa fiada E i...