Capítulo 8

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Pv.Ludmilla

-- Eu também te amo.-- Disse olhando para seu rosto.

-- Eu não me importo.-- Disse olhando para o lado direito.

Suspirei sentindo meus olhos marejarem e funguei chamando a atenção dela.

-- Você vai mesmo chorar? Isso é alguma forma de chamar a minha atenção? Você não vai conseguir, eu quero que você jante sei lá o que que você pediu, e me leve para casa, eu exijo que fale comigo o básico, não quero ser sua amiga, serei sua secretária, e você vai fingir que nunca me conheceu antes, você ouviu bem Ludmilla?-- Perguntou irritada.

E como se todas as suas palavras fossem facas, eu me senti sangrando, na verdade, eu estava tendo uma hemorragia, uma hemorragia de dor, causada por alguém que eu tanto amo, e que achei me amar também.

Esse sentimento que ela adotou como amor, é apenas sei lá o que, pena talvez de me ignorar tanto.

Eu me levantei, tudo sobre seu olhar, e caminhei lentamente até o balcão daquele restaurante. Cancelei meu pedido e eles insistiram para que eu levasse ao menos um vinho.

Não aceitei, porque eu pedi três garrafas de vinho e duas de whisky, eu iria me afogar hoje mesmo.

Paguei tudo e sem falar nada para ela, olhei em seu rosto e ela se levantou passando à minha frente.

A viagem até sua casa foi silenciosa, quando estacionei, ela desceu imediatamente, e eu nem havia desligado o carro, arranquei com tudo sem dar a chance dela me dar um boa noite.

(...)

Eu via as luzes de Londres apagando aos poucos, e sabia que a madrugada estava chegando.

Me perguntava se à esse momento, ela também pensava em mim, como eu pensava nela.

Eu estava sentada na poltrona que tinha na sacada do meu apartamento, uma garrafa de vinho estava em uma das minhas mãos, e um cigarro na outra.

Eu nunca fui de fumar, mas depois que tudo aconteceu, fumar e beber se tornou meu refúgio.

E minha única pergunta era: Você realmente um dia me amou? Parece que todo aquele sentimento que ela demonstrava ter, se esvaiou, igualmente a fumaça desse cigarro que agora é o meu melhor amigo.

Nós tínhamos uma forte amizade, tínhamos um vínculo, uma conexão, e a droga de um acidente, foi o fim da minha vida, sim, da minha vida, porque minha amizade com ela, era a minha vida.

(...)

Eu costumava passar pelo balcão onde Brunna estava sentada e dar um bom dia simpático, mas nessa "bela" manhã de segunda, eu decidi não o fazer.

Passei por ela com a cara fechada, arrumando os botões da minha jaqueta.

Fechei a porta e fui direto para o meu mini bar. Enchi meu copo com meu whisky e coloquei alguns cubos de gelo ali.

-- Bom dia.-- Ouvi a voz de Brunna e eu continuei fitando o copo em minhas mãos. -- Bom dia.-- Ela disse um pouco mais alto.

Me virei sem olha-lá e caminhei vagarosamente até minha mesa, abri a gaveta que tinha ali, e peguei a pilha de papéis para ela.

Arrastei até a ponta da mesa e sentei na minha poltrona, não olhei para ela, minuto nenhum.

Rodei com a cadeira e ouvi um suspiro seu, logo eu sabia que ela havia saído da sala.

Suspirei e virei o copo fazendo o líquido queimar na minha garganta.

Me levantei e fui até o bar novamente e peguei agora uma garrafa de vodka.

-- Você vai se matar desse jeito. -Dei um pulo ao ouvir a voz de Gina.

-- Gina?-- Perguntei surpresa.

-- Sua secretária nova quase não me deixou entrar, tive que dizer qual papel importante eu tenho na sua vida.-- Se aproximou e eu sorri -- Senti sua falta.-- Abraçou meu pescoço.

-- Eu também senti a sua.-- Abracei sua cintura e me agachei para abraça-lá. -- Quando chegou à Londres?-- Perguntei caminhando até o sofá que tinha ali e me sentei.

-- Ontem à noite, te liguei e tudo mais, dava desligado.-- Sentou ao meu lado.

Suspirei e passei as mãos no cabelo, ela sorriu mordendo o lábio e se inclinou começando a brincar com os botões da minha jaqueta.

-- Sabe...Pensei em você a viajem inteira.-- Disse me olhando nos olhos. -- Pensei que poderíamos nos divertir um pouco.-- Desceu sua mão por minha barriga.-- O que acha?-- Perguntou sorrindo de lado.

-- Acho que você deve levantar e trancar a porta.-- Falei olhando em seus olhos.

Ela sorriu e se levantou rapidamente indo até a porta e à trancando, provavelmente Brunna escutou o som do tranco mas eu não me importo com o que ela pensar.

-- O que quer fazer.-- Perguntei tirando minha jaqueta.

-- Hum...-- Sentou no meu colo -- Vamos com as preliminares.

-Não precisamos disso. -Falei alisando suas coxas.

-- Talvez eu queira, te provocar um pouco.-- Disse baixinho no meu ouvido e chupou o lóbulo da minha orelha.

-- Gina...-- Apertei sua cintura -- Não devíamos.-- Falei baixo.

-- Por que? Eu e você somos adultas, solteiras, já fizemos tantas loucuras.-- Disse rebolando no meu colo.

-- Quando éramos adolescentes Gina, quando eu tinha quinze anos.-- Mordi o lábio quando ela fez uma pressão ali.

-- Eu fui a sua primeira, não tem um mínimo de consideração por mim?-- Perguntou ofegante.

-- Tenho, como amiga.-- Falei empurrando seu corpo para o lado e vi que eu estava com una ereção.
-- Droga.-- Passei a mão por cima da minha calça e Gina bateu na minha mão.

-- Qual é?-- Falou arrastadamente enquanto passava a mão por cima da minha ereção -- Não sente falta das minhas mãos, macias?-- Fechei os olhos.

-- Gina, para.-- Pedi em um fio de voz.

-- À quanto tempo você não transa Ludmilla?-- Perguntou apertando meu pau e eu mordi o lábio.

-- Desde antes de entrar na uni.-- Falei e Gina parou me fazendo abrir os olhos.

-- Você tem...-- Parou para contar. -- Quase seis anos sem sexo?-- Perguntou incrédula e eu assenti suspirando -- Ah meu amor, eu irei mudar esse quadro -- Sentou no meu colo novamente e tomou meus lábios em um beijo.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora