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Sana havia acabado de terminar com as louças no restaurante onde era chef de cozinha. Sentia as pontas dos dedos enrrugadas por efeito do tempo que ficaram em contato com a água enquanto se dirigiu até o vestiário, apagando as luzes da cozinha antes de sair do comodo.
Havia liberado todo o pessoal por hoje, era sexta-feira e ela daria conta de fazer uma pequena limpeza já que não tinha ninguém a esperando, diferente dos outros que provavelmente foram a encontro de familiares e amigos.
A japonesa de cabelos pretos soltou um suspiro ao tirar o avental, o colocou dentro da máquina que havia ali para que fosse lavado e sentou no longo banco de madeira que ficava em frente aos armários. Com o seu armário escancarado, enquanto escutava apenas o barulho da máquina de lavar, ela começou a desabotoar o seu dolmã enquanto cantarolava uma música qualquer que estava em sua cabeça e depois de o colocar de qualquer forma dentro da bolsa se deitou no banco, agora vestindo apenas uma regata branca simples na parte superior do corpo, e descansou as costas no mesmo. Quando sentiu o alívio em suas costas ela soltou um pequeno gemido enquanto possuía os olhos fechados.

- Não esquece de tirar o chapéu. Você sempre esquece de tirar o chapéu Sannie.

Essa voz.

- O que está fazendo aqui? Achei que tinha te mandado ir em bora. - A japonesa falou sem abrir os olhos, sabendo que Dahyun estaria em pé na porta do vestiário mal iluminado.

- E eu lembro de dizer-lhe que você não se livraria de mim, não dessa forma. - Ela soltou um pequeno riso.

Com um suspiro fundo a japonesa abriu os olhos e levantou o tronco, levando o olhar a garota que a encarava com os braços cruzados e os ombros apoiados no batente da porta.

- Por que não me deixa em paz por livre e espontânea vontade? - Ela tirou o chapéu que fazia parte de seu uniforme e o jogou na bolsa de roupas - E o nome é xapô, não chapéu, idiota.

- Chapéu, xapô, capô tanto faz, é um boné de cozinheiro - ela deu de ombros enquanto a japonesa revirava os olhos - E, eu não vou embora porque você não quer que eu vá embora. Eu já te disse que sou uma manifestação da sua cabeça - Ela deu de ombros e então sumiu, e apareceu sentada ao lado da mais velha com o braço pelos ombros dela - E você sabe exatamente o motivo da tortura que você mesma se causa, se você não for visitar ela ou eu devia dizer eu? Enfim, se não for me ver, e tentar ajudar a minha versão real, sabe que a culpa vai te consumir querida. E se você acha que eu sou ruim, nem imagina o que a sua cabecinha pode fazer. - Ela puxou o queixo da garota ao lado, ficando olhos aos olhos com ela - Você tem meia hora pra se lavar e se trocar. Se depois disso não for ao hospital, não vou poder te proteger de si mesma, querida. - E sumiu para algum lugar da cabeça de Sana, que suspirou se levantou e pegou sua toalha para tomar banho.

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Ainda com as pontas dos cabelos molhadas, Sana caminhava enfrentando o vento levemente frio daquela noite. Ela estremecia vez ou outra visto que havia tomado um banho quentinho e aconchegante, mesmo que breve, antes de sair do vestiário e do restaurante.

- Sinceramente não sei se estou louca por estar vendo coisas ou por estar obedecendo essas coisas - murmurou para si antes de deixar um suspiro sair pelo seu nariz

- Você não é louca, Sannie. - Lá estava o fantasma mental, de novo, aparecendo do nada e causando um pequeno susto na japonesa.

- Por Deus! - Ela exclamou com a amão por cima do coração, sentindo-o correr um pouco enquanto via o fantasma de um dos seus medos flutuar pela rua, que inclusive já era extremamente próxima do hospital, que já era visível ao outro lado co cruzamento.

O hospital em questão era muito grande, um dos maiores da cidade inteira e dos mais ricos também. O prédio era completamente branco e tinha uma enorme parte de vidro em sua perspectiva frontal.

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⏰ Última atualização: Oct 23, 2020 ⏰

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