Capítulo 7

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 Nicole Haught

Eu não acredito que ela virou as costas para mim e saiu andando como se nada tivesse acontecendo, como uma criança mimada que foi pega no flagra e finge que nada aconteceu. Que mulher irritante! O que eu estou fazendo aqui?! Estou toda molhada por causa da chuva e também do vidro do carro que não fechava, cansada, vim ajudar uma mulher irritante que parecia estar de bom humor, se é que eu poderia dizer isso, quando foi me ajudar no carro, e a agora muda do nada por algo que eu tenho quase certeza que ela falou e olha que eu não repeti. Tenho quase certeza que ela me acha sexy.... Ela falou ou não falou isso? Droga! Por que eu não consegui pegar aquele gravador... tenho certeza que ali eu teria a resposta de verdade, não o que ela estava tentando fazer. Quando ela encostou em minha mão para evitar que eu pegasse o gravador eu senti algo que não sei explicar, sem contar que aqueles olhos me encarando, parecendo incertos do que fazer estava me atraindo. Mas tudo isso passou no momento em que ela me respondeu como se eu estivesse de brincadeira o tempo todo no laboratório, até parece que sou uma criança ou não tenho nada melhor para fazer. Ainda não acredito que ela saiu assim, me dando as costas, sabe de uma coisa, também vou embora!

Fui pegar minhas roupas ainda molhadas, pois não queria sair de jaleco por aí. Nisso, ao chegar próximo da saída, notei que ela estava lá, parada, parecia não saber o que fazer. Descobri que a chuva tinha aumentado e para melhorar, tudo estava alagado de tal forma que sair do laboratório seria impossível. Voltei para o laboratório de cara fechada, ela nem sequer me encarava.

Sentei em um canto qualquer onde desse para me encostar melhor. Apesar do aquecedor ligado, estava frio ou talvez minhas roupas molhadas. Comecei a espirrar. Era só o que me faltava. Ela sem falar nada, me estendeu um lenço de papel. Aceitei e nada disse também. A conversa que já não existia antes, piorou agora. Pouco tempo depois, falta luz. E começo a tremer de frio e ela aparece diante de mim, me pegando de surpresa.

- Você deveria tirar sua roupa molhada. Ela disse com cautela, parecia ponderar - Tire a parte de cima da sua roupa e coloque este casaco. Não deve ficar muito bom em você, mas pelo menos está seco. Ela disse.

- Não, obrigada. Estou bem. Eu disse espirrando mais uma vez e ainda irritada.

- Pare de ser rabugenta e vá se trocar, por mais que fique curto, pelo menos assim não ficará doente. Ela disse tentando mais uma vez, porém eu estava irredutível.

- Não, obrigada.

- Por favor? Faça o que estou pedindo... e me desculpa por mais cedo. Falou um tanto sem graça, notei pela sua voz. - Se não se trocar, passarei o resto da noite insistindo.

- Ok! Não estou com humor para ficar ouvindo você tagarelar. digo e ela bufa. 

Troquei a roupa ali mesmo, estávamos sem luz e não dava para ver muita coisa mesmo, apesar de eu sentir seus olhos sobre mim, mesmo no escuro. Coloquei o casaco dela. Obviamente ficou curto, mas de fato estava me sentindo melhor que as minhas roupas molhadas, mas ainda assim eu estava com frio. Considerando que eu estava cansada, estressada - ela me estressa - provavelmente minha imunidade estava baixa. Apesar de médica esperava que não tivesse febre tão rápido. Só que, apesar de habituada ao clima, estava de fato frio naquela tarde de outono, mais ou menos uns 10 graus. Ela resolveu sentar ao meu lado. Percebendo que eu ainda tremia, ela se levantou e foi tateando algo. Nós ainda não tínhamos trocado nenhuma palavra. Além do meu ok. Um tempo depois ela volta. E sugere que nós duas fiquemos próximas uma da outra e nos cobrirmos com os jalecos.

- Esses jalecos estão limpos? Perguntei.

- Sim, eu os peguei de dentro do armário. Seria mais útil se nós cobrirmos juntas com eles, assim manteríamos melhor nossa temperatura e nos aquecermos mutuamente, o que acha? Sua voz me pareceu sincera.

- Tudo bem.

Nos encostamos sem dizer nada. Eu espirrava muito e tentava me afastar, mas ela decidiu passar os braços por trás de mim, não me permitindo sair. A sensação do braço dela e dela ao meu lado me causava um efeito sem igual. Essa mulher apesar de irritante, tinha um lado zeloso que eu não achava possível. Eu não a entendia. Eu estava sonolenta.

Não sei quanto tempo se passou, eu não sabia que tinha adormecido, alguém me chamava... a voz era doce e suave, um sotaque engraçado, mas muito fofo. Sinto suaves toques nos meus ombros, resolvo abrir os olhos. Percebi que estava com minha cabeça sobre os ombros da Dra. Earp., a vendo de tão perto senti algo dentro de mim, percebi que seu toque era suave ao mesmo tempo me queimava. Corei ao pensar o que seu toque estava fazendo comigo e a ver de tão de perto me deu um desejo inebriante.

- Ei, Nicole... Nicole? Acorda, a luz voltou. Psiu, Haught... A voz doce e delicada junto a suaves toques falava.

- Hum... oi? O que? Falei grogue de sono e Num sobressalto, percebo que tudo era muito real.

- Desculpe... falei sem graça e sem saber o que falar.

- Não tem problema, vamos ver se conseguimos ir embora daqui, já é tarde. Ela falou num tom de cansaço e algo que me pareceu zelo.

- Sim, pela falta de barulho acho que a chuva já deve ter parado. Vamos ver se a rua não está mais tão alagada.

Saímos do laboratório indo em direção a entrada, notamos que seria possível tentar irmos para casa. Já era de madrugada, percebi que a Dra. Earp não estava de carro então resolvi propor uma carona no meu carro, que deveria estar molhado...

- Você veio de carro? Perguntei ainda sem graça.

- Não, mas são apenas uns quarteirões daqui. Ela parecia cansada também.

- Aceita uma carona?

- Não, obrigada. Eu vou sozinha.

- Olha, está tarde, choveu, você não sabe como pode estar o caminho e como você me ajudou mais cedo com o carro, acho justo te levar e não vou aceitar não como resposta. Insisti.

- Ok, você venceu, mas eu estou hospedada no hotel da cidade.

- Sei bem onde e fica, entra vou te levar.

- Eu vou aceitar só porque eu estou exausta. Diz num tom de cansaço

A viagem do laboratório para a casa dela foi silenciosa. Ao chegar fomos nos despedir, mas nenhuma sabia como. Ficamos sem jeito e foi só aquele tchau, até mais, sem abraço, beijo ou qualquer outra coisa. Fui para minha casa, alimentei CJ e cai na cama de qualquer jeito. Exausta. E adormeci ...

Estávamos no laboratório, estava chovendo muito e eu estava toda molhada. Minha blusa branca ficou transparente eu fiquei sem jeito, ela vinha em direção a mim e meu coração acelerava. Ela me olhava com desejo.eu senti meu coração errar a batida. Resolvi me trocar, mas ao retirar a blusa ela ficou presa, pedi sua ajuda ela vem ao meu encalço. Porém sou muito alta, ela me posicionou próximo aos degraus do vestiário. Pois assim eu diminuía a diferença de estatura. Desta forma, ela ficou pouca coisa mais baixa que eu, no momento que ela puxou minha blusa, ela desequilibrou e caiu sobre mim, eu a segurei. Nossos corpos se colaram por um tempo, pude sentir seu corpo em chamas tudo parecia lento, nós olhamos com desejo e eu não resisti e a observei seus lábios nisso ela morde o lábio inferior e eu sinto que meu corpo vai entrar em explosão, mordi meus lábios olhando os delas. Não via mais nada além dela, seu corpo quente sobre o meu, minhas mãos na sua cintura o contraste das temperaturas, quando iríamos nos beijar...

O Despertador toca eu acordo e fico com raiva de mim mesmo por estar com esse tipo de sentimento por alguém tão arrogante e egoísta. Levanto da cama e vou fazer minha higiene matinal...


Olá pessoas lindas tive que publicar o capítulo mais cedo hoje pois eu tenho aula a noite, aliás a parte do sonho vai ser na visão das duas espero que gostem, muito obrigado por cada leitura e bom capítulo, um super beijo. 

Wayhaught (Ossos da discórdia ) EM REVISÃO DOS ULTIMOS CAPITULOSOnde histórias criam vida. Descubra agora