Bostas e calcinhas

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— Onde o Naruto foi enfiar o pinto enrugado dele?

Me encontrava sentado em frente ao bebê o encarando a quase meia hora. O menino era animado demais pro meu gosto e já tinha alagado toda a casa de baba, e ainda ficava me chamando de papai a cada dois minutos.

— O que tanto você me olha? Eu sei que sou mais bonito que seu pai vagabundo. Acredita que ele abandonou você? Deveria cobrar pensão alimentícia.

Soltei um suspiro só agora notando uma bolsa enorme do lado dele, e resolvi ir bisbilhotar pra vê se havia alguma salvação dentro dela. Talvez eu encontrasse uma mini babá.

— Papai.

— Já falei que não sou seu pai, tá vendo algum loiro burro aqui? — resmunguei enquanto o menino continuava a bater palmas me chamando de pai.

Abri a bolsa amarela encontrando várias roupas do moleque, brinquedos, mamadeira, fraudas, chupetas, meias, luvas e toda Nárnia. Mas o que me chamou atenção foi uma carta cor de rosa com o nome do Naruto escrito na frente.

Abri a bendita carta apertando os olhos pra conseguir ler aquela letra feia do caralho.

"Naruto esse é seu filho Boruto, resultado da nossa noite de amor na caçamba de lixo, amei aquele dia só pra deixar claro. Nosso filho tem oito meses e é lindo e inteligente, eu nunca tive a oportunidade de apresenta-los mas agora preciso fazer uma viagem importante que levará meses, então cuide bem do nosso filho até eu voltar.

Assinado Hinata Hyuuga."

Credo tanto lugar pra transar e esse povo escolhe logo uma caçamba de lixo? Por que não um trator?

Essa mulher só pode ser louca de deixar o filho dela com qualquer um, até a vizinha era mais seguro do que deixar com o traste do Naruto. O problema é que agora não posso nem largar o menino na porta da igreja porque ele não é órfão.

Voltei a olhar pro menino que balançava os pés gordos animado, não percebendo que tinha sido abandonado pelo pai e mãe. Pobre iludido.

— Sua mãe vai ficar fora alguns meses e o vagabundo do seu pai em algum momento terá que voltar, então o que nos resta é eu cuidar de você por enquanto. O que você acha? — comentei encontrando a única solução para aquele problema.

Boruto bateu palmas continuando a me chamar de papai, parecendo estar de acordo com a ideia.

— Gostou né seu pilantra? Não nega o sangue folgado do pai.

O problema agora era que eu precisava trabalhar, e bebê e trabalho não combinam na mesma frase, mas eu não tinha outra saída a não ser levar o pivete comigo.

— Não sai daí que eu vou colocar uma roupa e já volto.

Fui para o quarto e entrei no banheiro pensando em coisas boas como Sakura de calcinha, eu só precisava relaxar que daria tudo certo. Era apenas um bebezinho indefeso, não um mutante sem freios comedor de carne, eu daria conta numa boa porque sou um cara tranquilo e compromissado com os meus trabalhos.

Cuidar de um bebê seria moleza para mim, apenas um treino para quando eu tivesse os meus oito filhos com Sakura, ela vai se orgulhar de mim.

Coloquei meu uniforme brega, cujo era uma fantasia de cachorro gigante horroroza e me preparei para mais um dia de trabalho naquele inferno de lanchonete.

Eu só nunca me demiti daquela porcaria porque dava uma boa grana.

— Bebê estamos atrasos. — resmunguei vendo duas ligações perdidas de Kiba no meu celular, imaginando que ele deve tá querendo me matar.

Pai por enganoOnde histórias criam vida. Descubra agora