Como dizer não?

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Nota da autora:

Inspirado neste vídeo 

Vi o nome piscar na tela e a familiar sensação do estômago ir aos pés misturada com um pinicar em minhas extremidades tomou conta de mim.

Mandei direto para a caixa postal, jogando o celular ao meu lado na cama e desabando meu corpo para trás. Encarei o teto, batucando os dedos sobre a barriga, ouvindo a ladainha repetitiva em minha mente, como se arrancasse as pétalas de uma flor.

Ligar de volta.

Não ligar de volta.

Então o aparelho vibrou mais uma vez.

Peguei meio trêmula, sabendo que não devia e mesmo assim não tendo real vontade de resistir.

Abri a notificação de mensagem, encontrando um vídeo. Apertei o play e prendi o ar.

Aquele rosto esculpido pelo pecado e a perdição surgiu. A voz rouca e preguiçosa, a melodia da própria luxúria. E os olhos...

Ah, os olhos claros daquela cor indefinida que migrava do verde para o azul.

Aqueles olhos eram lascivos de uma maneira que não sabia descrever.

Eles eram a chave para minha irracionalidade e quando ficaram de ponta cabeça na tela, enquanto ele dizia "se estiver acordada sabe onde me encontrar" fizeram com que perdesse qualquer resquício de bom senso.

Antes que a razão convencesse meu corpo que aquilo era uma péssima ideia, me vesti às pressas, pegando a chave do carro e fazendo o trajeto que decorei bem nos últimos meses.

O caminho do declínio do meu coração.

Não prestei atenção ao que fazia ao dirigir, foi como um reflexo natural, me levar até ele.

Meus pensamentos só tinham espaço para lábios perfeitos e mãos grandes que deslizariam pelo meu corpo em instantes.

Pareceu um piscar de olhos até eu estar em sua porta e como sempre, não estava preparada para a eletricidade fenomenal que me envolvia toda vez que ficávamos frente a frente.

Robert estava ali, perfeitamente lindo.

Ele ainda usava a mesma blusa verde de quando mandou o vídeo e apesar de ter visto apenas seu rosto na tela do celular, soube de imediato que a peça de roupa devia ter caído com perfeição no peito bem definido.

Não me decepcionei.

O sorriso que me deu ao abrir a porta, fez meus joelhos tremerem.

Era aquele tipo de sorriso que parecia ser despretensioso, mas faria qualquer garota sonhadora se apaixonar em um segundo.

— É a última vez. — Atirei minha boca sobre a sua, chutando a porta atrás de mim.

Ele segurou minha cintura, colando meu corpo ao seu, me arrastando a ponta dos pés conforme dava passos para trás, os lábios finos e sensuais, dançando com os meus, o toque áspero da barba de apenas um dia roçando em meu rosto, fazendo um ardor delicioso descer até meus dedos dos pés, que se curvaram.

— Não é não — disse em minha boca, a rouquidão retumbando dentro de mim e nos tombou no sofá.

Tive vontade de socar seu peito e grunhir. Gritar que ele não tinha o direito de me ter assim, totalmente rendida, inegavelmente pertencente a ele, ainda que na verdade, ele não me quisesse por inteira.

3 A.M - Robert Pattinson - One ShotOnde histórias criam vida. Descubra agora