CAPÍTULO 8: ALIE

71 9 9
                                    



- 7 ANOS ATRÁS -


Jake Griffin é um homem com uma missão.

Ele luta há anos para encontrar um meio de fazer Polis e Arkadia deixarem suas diferenças de lado. E não tem sido uma tarefa fácil.

Não é que os países sejam diferentes. É que eles não poderiam ser mais diferentes.

Arkadia é um país pequeno, extremamente organizado em um grande complexo tecnológico de metal e concreto que se estende como uma única grande cidadela. As áreas verdes existentes foram todas estrategicamente colocadas para servir algum proposito específico. Sua economia sobrevive basicamente de exportações de componentes eletrônicos e seu principal parceiro econômico é Sanctum.

Prédios gigantescos são utilizados para plantação então a alimentação da população é toda baseada em vegetais e grãos. A água que eles consomem é extremamente tratada ou, para os mais ricos, importada, já que o país não tem uma fonte natural que os permita ser autossuficiente.

O clima é ameno, a educação e por lei nenhuma criança pode ter acesso negado à escola. Crimes como corrupção, homicídio e roubo têm penas duras, mas são incomuns. E seus líderes são escolhidos pelo voto democrático da maioria. É tudo perfeitamente... civilizado.

Polis, por outro lado, é um país gigante, selvagem. Algumas áreas que o compõe são inexploradas e seu clima é extremamente variável. Em alguns cantos é agradável, em outros um verdadeiro deserto e, nas regiões mais ao norte a neve cai forte em todas as estações do ano. Sua população também é gigantesca. Nenhum censo foi realizado, mas acredita-se que a proporção de Grounders para o Povo do Céu seja de quase 7 para 1.

Mais importante que isso é o fato de que eles odeiam tecnologia e tudo que ela representa, um problema grave para Arkadia, seu país vizinho. Sua nação é dividida em 12 clãs cada um com características próprias tão marcantes que o país luta para se manter como uma unidade federativa a mais de um século, sendo altamente provável que não demore muito para que uma guerra interna tenha inicio.

Seu conceito de uma educação apropriada é totalmente diferente do Povo do Céu. Cada região tem regras próprias e a distância entre os vilarejos e as características de cada clã dificultam a implementação de um sistema único. Algo que sequer é motivo de preocupação para os Grounders.

Então as crianças, a depender do clã a que pertencem, são ensinadas a pescar, lutar, plantar, guerrear, rastrear. Ler e escrever não são uma prioridade. A agricultura, embora limitada pela falta de tecnologia, é um dos maiores indicadores econômicos do país e, para crédito deles, Polis é um das nações com o maior índice de sustentabilidade ambiental. Já que eles não têm uma cultura de consumo eles naturalmente produzem menos lixo.

Seu sistema de governo, no entanto, é baseado em uma religião que Arkadia nunca realmente compreendeu. E não faz questão de compreender. Eles só sabem que as crianças que nascem com anomalias genéricas que as faz sangrar negro são treinadas como guerreiras e quando o Comandante, Heda, morre, um conclave é realizado. Esses jovens lutam até a morte até que reste apenas um. O sobrevivente é ungido como o líder de Polis, o novo comandante.

O país tem crenças tão enraizadas na santidade desse sistema que tudo gira em torno dele. Provavelmente é por isso que a população tem tanto medo de tecnologia. Não é exatamente em razão do que ela é capaz de fazer, mas sim do que ela representa e das mudanças que ela trás.

GUERRA INTERNAOnde histórias criam vida. Descubra agora