My Peace Point.

[capítulo 2 | arena.]

𝓝𝓸 𝓮𝔁𝓲𝓳𝓪𝓼 𝓺𝓾𝓮 𝓷𝓸 𝓼𝓮𝓪 𝓪𝓼𝓲
𝓝𝓸 𝓱𝓪𝔂 𝓯𝓻𝓪𝓬𝓪𝓼𝓸 𝓬𝓾𝓪𝓷𝓭𝓸 𝓱𝓪𝔂 𝓪𝓶𝓸𝓻.

Por Dulce:

Diferente do horário da manhã, que passou voando, a parte da tarde foi se arrastando.
Pode ser porque eu fiquei a maioria do tempo sentada arrumando os últimos detalhes da parte chata da coleção.

Fechei com várias fornecedoras, menos mal,Annie e Christian vão ficar bem aliviados.

Olhei para o relógio e já marcava quatro da tarde, estava faminta já. Só aquele café da manhã no meu estômago até agora, estava azul de fome, mas como já está na minha hora de ir acho mais viável pedir comida em casa, hoje eu não estou muito afim de cozinhar.

Saí do ateliê com Annie ela iria me dar uma carona.
Entramos no carro bem satisfeitas pelo dia de hoje, jogamos algumas conversas fora e ela me disse como estava indo as coisas com Alfonso, na verdade Poncho, seu noivo.

Eu tinha muito carinho por Poncho. Assim como eu, anahi, já sofreu muito em relacionamentos rasos e hoje, poder ver aquele brilho nos olhos, me deixava feliz por e com ela.

Me despedi dela e segui para o elevador, meus pés doíam, foi um dia bem cansativo.
Feliz eu estava, ou um pouco aliviada... Faz tempo que a minha vida está nessa mesmice sempre.

Tenho que procurar alguma ajuda profissional, as vezes nem mesmo o meu trabalho tem me dado algum escape, o cansaço mental e o físico tem me consumido. Se ao menos Paco viesse fazendo aquelas surpresas desde o começo, ia ser ótimo.

Perdida, mais uma vez, nos meus pensamentos sou despertada pelo interfone do prédio dizendo que a minha refeição chegou. Vou correndo pegar, já era 20h.

Depois de jantar com a minha própria companhia, decido ligar pra ele, Paco, estou com saudade de poder conversar.
Por mais que as coisas não estejam lá essas coisas eu sou muito apegada a ele.

Um toque, dois, três e quatro...
No quinto ele atendeu.

- Oi,Paco.

- Olá,Dulce.Como está as coisas aí?- notei que tinha uma impaciência na sua voz,não sei se estou incomodando ligar pra ele.

- Está tudo bem, muito trabalho.- disse sorrindo, estava feliz por estar tão empenhada.
- arrumando os últimos detalhes para a nova coleç...-fui interrompida por ele antes mesmo de terminar de dizer as novidades.

-Dulce, posso te ligar mais tarde? Estou cheio de trabalho e imagino que você esteja muito cansada.- realmente, as palavras que ele falava saíam de forma áspera e direta até demais, um belo soco no estômago, eu diria.

-Certo, tudo bem. Boa noite.

-Boa noite, te retorno assim que der.

Sentada na cama olhando para o celular tentando compreender o que de fato está acontecendo comigo,com a gente,isto é, se ainda existe ele e eu.

A frieza de como as coisas estavam, de como ele estava,me causava um nó na garganta.

Não me imagino sem ele, mas eu já estou sem ele. Me acostumei. com a solidão.
Desde que ele disse que teria que aumentar as horas de trabalho e também as viagens eu fiquei com um incômodo no peito.
As coisas já não estavam bem e ele parecia que não fazia questão e eu, me sentia exausta!

Aquela expressão, muro em ponta de faca.
Parecia se encaixar perfeitamente.
Quanto mais eu queria que desse certo, mais eu me entregava, mais eu me doava, mais eu sonhava, mais eu chorava, mais eu me iludia...

Promessas, promessas feitas no calor de emoção e que me fazia acreditar e sonhar.
Aquela Dulce, ingênua e sonhadora estava sofrendo uma metamorfose de altos e baixos.
Se adaptar as mudanças não era fácil, mas foi assim que aconteceu.

Adormeci em meus pensamentos turbulentos. Acordei com aquele bendito despertador tocando, olhei para o telefone, era sábado não acredito que esqueci de desligar o alarme. Olhei para o histórico de chamadas e não havia nenhuma de Paco.

-Já era de se esperar, Maria.

Levantei e decidi que hoje iria dar uma geral no meu apartamento, fazer umas compras no mercado e no domingo iria ficar no sofá assistindo série e filme com um belo pode te sorvete e chocolate branco.

Como era de se esperar assim passou o meu sábado. Domingo foi se arrastando e ah, detalhe; sem nenhum sinal de Paco.
Decidi não ligar, pelo menos nesse tempo de espaço.

Segunda-feira, um dia de recomeço, mais uma semana, oportunidade e não sei mais o que.
Estou tentando começar essa semana de uma forma diferente. Com mais energia positiva e paz interior, esquecendo da melancolia do meu final de semana.

A quem eu quero enganar? Sei Annie soubesse tinha me dado um tapa bem dado.

Já estava quase chegando no ateliê quando meu celular começou a tocar era um número desconhecido, fiquei tensa na hora.
Sempre fico com o coração na boca, motivo, essas viagens do Paco, morro de medo de que aconteça algo com ele.

Respirei fundo, passei as minhas mãos suadas na minha saia de linho e atendi, fiquei paralisada ou ouvir aquela linda e rouca voz.

-Senhorita Portila, bom dia!

-Ér... Bommm, bom dia. Quem está falando?- meu coração acelerou fortemente ao ouvir aquela voz que me causou um certo arrepio.

- Sou o Uckermann. Christopher Uckermann. Sou da empresa de tecidos Virtuous, que a senhorita entrou em contato na sexta passada. Desculpe a demora, estava em uma viagem com a exportadora.

-Ah, sim. Certo. Não tem problema, senhor Uckermann.- não sei o que está havendo, mas meu coração está saltitando dentro de mim. Pare com isso, Dulce. Foco e foco.

-Então, o que a senhorita gostaria de saber sobre os tecidos?

- Bom, para falar a verdade eu gostaria de ver pessoalmente.

-corei de vergonha, meu Deus, ele poderia interpretar mal a minha resposta. -Digo, fazer uma avaliação do material.- por Deus, Maria! Você está piorando as coisas. Nem me dei conta de que havia chegado na ateliê, já fui logo me jogando na cadeira da minha sala.

-Sim, sim. Vamos combinar isso por e-mail. Me passe tudo oque quer ver, planilha de quantidade e preços e o que mais quiser.- parecia que ele não notou minhas palavras desajeitadas.

- Muito obrigada, senhor Uckermann. Tenha um ótimo dia.- podia apostar que eu estava vermelha igual a um pimentão.

- Até, senhorita. Passar bem.

Bom, depois dessa ligação tenho que me organizar e conversar com Annie. Essa coleção tem que ser um marco do nosso ateliê. Estou com um pressentimento bom, deve ser apenas coisa da minha cabeça. Bom, vamos ao trabalho.

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