15- Era verdade

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Dan

Passei uma semana sem ir para a faculdade, eu não tinha disposição para isso. Falei que estava doente e passei à estudar no meu quarto, só saía para deixar a Ana, que normalmente sempre voltava com seus amigos que moravam aqui por perto. Sempre que eu desanimava de tudo, era por pensar muito no meu futuro, no meu presente, e principalmente sobre o meu passado.

Nesses dias em casa, passei a ajudar mais o meu avô com aquela papelada, ele me ensinou como funcionava tudo e como tudo circulava, falou sobre as reuniões que ele tinha e de como controlava tudo.

- Sabe hija... nunca deixe alguém passar por cima de você, independentemente de quem seja. - ele diz enquanto acendia um charuto. - isso te deixa fraca, e deixar o seu inimigo ver a sua fraqueza, é burrice. - solta a fumaça.

- Abuelo, como consegue ser uma pessoa tão temida? - pergunto curiosa.

- As vezes é preciso fazer muitas coisas além das que você quer, tem que mostrar e fazer com que todos a temam. - ele explica.

- Tá falando de... matar alguém? - pergunto o olhando, fazendo ele balançar a cabeça em um sim.

Meu avô nunca tinha dito coisas do tipo para mim, ele sempre me deixava bem longe desses assuntos, mas esses dias em casa nos fez passar mais tempo juntos, e talvez seja por isso que ele resolveu contar a maneira certa de como fazer tudo funcionar. E talvez eu precisasse saber, caso algum dia quisesse trabalhar para ele. Eu faria tudo por quem fez de tudo por mim.

Um dia depois da festa, o Erick me mandou uma mensagem, eu já não lembrava que havia passado meu contato para ele. Durante esses dias, nós estivemos nos falando com muita frequência, o bastante para já termos saído juntos, ele era uma pessoa legal e parecia me entender, mas sempre que ele me chamava para sair eu conseguia uma desculpa, eu realmente não queria ver ninguém.

Cheguei em um nível que eu precisava sair do estado em que já estava, pensei sobre o que o abuelo me falou, sobre fraqueza, e por mais que eu tivesse várias, não podia mostrar elas, e foi o que fiz por toda a minha vida... mas dessa vez eu não poderia demostra-la nem para mim mesma. Acordei decidida à mudar tudo, esquecer tudo e continuar, liguei para o Erick para marcar um encontro.

Chamada.

Dan: Oii, Erick... como você está?

Erick: Opa, estou ótimo! e você?

Dan: Tudo indo! Estava aqui pensando... poderíamos, nos vermos qualquer dia desses, o que acha?

Erick: É... eu só tenho que ver aqui na minha agenda. Brincadeira, seria ótimo! É só você dizer o dia.

Dan: O que acha de amanhã?

Erick: Combinado! Passo amanhã ai e te busco.

Chamada off.

Estava estudando no meu quarto, quando o meu celular vibra, era a Mônica ligando por chamada de vídeo.

Chamada.

Mônica: Oi amiga! - Mônica diz assim que atendo.

Dan: Oii - digo sorrindo.

Javier: Como você tá? Melhorou? - Javier pergunta. Eles estavam juntos.

Dan: Melhorei sim. - menti, nunca estive doente.

Dan: Que ótimo! estamos saindo da faculdade e chegamos já já ai. - Mônica desliga.

Chamada off.

Perfeito, não?

É, talvez seja legal ver eles, no dia seguinte, quando fosse para a faculdade, eu os veria de qualquer forma mesmo. Depois de algum tempo, a campanhia toca, e vou até a porta abri-la, fomos lanchar e conversar na cozinha.

- Amiga, o que aconteceu? Ficou doente depois da sua festa? - ela diz rindo, enquanto pegava uns salgadinhos no armário.

- Meio que isso. - menti e sorri franco fazendo Javier olhar para mim já tendo uma noção do que poderia ter sido. - O que acharam da festa? - pergunto para mudar de assunto, mas logo percebo que foi uma péssima ideia.

- Eu? EU AMEI! Foi a melhor festa, dançamos muito, bebemos pra caramba e fiquei com o Oscar, claro! - ela diz animada me fazendo engolir em seco quando falou do Oscar.

- Fala a ela o que você me disse. - Javier diz me fazendo olhar confusa.

- O que? Ah! Que eu que beijei ele? Bom, também tenho que dar iniciativa né, além do mai... - a interrompo.

- Você o que? - pergunto a olhando incrédula.

- Ele pareceu chateado por ter beijado ele, não sei porque. - ela da de ombro com a boca cheia.

- O que acham de comermos agora? - Javier diz mudando de assunto após ver a minha reação depois que Mônica falou aquilo.

Eu não acreditava no que tinha acabado de ouvir, Oscar estava de fato falando a verdade, eu não o escutei e nem acreditei nele. Por mais que eu me sentisse mal por não ter acreditado no Oscar, meu orgulho não me deixaria procura-lo, já passou e eu tô bem sem ele.

Mônica e Javier foram embora depois de algumas horas, antes disso tive que aguentar a Mônica ficar se gabando de ter pegado o Oscar, de como ele beijava bem e de como a pegada dele era boa... como se eu já não soubesse disso.



Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora