Contos De Naestria

Nova Era - Edna E Gemetzel

Eu nunca pensei que um dia estaria dando carona a uma genocida. Faz cerca de três meses desde que nos encontramos para que eu a pudesse cumprir minha missão e desde então estou voando de um lugar para o outro com esta hakin filha de cait sith em minhas costas.

"Hey Edna~!"
"O que foi Nika?"
"Porque você nunca tenta me impedir?
"Porque ainda não é a hora."
"E o que vai fazer quando chegar a hora?"
"...O que for preciso."

Eu sou Ednathep Amnozith, a segunda a receber este nome, membra do Conselho dos Mistérios de Faqadat Mamlakat Shamsalket. Fui encarregada de impedir Nika Vadjin, ou Gemetzel (Carnificina) como ela se refere a si mesma, de causar o massacre em um futuro próximo que poderia mudar o rumo da história. Infelizmente não devo interferir em nenhum momento antes disso.

"Eu acho que você gosta de mim."
"Não vejo motivos para isso."
"Gosta sim, não gostasse não deixava eu fazer o que eu quiser."
"Suas ações até então seguem os fios certos na teia de Hevra e segundo os protocolos não devemos interferir a menos que entre em conflito com as escrituras do Profeta Agimenaton, o quarto de seu nome."
"Então tudo bem eu matar um monte de gente e monstro se for o destino delas?"
"Moralmente, não. Mas é assim que foi previsto e eu, segundo os protocolos, não devo impedir."

A mulher híbrida de gato e demônio colocou sua enorme espada serrilhada em meu pescoço.

"E se eu quisesse te matar agora?"
"Nós duas caíramos e você morreria também."
"E daí?"

Como derrotar um inimigo que não dá valor a própria vida?

"Você nunca mais poderia cometer outra carnificina."
"E daí? Eu vou para o Abismo!"

Pense. Alguma lógica deve ter neste cérebro quebrado. Se eu fizer uma manobra para derrubar ela sem os devidos protocolos permitindo o assassinato do indivíduo do qual fui encarregada, mesmo por alto defesa, quebraria as leis 45699 e 45700, além do mais... Eh?

"Ei o que você tá fazendo?!"

Virei minha cabeça para observar minhas costas e vi os glúteos escuros com um rabo felino sem pelos balançando. Eu me virei para frente rapidamente.

"Eu fiquei curiosa sobre uma coisa."
"Peço por obséquio que pare de mexer em minha cauda e volte a posição correta para melhor acomodação durante o voo."
"Hehe você fala engraçado quando tá envergonhada. Olha só, é igual a minha!"
"O que?!"
"Sua cauda. Só que tem pelos macios."

~~~

Ela tá toda envergonhada hahahaha!

"Bem, é por isso que eu não matei você, você é engraçada."
"Eu agradeço que reconsiderou suas escolhas."
"E tem um poposão! Olha só! O pessoal lá embaixo deve achar que anoiteceu porque olha o tamanho dessa lua!"
"Chega disso!"
"Quer namorar comigo?"
"Eu não tenho tempo para ou interesse em relacionamentos, além disso nossa relação é meramente profissional e chegará ao fim assim que eu a impedir de realizar aquele assassinato especifico."
"Você parece ter bastante tempo ficando parada me olhando matar monstros e gente."
"Eu não..."
"E aí, que tal isso: se você namorar comigo, eu só vou matar quem você deixar."
"Isso impediria você? Eu realmente não acredito."
"Então tá. Fui!"

Pulei! Yaaaaaaaaay!
Ah, é bem mais alto do que eu pensava...

"PERAI EU NÃO PENSEI NISSO DIREITO!! AAAAAAAAAAAAAAAH!!!"
"Te peguei!"
"Ah?"
"Estúpida, estamos voando a 3
quilômetros acima do alto mar!"
"Eu achei que ia sobreviver caindo na água."
"Posso listar todos os fatores errados com seu plano se quiser."
"Ah. Valeu."

Eu olhei para cima.

"Você é bonita de frente também em?"
"Pare com isso, eu não vou namorar com você."
"Você não gosta de garotas?"
"Nunca tive interesse em romance, meu trabalho é mais importante."
"Que bom que disse romance porque tenho outros planos para nós."

Ela ficou envergonhada de novo, que fofinha!

~~~

Alguns dias depois, chegamos em Bhalzarfia.

"Ah, é bom estar em casa!"
"Gostaria de poder dizer o mesmo."
"Vem, quero te mostrar meu cafofo."

Ela segue na frente sem se importar com os mortos-vivos, goblinoides e outros como ela perambulando na cidade agitada. Eu por outro lado inevitavelmente chamo atenção afinal minha espécie é rara nessas regiões mais frias.

"Chegamos!"

Um prédio derrubado com ossos gigantes cravados nos escombros como um santuário em honra aos demônios mais brutais. Eu não poderia esperar algo diferente vindo de Nika.

"Se acomode! Fique a vontade!"

Me deitei sobre as pedras menos incômodas.

"Sobre sua proposta de um relacionamento em troca de cumprir com minhas regras."
"Opa!"
"Pode me dar alguma evidência de que vai manter sua palavra."
"Hum... A regra é assim: Se eu desobedecer você pode comer minha cabeça."
"Comer... Sua cabeça?"
"É."

Não faz o menor sentido.

"E o que me garante que não vai fugir ou me enganar!"

Ela se levantou e se aproximou desarmada, então colocou as mãos no meu rosto.

"Abre a boca."

Eu não sei porque estou fazendo isso... Mas abri.
Ela colocou a mão em minha boca.

"Fecha os olhos."

Eu obedeci. Ainda estou um pouco... Aí!! Ela me deu um chute no queixo!?
O que? Gosto de... Sangue?! O que é isso? Parece uma aranha... Meus deuses!

Cuspi fora o que quer que seja e abri os olhos. Minha suspeita se confirmou ao ver a mão decepada no chão e o sangue jorrando no pulso dela. A cria do demônio tá sentindo dor de verdade, ela não está se divertindo com isso!

"Você é idiota?! Elzamamiz!"
"Aaaargh! Isso queima!"
"Eu sei. Mas consegui restaurar a mão no lugar."
"Oh... Obrigado..."
"Nunca mais faça isso. E não abuse, seu pulso não vai ficar muito firme e talvez seja melhor aprender a usar a outra mão agora."
"Você se preocupa comigo."

Droga. Por que? Por que eu me preocupo com ela mais do que todas aquelas pessoas?

Ela segurou meu queixo e nos lábios felinos se tocaram. O meu primeiro beijo, foi estranho, meio desconfortável, mas ao mesmo tempo, agradável. Fascinante.

"Te amo azulona."
"Eu... É... Acho que te amo também."