A Vizinha do Apartamento 202

Um diamante raro

Olá pessoal, prontos para mais um capítulo fofo? Desculpem qualquer erro, e boa leitura ;)

Dinah sempre gostou de dias chuvosos.

Quando era pequena, ela passava horas olhando a chuva pela janela e ninguém conseguia tirá-la de lá, Dinah achava perfeitamente esplêndido como as gotas de água caíam das nuvens e penetravam a terra, mantendo esse belo ciclo em constante movimento. À medida em que ia crescendo, a garota percebeu que compunha melhor durante tempestades, então seus pais já estavam acostumados com a filha fazendo um show no piano enquanto raios e trovões ressoavam do lado de fora.

Ela tinha dezesseis anos quando decidiu fazer uma apresentação para arrecadar fundos para o abrigo educacional local, seus pais ficaram muito orgulhosos dela. Dinah conseguiu quase quinhentos dólares e conheceu Ava quando foi entregar o dinheiro para o diretor do abrigo, os Drake também fizeram doações para o jantar natalino dos adolescentes que ali viviam. A morena não sabia na época, mas ganharia uma melhor amiga e irmã de presente de Natal naquele ano.

Ava e Dinah se deram bem instantaneamente, a mais velha conseguiu vencer as muralhas da loira e descobriu como ela era doce e inteligente, já Ava aprendeu a se soltar um pouco mais por causa da amiga. Dinah não pensou duas vezes em ficar do lado de Ava quando ela engravidou e foi a primeira vez que enfrentou tão seriamente o pai, desde aquele dia os dois nunca mais tiveram a mesma relação de antes, mesmo que o senhor Drake tentasse incansavelmente se entender com a filha.

Era inútil, Dinah estava decidida em manter certa distância de George até que ele pedisse desculpas à Ava. Se sua irmã e sobrinho não era bem-vindos na casa Drake, ela também não seria.

Depois de deixar Ava em seu trabalho, Dinah seguiu até o restaurante onde havia marcado de se encontrar com a mulher que poderia se tornar sua empresária. Ela tinha uma apresentação para fazer ali naquela manhã, só por isso o lugar estava consideravelmente cheio tão cedo. Assim que a morena chegou, o dono do estabelecimento a cumprimentou e a guiou até o pequeno palco, o qual já estava preparado para recebê-la.

Dinah desejou bom dia para o público e então começou seu ritual, ela estalou os dedos já sentada em frente ao piano e fechou os olhos, coçou levemente a garganta e então estava pronta para começar. Seriam apenas duas canções, dessa vez nenhuma autoral, a primeira escolhida pela pianista foi Somebody To Love (Queen). Seus dedos deslizavam com maestria pelas teclas e sua voz preenchia todo o restaurante, a luz ambiente tinha sido diminuída de forma a dar destaque à mulher, as pessoas se arrepiavam com sua voz grave e filmavam a apresentação com seus smartphones.

Uma salva de palmas foi feita quando ela terminou a música, Dinah agradeceu o carinho de seu público e pediu um copo d'água antes que pudesse dar continuidade à sua apresentação. Após seus dois minutos de pausa, ela voltou a tocar, dessa vez Sunny (Boney M.). Era uma de suas músicas favoritas. Dinah costumava manter sua atenção no piano e na própria música, para assim conseguir senti-la da melhor forma, porém vez ou outra olhava para o público.

Sunny, yesterday my life was filled with rain

Já estava cantando o refrão pela última vez quando ouviu ao longe o sininho da porta soar.

Sunny, you smiled at me and really eased the pain

The dark days are gone, and the bright days are here

Sentiu alguém se aproximar do palco, parando bem na mesa reservada para a cantora, e esse alguém a olhava tão profundamente que Dinah conseguia sentir isso sem nem se virar.

My Sunny one shines so sincere

Sunny one so true, I'm in love with you

Vencida pela curiosidade, Dinah virou o rosto para o lado e se deparou com uma loira maravilhosa a observando enquanto sorria de lado, ela tentou não perder a compostura e voltou-se para frente para cantar as últimas palavras, mudando um pouco a letra em favor de seu gosto pessoal.