Prólogo - Sumiço dual

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Era noite de lua crescente, constelações inundavam o céu. A noite estava fria como todas as noites que se passaram desde o começo do mês, mas não chovia e muito menos nevava. Às vezes ocorriam variações climáticas bem perceptíveis. Para Stevan, noites análogas à esse clima eram sinônimos de um bom barzinho ou balada, aquecer de forma divertida era o que importava.

Stevan pagou o taxista e desceu, logo mais encontrou-se de pé na entrada. Preferiu utilizar seu carro próprio por questões de segurança. Provavelmente beberia demais e acabaria tendo grandes problemas na sua volta para casa. Por esse motivo, decidiu que também voltaria de táxi. Quando ele deu o primeiro passo para a entrada da mansão, sentiu um certo incômodo com dois seguranças grandalhões que estavam dentro de ternos escuros. Um deles exibia volumosos cabelos escuros e tinha uma pose extremamente robótica que levava a um olhar intacto. O outro era de pele clara, possuía cabelos grisalhos e era pouco menor que o primeiro. Seus olhos perseguiam Stevan sem desviarem por um instante, até sua entrada definitiva para o jardim da mansão.

Havia um caminho trilhado por pequenas pedras cor bege que levava até a entrada principal para dentro da mansão. O jardim era bem bonito, tinha a grama bem verde e aparada. Havia diversos tipos de flores e arbustos e, ao centro, uma enorme piscina com formato irregular refletia o brilho do céu. No jardim, bancos de madeira branca eram avistados por toda a parte. Próximo a porta de entrada algumas pessoas bem vestidas com taças na mão conversavam e outras elegantemente desfilavam de volta para o salão de festas. Via-se a uma certa distância, pelas enormes janelas de vidros, lustres espalhados pela sala principal, e principalmente, ouvia-se a música clássica soando por toda extremidade.

Stevan entrou e se surpreendeu com a exuberância daquela festa. Desde que havia estado aqui pela última vez, não se recordava da mansão ser tão bela e extravagante como estava agora. Talvez fosse a banda que deixava o ambiente com um ar mais exuberante por conta de sua música clássica e de seus integrantes dentro de paletós dignos de um violonista bem sucedido. Talvez fosse a pista de dança que estava repleta de figuras sofisticadas dançando ao suave som da banda com seus pares enigmáticos, e mais ao fundo, mesas postas com talheres finos e porcelana. Garçons bem vestidos e de postura rígida passavam a todo instante oferecendo bebidas aos convidados. Talvez fosse tudo isso e um pouco mais.

Vários rostos eram conhecidos, a maioria eram pessoas do Departamento, mas a minoria Stevan não conhecia. Era surpreendente como alguns agentes estavam bem vestidos. Fora daqueles uniformes ridiculamente padronizados soavam renovação. Principalmente German: o enigmático imperador dos trajes esquisitos hoje apresentava um terno azul escuro de veludo com uma belíssima gravata branca. Conversava em gargalhadas com alguns convidados no sofá vermelho escuro próximo de uma enorme janela de vidro que era abraçada por cortinas cor bege.

A enorme escada perto da orquestra ostentava um corrimão bem desenhado com detalhes magníficos cor prata. Do topo via-se uma figura descendo. Segundos depois Stevan percebeu que era Josan. Seus sapatos pretos tocavam os degraus suavemente e ele descia sem pressa, observando toda movimentação ao su redor. Ele usava um terno, bem adversativo aos tênis modernos e calça rasgada que costumava utilizar. Seguindo em direção a Stevan, tombou em alguns convidados que passavam, mas chegou em seu destino final.

— Curtindo a festa? — Josan cumprimentou Stevan com um aperto de mãos seguido de um abraço.

— Acabei de chegar, mas pelo o que vejo está muito boa. — Stevan teve de aumentar o tom da voz quando um violino soou alto. Eles se encontravam perto da banda.

Josan o conduziu para mais distante, especificamente um conjunto de sofás. Algumas pessoas passavam em suas frentes gargalhando e bebendo vinho cor rubi em taças super finas e elegantes. Eles acomodaram-se nos sofás ao lado de onde German estava.

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