MISSÃO IMPLACÁVEL

5. O segundo paradoxo

No aeroporto de Nova York, o trio estava sentado na segunda coluna da fileira de cadeiras cor azul claro, bem confortáveis por sinal. A frente delas, a uma distância razoável, havia outras fileiras das mesmas cadeiras completamente ocupadas. Do lado delas e no centro superior, havia um telão transmitindo imagens diferenciadas e totalmente inúteis. O fluxo de pessoas era intenso, o alto-falante informava os vôos que estavam prestes a sair. Quando eles haviam saído do apartamento, pensavam que perderiam o vôo, particularmente em toda sua vida Stevan nunca viu uma pessoa que demorasse tanto tempo para se arrumar como Lênin. Deveriam chegar a tempo, pois Louis iria passar-lhes as últimas instruções nesse local, mas, aparentemente, retardou mais do que o Sr. Lyons, isso não era de se esperar. Decidiram sair em um determinado horário para que havesse tempo de conversarem sem a pressa de um vôo prestes a sair.

Estariam a um bom tempo esperando por Louis, o horário marcado foi expirado a muitos minutos atrás. Pessoas conversavam, motores rangiam; o barulho intenso causava dor de cabeça em Stevan que olhava para o relógio a cada minuto, impacientemente.

— Que demora do Sr. Louis! — Paulo falava ao comer suas batatas fritas.

— Ele já deve estar chegando. — Lênin olhava para os lados.

Estava certo. Já estava a vista Louis chegando juntamente a German, o que deixou Stevan frustado, não sabia o motivo, mas sentia esse sentimento, talvez fosse a presença desse indivíduo. Seus novos companheiros de trabalho ainda não o conheciam, entretanto, Stevan imaginava que como ele também não gostariam nem um pouco do seu jeito discordante que argumentava e sua maneira de tomar decisões, sem falar de sua impertinência. Talvez com esses agentes German agisse diferente, de maneira contrária como agia com Stevan. Contudo sua torcida era para que Louis não deixasse sua prudência, convocando esse indivíduo para a operação. Imaginava que se isso sobrevisse, uma desordem estaria parcialmente declarada. Opiniões distintas e contraditórias fariam a operação ir para o pior lado possível, certamente tudo daria errado.

— Olá! — Louis os cumprimentava — atrasei um pouco porque tive uns imprevistos, mas finalmente estou aqui. German, esses são Lênin Lyons e Paulo Peterson.

Cumprimentaram-se.

— Para não perdermos muito tempo, irei logo ao ponto: vocês precisam procurar por informações sobre alguma suposta organização criminosa na cidade, a mais coordenada que existir, será ela. Sei que ninguém fornecerá informações tão precisas assim a nenhum custo, por isso trouxe essa maleta — Louis entregava-a para Paulo — tem uma boa quantia misturada com alguns papéis inúteis, ignore-os.

— Nós já pensamos bem no que fazer, não se preocupe. — Paulo falava

Era realmente necessário limitar-se ao falar. Eles sabiam que não poderiam precipitar-se, além de que o sujeito pediu para que ninguém soubesse das informações que foram passadas e, principalmente, que não soubessem da sua existência, por enquanto. Manter esse ponto em sigilo era beneficente para eles, pois se a intenção do sujeito fosse ajudá-los, vendo que manteriam suas palavras, poderia disponibilizar confiança e ceder mais informações ocultas. De qualquer maneira, dependendo do que acontecer em Vegas, o trio saberia onde encontrá-lo para o caso de precisarem de novas informações ao avançarem na investigação. Se a pista que o sujeito cedeu for verdadeira, ele seria excepcional, não poderiam decepcioná-lo e nem perder uma pessoa essencial para seus fins.

— Isso é ótimo. Quero informá-los que ontem conversei com German e ele me deu uma ideia: um suposto incremento na equipe. Primeiro averiguarei o que vocês conseguem em poucos dias para decidir se será melhor convocar outros agentes. — Louis parecia empolgado.

Repentinamente German interrompeu, pondo-se à frente de Louis com a cabeça erguida.

— Eu estarei de reserva, a disposição dessa convocação. Garanto que se for o caso de me lançarem, farei o meu melhor.