11. Hipóteses

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Instantaneamente todo o prédio estava em chamas. Ele estava totalmente destruído, só haviam sobrado destroços. Ninguém estava por perto, a rua era deserta, mas o clarão tomou conta de tudo. A fumaça, bem escura, subia céu a cima, enquanto os restos que sobraram do grande prédio abandonado, o fogo consumia. Stevan não podia acreditar. Haviam sido enganados? Josan estaria lá dentro? Não sabia o que raciocinar primeiro. A única certeza que tinha era que Paulo sempre esteve certo: cinco minutos de antecedência seria muito estranho. Esses cinco minutos fizeram tamanha diferença. Um mundo de interrogações o consumia dentro daquele carro. Stevan ainda estava ali, intacto e sem acreditar no que havia visto. Parado, tentava raciocinar algo. O chefe da quadrilha havia se matado junto com Josan? Por que colocariam uma bomba dentro do prédio? Foi uma bomba colocada propositalmente. Coincidência alguma justificaria o caso de, na hora exata, isso acontecer. A bomba foi acionada para explodir naquele momento, estando Josan lá dentro, ou não. Estando o chefe da quadrilha, ou não.

Mas quem havia feito isso? Alguém que pretendia matar o chefe da Lobaz? Poderia ser. Obviamente, essa máfia havia mais inimigos do que era imaginável. O Sujeito do Elevador estaria envolvido nisso tudo? Sabia muitas informações em relação a essa máfia, poderia ser um inimigo mortal, não só de German, mas também da mesma.

E ali estava Louis: ajoelhado no chão, olhando para cima e com os braços entrelaçados ao redor da maleta que seria entregue em troca da liberdade de seu filho. Tudo havia dado errado. De ambos os lados. Se eles queriam realmente tirar a vida dos dois, seus planos falharam. Mas desse lado, também falhou. Louis não conseguiu seu filho de volta, como o planejado. Se Josan não tivesse negado quando Stevan pediu para que fosse com ele, para que saísse daquele cativeiro, nada disso teria acontecido. Mas, na verdade, não seria cabível culpar a Josan por nada.

Finalmente Stevan teve a coragem de sair do carro. O clima, que antes estava frio, agora era quente em decorrência do fogo que ainda se alastrava em outras partes do prédio. Louis estava um pouco distante do prédio, porém, de frente com ele. Stevan se ajoelhou, junto com Louis.

— Acha mesmo que Josan estava lá dentro? — perguntou Stevan

Louis demorou um pouco para responder. Ainda estava em estado de choque.
— Tenho certeza de que queriam matar-nos. Se eles realmente queriam tirar a minha vida e a de meu filho, conseguiram.

— Como assim conseguiram?

— Estou completamente destruído. — falava, observando as chamas.

— Nada ainda está confirmado. Há chances. Temos que ter esperanças.

— Até quando, Stevan? Até quando? Eles me enganaram, não haveria resgate algum. Eles estão dominados pela sede de vingança.

Era provável. O novo chefe dessa organização poderia ser um veterano da Lobato que resolveu assumir o posto de chefia. Talvez deu iniciativa a regeneração da máfia não só para fins ambiciosos, como também para fins vingativos. Vingar-se da morte de Vandame, aproveitando também para conseguir uma boa fonte de renda, o CEE.

Essa explosão só poderia fazer parte desse plano de vingança. Talvez Josan estivesse lá, em meio as chamas, sem vida. Ou, talvez estivesse, ainda no lugar em que seria transferido. Não era calculável para quê ainda teriam ele sobre seu domínio, mas imaginário seria o motivo de quererem ele morto: por pura sede de vingança. Isso tornaria todas as possibilidades de Josan estar vivo, ocultas, invisíveis.

Uma equipe de bombeiros chegou ao local. Certamente se houvesse alguma pessoa naquele lugar, eles encontrariam. Agora só resta esperar. Esperar por uma resposta mais complexa.

Stevan pegou o telefone celular do bolso e imediatamente telefonou para Lênin.

— Alô, Lênin?

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