O casamento mata. A história acompanha o início e o declínio do casamento entre Melanie e William Dalgliesh.
Avisos: Eu não escrevo sobre um mundo cor-de-rosa, então, estejam cientes de que poderá haver gatilhos. Há sexo, nudez, traição, adultério...
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Will: Como vc está?
Margot: Ótima. – Ele notou a ironia, mas estava decidido a não se deixar irritar. Precisava ser racional.
Will: Acho que você sabe o que me trouxe aqui... – Ela concordou com um leve aceno de cabeça. – Não vou discutir o que levou vc a fazer aquilo, eu só quero que...
Margot: Será que não é óbvio? – Margot cortou a fala dele.
Will: Não, não é. – Mentira, é claro. Ficou bem óbvio depois que ela ficou nua na frente dele pela segunda vez, sendo essa última de propósito. Mas ele não quis mais pensar naquilo, precisava tentar consertar o erro e não entendê-lo.
Margot: Eu achei que tínhamos um entendimento...
Will: O que diabos isso quer dizer? – Ela desviou o olhar, não respondeu. – O único entendimento que tínhamos era profissional.
Margot: Achei que poderia ser algo mais... – Ela disse com seus olhos azuis enormes e esperançosos.
Will: Achou? Por um acaso, eu dei a entender isso?
Margot: Não, mas... – Ela baixou os olhos, subitamente envergonhada.
Will: Mas o que?
Margot: Eu quis você. – Levantou os olhos para encara-lo. – Não achei que me rejeitaria quando eu demonstrasse. – Acima da agressão sofrida, Margot estava muito mais magoada com a reação dele quando ela apareceu nua na sua sala.
Will: Achou errado. Eu amo a minha mulher. Eu sou casado! Vc sabe bem disso. E mesmo que não fosse! Vc colocou meu casamento em risco por causa dos seus achismos! – Ele estava ficando impaciente.
Margot: Não é motivo pra agressão física! – Ela argumentou só para fingir que não lhe doeu a parte que ele insinuou que não ficaria com ela mesmo que não fosse casado.
Will: Se a situação fosse contrária, eu não tenho certeza se sobraria algo do sujeito – Ele disse isso pensando em Jamie. – Mas é claro que eu preferia que não houvesse agressões. De qualquer forma, vc não pode culpar a Mel. Vc não imagina o que ela está passando agora. – Ele também não sabia, mas imaginava e isso lhe doía. Ele estendeu pra ela os papéis da demissão. – Assine. Leia antes se quiser. Estou sendo bem generoso com você. Te garanto que vc não ficará nem uma semana sem trabalho. Vc é competente, sei reconhecer isso. Tenho muitos amigos empresários, sem falar nos milhares de clientes. Com um telefonema, vc estará empegada em qualquer ramo que quiser, é só escolher. – Margot pegou os papéis da mão dele, continuou olhando em seus olhos. – Claro que... Bom... Se for necessário, eu quero que vc diga a verdade a Mel. Que nós nunca tivemos nada. – Margot estreitou os olhos.
Margot: Então...? – Ela levantou os papéis que estava em suas mãos. – Vc está me comprando?
Will: Não estou comprando, estou sendo justo. Não estou pedindo pra vc mentir, pelo contrário. Quero que fale a verdade. Nós nunca tivemos nada. Eu nunca dei a entender que queria algo além do profissional da sua parte. – William não era idiota. Ele sabia exatamente o que Mel estava pensando. Seria bem difícil ela acreditar nele, depois de tudo que Mel falou e desconfiou deles dois. Ele podia jurar de pés juntos que não houve nada, ela não acreditaria. Mas quem sabe se Margot se desculpasse e confirmasse que não houve nada, quem sabe assim Mel acreditaria e voltaria pra ele... Ele estava contando com isso. Exatamente por isso, ele não podia criar uma inimizade com Margot agora. Se ela ficasse chateada, poderia destruir o que restou do casamento dele apenas com uma mentira. William queria se certificar que não chegasse a isso. Acima de tudo William era um empresário, negociar fazia parte da sua vida. E era isso que ele estava fazendo ali, mais uma negociação. Para que seu casamento pudesse ser salvo. – Se vc pudesse se desculpar com ela também... Seria ótimo. – Margot baixou os olhos para os papéis que tinha nas mãos. William se levantou. – Quando assinar, avise a Bárbara que ela mandará um mensageiro recolher. Por favor, pense no que eu falei. – Ele se dirigiu até a saída, Margot o acompanhou. Ele deixou que ela passasse na frente para abrir a porta, quando ele passou por ela e atravessou a porta, ela tocou no seu ombro, fazendo ele se virar pra ela.
