Capitulo 4

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Pietra

Entro em casa, passando pela cozinha onde vejo Malena e Adônis conversando sobre algo, meu coração dói, eu queria tanto que minha mãe estivesse aqui tudo seria diferente, talvez fôssemos uma família, talvez hoje estivéssemos comemorando o aniversário dela.⠀

— Malena, eu tô com febre hoje, tudo bem? – digo sabendo que ela vai entender do que se trata.⠀

— Querida você não acha que ele vai desconfiar – ela diz e eu dou de ombros⠀

— Eu só não consigo sabe, não hoje – digo tentando segurar o choro - vou pro meu quarto⠀

— Você não vai tomar café? – estranho essa pergunta vinda do Adônis já que a minutos atrás ele estava me tratando bem mal⠀

— Obrigada, estou sem fome - sorrio fraco – pode ficar descansando hoje Adônis eu não pretendo sair de casa.⠀

— Tudo bem, mas não fica só no quarto tá, vai ser pior – ele disse e eu só concordei.⠀

Adônis era um cara bonito, com certeza se ele fosse alguém legal eu me apaixonaria fácil, mas ele é rude e isso por um lado é bom assim não corro o risco de uma paixão platônica, por que tá na cara que ele não iria querer nada comigo.⠀

Entro no quarto fechando a porta, pego na gaveta do meu criado um livro, era o livro da bela e a fera, minha mãe tinha deixado pra mim, a Malena me entregou assim que aprendi a ler, dentro minha mãe tinha deixado uma foto dela gravida, ela era loira como eu e tinha os olhos claros também, no livro estava escrito.⠀

'' a mamãe sempre estará com você minha princesa, eu te amo ''⠀

Eu abracei o livro e chorei, eu tenho dinheiro, um bom estudo, uma casa, mais não tenho uma mãe a quem pedir conselho, ou a quem eu pudesse deitar no colo e ter um carinho, não tenho um pai que me ama, eu sinceramente ainda não sei o por que de passar por tudo isso, mas eu tento sempre me manter positiva e de cabeça erguida, pensando que um dia eu vou achar meu príncipe, ele vai me ajudar a fugir daqui, e eu vou finalmente ser feliz.⠀

Acordo assustada com alguém batendo na minha porta, peco pra entrar e fico confusa ao ver adônis com uma bandeja.⠀

— Você está bem? – ele pergunta⠀

— Sim, é não precisava se incomodar – digo apontando pra bandeja⠀

— Minha mãe pediu pra trazer, já passou da hora do almoço e você não desceu – ele explica colocando a bandeja no meu colo – posso sentar aqui? – aponta pra ponta da cama⠀

— Pode sim, fica à vontade – digo⠀

— Me desculpa, eu fui um pouco grosso com você hoje, eu não imaginei que não estivesse em um bom dia – ele diz⠀

— Tudo bem, você não é obrigado a gostar de mim Adônis – digo⠀

— Eu sei, mas também não preciso ser tão grosso, enfim desculpa – ele diz⠀

— Está tudo bem, eu não sou de guardar rancor – rio fraco⠀

— E eu liguei pro seu pai, expliquei que estava doente – ele diz⠀

— Obrigado de verdade⠀

— Bom eu vou deixar você comer, ate mais⠀

— Até – digo acenando vendo-o sair do quarto.⠀

Uau por essa eu não esperava, mas tudo bem, as desculpas dele foram validas, aparentemente foi de coração.

[...]

Aproveitei que essa manha a professora de bale não precisou da minha ajuda, ela cancelou o ensaio das meninas então aproveitei pra sentar no jardim e ler o livro que minha mãe deixou pra mim, passou a ser o meu preferido e eu sempre o releio sempre que posso.

— Você está melhor? – a voz do Adônis me chama a atenção

— Estou melhor – digo sorrindo

— Posso me sentar aqui do seu lado? – pergunta e eu o encaro surpresa

— Pode sim, está tudo bem? – questiono

— Estou bem – ele sorri de lado e encara a capa do livro fechado no meu colo – cara esse povo embeleza tudo -– ele ri – já leu os contos dos irmãos Grimm? São bizarros

— Eu sei que esses contos de fadas são levemente problemáticos, mas eu gosto de ler um pouco de romance, fantasia e finais felizes e vida real já é cruel o suficiente – suspira

— Você pode ter razão, esse é seu preferido? – pergunta

– Sim, eu já li tantas vezes – digo rindo – minha mãe deixou pra mim

– Talvez fosse o preferido dela – diz

– Malena disse que era – suspiro – queria ter conhecido ela sabe, talvez as coisas por aqui tivessem sido diferentes, talvez meu pai não fosse tão ausente e não me odiasse tanto – digo sem perceber que falei demais

– Como assim? – pergunta

– Nada, falei demais – me levanto – sabe se o almoço está pronto?

– Esta sim – ele levanta – eu vim exatamente pra isso, te chamar pra comer mais acabei me distraindo.

– Você vai almoçar sozinho ou com os seguranças? – pergunto

– Acho que lá em casa

– Se quiser pode almoçar na cozinha comigo, sei que sua mãe não importaria, claro se você quiser.

– Pode ser – ele diz

Caminhamos ate a cozinha, eu fui direto lavar as mãos e deixar o livro no quarto quando voltei a Malena estava arrumando a bancada.

– Adônis disse que ia almoçar aqui, estou arrumando a bancada pra vocês – Malena explica

– Eu o convidei pra comer aqui, não tem por que ele comer sozinho na casa de vocês, já que eu também comeria sozinha aqui.

– Eu falo sempre pra ele comer aqui, mais esse menino é teimoso – ela diz rindo.

Eu e o adônis servimos nossa comida, quando papai não estava aqui eu não deixava Malena arrumar a mesa nem me servir eu mesmo fazia isso, apesar de que ela fazia questão de deixar o meu prato, copo e talheres na bancada no lugar onde eu sempre sento.

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