Capítulo LXII ● Youngjae

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— Silêncio gays! Estamos assistindo o capítulo novo da novela "o ódio de taubaté", sentem ai e peguem as pipocas, vocês chegaram na melhor parte. — Sussurro para os recém chegados de forma séria e irritada, assim como as pessoas no cinema fazem quando os meninos e eu fazemos guerra de pipoca no meio de um filme, mas isso é a vida real e como quando aconteceu comigo e Jaebeom as pessoas agiram dessa maneira também, eu tenho licença poética para agir dessa forma.

— Do que você está falando? — Mark pergunta, confuso, mas sua voz lentamente fica mais próxima, o que significa que ele está vindo até onde Jaebeom e eu estamos sentados.

— Jaebeom e eu estamos pagando na mesma moeda. — Respondo de maneira vaga, o que faz com que eles não entendam, mas tudo bem, essa era a intensão desde o princípio, afinal, pessoas misteriosas nunca fazem tanto sentido assim e eu estou fingindo ser um delinquente misterioso está noite.

— De que moeda estamos falando? — Bambam se senta ao meu lado na mesa, todo fofoqueiro, porque ele perde o amigo, mas não perde a chance de cuidar da vida dos outros, e eu apenas sorrio em resposta, todo trabalhado no mistério.

— Noite do cinema mudo. — Jaebeom solta de forma vaga também, o que faz com que os de fora não entendam, mas Bambam estava presente no dia, ele se lembra bem do que Jaebeom está falando, ele participou.

— Vocês não fizeram o que eu acho que fizeram, fizeram? — Bambam fica todo animado, porque ele gosta de um barraco, essa praga.

— Óbvio que nós fizemos. — Sorrio maquiavelicamente e Bambam ri junto comigo, porque como eu disse antes, ele é uma praga.

— O que vocês fizeram? O que é a noite do cinema mudo? Do que vocês estão falando? — Jackson pergunta, o que é razoável já que ele não era nosso amigo na época em que meu amor por Jaebeom foi exposto, então ele não estava lá quando tudo aconteceu.

— O resumo é que eu e os meninos nos encontramos pra assistir filmes mudos todo sábado a noite e no último encontro eles expuseram meus sentimentos pelo Youngjae e os sentimentos do Youngjae por mim para os nossos pais que estavam jantando junto conosco. — Jaebeom resume rapidamente e eu escuto Jackson soltar um som de surpresa, ao meu lado, Bambam ri como se estivesse se lembrando daquela noite, o que me faz sentir vontade de mata-lo, mas eu sinto isso a cada meio segundo, então não é novidade.

— Então... Vocês fizeram o mesmo com o Jinyoung e o Yugyeom? — Mark pergunta, mas em resposta eu apenas sorrio o mais inocente o possível, porque sou um anjo de luz.

— Claro que não! — Jaebeom exclama em resposta, soltando uma risadinha logo em seguida. — Os pais deles não estão aqui, então como seria a mesma coisa?

— Vocês entenderam o que eu quis dizer! — Mark não entra na zoeira, mas acho que é mais pelo fato de ele não estar entendendo tudo completamente ainda do que qualquer outra coisa. — Vocês expuseram o que eles sentem um pelo outro?

— Você acha mesmo que faríamos isso com nossos amigos? — Tento soar o mais indignado o possível, e realmente minha voz soa como se eu estivesse ultrajado, o que só comprova que eu deveria ser ator e que mereço ganhar um oscar, porque modéstia à parte, brilho eu já tenho.

— Na verdade eu acho sim. — Jackson comenta em resposta, pensativo, e isso me faz soltar uma risadinha.

— Vocês nos conhecem tão bem! Todos nós nascemos mesmo para sermos melhores amigos. —  Coloco minha mão direita em cima do lado esquerdo do meu peito, no lado do coração, e finjo estar emocionado com este fato.

— Me lembrem de nunca contar nenhum segredo pra vocês, quero evitar passar por uma dessas no futuro. — Jackson pede sinceramente, mas isso apenas me faz rir em divertimento. 

— Você realmente acha que a gente precisa que você conte? — Ergo uma sobrancelha, sorrindo todo misterioso e perigoso.

— Nós sempre sabemos de tudo. — Jaebeom entra na minha onda de filme de suspense adolescente, o que me faz sorrir porque ele é tão o amor da minha vida.

—Não tem nenhum segredo que fique escondido por muito tempo. — Bambam também decide participar.

— Quando se trata do nosso grupo, duas pessoas só podem esconder um segredo se uma delas estiver morta. — Tento sorrir como um psicopata, mas como um raio de sol como eu, com todo a minha aura amável e inocência, poderia fazer algo assim? Exatamente! Eu apenas conseguiria fazer algo assim se fosse um grande ator E EU SOU!

— Ok, isso aqui virou Pretty Little Liars? — Mark debocha, todo sério e adulto, porque ele ainda tem que fingir ser o responsável aqui.

— SE A RESPOSTA FOR SIM EU QUERO SER A HANNAH! — Bambam grita e eu sinto ele subir em cima da mesa onde eu estou sentado e começar a pular como uma pipoca dentro da panela, doido pra cair e quebrar a cara.

— Então eu sou a Alison. — Aviso, soando desinteressado, mas na verdade esse bando de idiotas me diverte pra caramba.

— Você é cego, tem que ser a Jenna. — Bambam comenta inocentemente, mas mesmo assim faz com que eu fique bastante irritado.

— Então você deveria ser a Maia, porque você está morto. — Subo em cima da mesa para atacar esse tailandês de Chernobyl, mas ele pula pro chão e sai correndo, pensando que eu não vou segui-lo, mas é claro que eu vou fazer isso, eu sou vingativo.

— JAEBEOM, SEGURA TEU NAMORADO PORQUE EU NÃO QUERO MORRER AINDA! — Bambam grita, correndo entre as mesas enquanto foge de mim, mas eu sou mais rápido, sempre estou a quase um passo de alcança-lo, só preciso que ele se canse um pouco e então vai ser fácil pegar e matar. 

— Eu até faria isso... — Escuto Jaebeom responder em meio aos gritos da gazela tailandesa, sem demonstrar muito interesse. — Mas realmente não vou parar de assistir o desenrolar da história de amor de tico e teco, acho que está chegando bem na parte em que o Yugyeom morre.

— O quê? — Paro de correr assim que escuto Jaebeom falar as palavras Yugyeom e morte na mesma frase, porque querendo ou não o Yugyeom ainda é meu melhor amigo, então se ele morrer eu definitivamente tenho que ser o primeiro a saber disso, assim vou poder dizer para o dono da sorveteria chique que fica perto da escola que meu melhor amigo morreu bem na minha frente, só pra ele ficar com pena e me dar sorvete de graça.

— Como assim o Yugyeom está morrendo? — Bambam para de correr e da atenção a Jaebeom também.

— É que ele está verde e duro e parece que vai... — Mas Jaebeom não tem tempo de terminar de falar, porque é interrompido por um barulho alto de alguma coisa grande caindo no chão tipo bosta seca, então tudo fica silencioso e nem mesmo o som de nossas respirações é ouvido, porque todos paramos de respirar até que não paramos mais, e só ai é que Jaebeom solta distraidamente;
— É, parece que ele morreu.

Blind • 2Jae (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora