Enigma de Saturno

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Anéis vistosos que esvoaçam sua órbita
Detentora de poeira ao arcano detestável
Saudosíssima forma celestial mórbida
Faz-te astro gasoso de superfície admirável

Ritmo lento de suas tênues passagens
Consagram a vagareza de minha dicção
Como uma estrela brilhosa, és miragem
Fenecimento caótico e vago abalar-vos-ão

Encélado é recanto, ditoso cartão-postal
Gelifica minhas discrepâncias tão remotas
Oásis sidéreo, meu grandioso geleiro abismal
Diga-me, corpo brilhoso, o intuito da demora

Cristais voláteis nesse espaço corrompido
Balbuciou no éon de cronólogo imensurável
Ternura impassível aos ignotos emergidos
Em seu oceano leviano inexplorável

O alto da sacada é viagem interplanetária
Rumo a sua magnetosfera rudimentar
Oráculos não prevêem a relíquia lapidária
Que surgirá, lúgubre e sublime, ao te alcançar

Desejo irascível de tripular a Cassini reluzente
Avistar as auroras polares, cuntatória hibernação
Vagar a rochosa superfície do grandioso afluente
Espectrar eternamente tua poeira em quietação

Indaga fúria! Por que és intérmino e distante?
Nitidificam tuas brumas agustiosamente no viés
Cobiço o egrégio Huygens, meu divino cativante
Rei de Titã e de todo sistema gracioso de anéis

Migrou para longe, nos milênios esotérico
Descolo-me também! Próximo ao abismo
Desbravando montanhas, sou centauro hipotético
Enquanto tu, és a Tessália de analogismos

ELUCIDAÇÃO POÉTICAOnde histórias criam vida. Descubra agora