Esta ideia veio do nada, não sei se vou fazer uma continuação, se o feedback for bom, talvez o faça, sim.
Bem, aproveitem a leitura
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"Não vais conseguir fugir de mim" dizia ele enquanto ria olhando para a mesa à sua frente "não vais... não vais.... Não vais...." Repetia ele. A luz no comodo era bastante, paredes blindadas e um vidro escurecido, decerto que uma legião de polícias estava neste momento a ver tudo o que se passava na sala de interrogatório.
Gotham era uma cidade complicada.
- Joker eu...
- Sabe que não consegue. – houve um silencio, onde Joker humedecia constantemente os lábios, em tempos achava aquele tique sensual, agora mais do que nunca, ele parecia louco. Mais do que era. – Quem é ele?
- Não há um ele.
- Não minta para mim... eu conheço você como ninguém. – ele olhava-me com uma calma que me deixava preocupada. – diga-me S/N... ele toca-te como eu? Ele a deixa louca por mais? – ele dizia aproximando a sua cabeça da minha. Eu apenas o olhava com a boca entreaberta – o seu corpo reage da mesma maneira quando está com ele? Hum? – eu mantive-me quieta, olhando para ele – RESPONDA! – o grito dele assustou-me, especialmente porque bateu com a mão na mesa.
- Não há um ele, Joker. Não há, eu juro!
- Então porque?
- Porque eu não consigo viver mais assim! Não tenho estabilidade na minha vida se continuar nesta relação! Se é que isto é uma relação! – ele nada disse, continuou imóvel – eu quero fazer faculdade, quero trabalhar. Quando você entrou para a minha vida nada disto foi possível!
- Eu salvei você de um sequestro...
- E até hoje me pergunto porquê.
- Eu gostei de você. – Houve um silêncio. Até que ele começou a rir. Confusa, olhei para ele.
- Qual é a graça?
- Nada, nada... - diz parando de rir aos poucos – apenas me lembrei de alguns momentos que tivemos juntos. E que momentos, não é? – ele olha para mim – o teu corpo implora pelo meu neste momento... eu consigo sentir. – diz enquanto lambia os lábios novamente, com todas aquelas pausas misteriosas que o mesmo fazia vezes e vezes – deixa-me dizer-te, minha cara S/N, que o meu corpo... neste momento... também implora pelo teu.
Ele disse aquilo a sussurrar. Eu tinha que me controlar para não chorar ali. Não podia nem iria.
- Pode fugir, mas eu vou encontrar você. Nem que seja no fim do mundo. Eu vou. Não consegue fugir de mim. – disse gargalhando – não vais conseguir fugir de mim. Não vais... não vais... não vais...
Ele deu uma gargalhada enquanto eu me levantava e saía dali rapidamente. O Comissário Gordon veio atrás de mim enquanto ordenava para voltarem a colocar Joker na cela. Chegando à rua, desmanchei-me em lágrimas. Eu não queria nada disto. Ele salvou-me naquele dia e disse que a partir daquele momento, eu lhe devia um favor. Esse favor foi ficar com ele, mas não dava mais. Eu tinha medo.
- Ele não vai escapar, S/N – acalmou Gordon – está segura agora.
- Ele vai escapar, Comissário. Já o fez várias vezes. Esta será apenas mais uma brincadeira para ele.
Tinha sido mais uma manhã apressada: novamente o meu despertador não tinha tocado, o que me fez atrasar para aula.
Dois anos já se tinham passado desde... o Joker. Ele não tinha escapado até agora e tudo parecia calmo. Demasiado calmo, diria eu.
Consegui entrar para a faculdade, pois Bruce Wayne (pasmem) pagou todas as propinas da instituição. Como? Bem, o Comissário Gordon tinha falado com ele e... as coisas desenrolaram-se. Wayne fez-me prometer que seria a melhor aluna daquela faculdade para continuar a pagar, e eu prometi (não teria muita escolha, não é? Caso contrário teria que trabalhar para pagar a faculdade). Mas bem... eu estava atrasada.
Corri pelos corredores daquela faculdade até chegar à porta da minha sala. Éramos uma turma pequena, cerca de 50 pessoas, e o professor iria dar decerto pela minha falta. Bati à porta e entrei apressadamente.
- Peço imensa desculpa pelo atraso professor, o meu despertador voltou a não tocar... - parei rapidamente de falar. O professor estava amarrado e amordaçado na própria cadeira. Todos os meus colegas me olhavam assutados.
- Menina S/N, não posso permitir um novo atraso na minha aula. – disse alguém, aquela voz... não podia ser. Larguei automaticamente a mala e dirigi-me para o meio das carteiras dos meus colegas – Deveria ser punida. Tal como esta menina aqui.
Olhei para trás dele e uma colega minha estava a ser segurada por um dos capangas de Joker. Ele segurou-a então com força e colocou uma faca no seu pescoço, que tentava sair dos braços do palhaço.
- Está assustada... como é o nome? Andreia, não é? São as cicatrizes? Quer saber como ganhei elas? Eu conto... o meu pai era um bêbado, e ele chegava louco todos os dias a casa. Bem, um dia ele chegou mais louco do que o costume e...
- Joker! – ele olhou para mim – pare...
- O que foi, querida? Só estou a contar uma história a ela. E já sabe que eu não gosto que interrompam as minhas histórias.
- Ela não tem culpa de nada. Por favor deixe-a ir. Deixe-os a todos ir.
- Mas esta menina, a minha nova amiga, Andreia, não teve uma discussão com você há uns tempos? Não a ameaçou também? Eu acho que sim, NÃO É? – disse, melhor, gritou ele, puxando-lhe o cabelo – e ninguém ameaça a minha querida S/N. ENTENDEU? – Joker estava alterado neste momento. – Será que devia de ter cicatrizes como as minhas? Seria uma boa história para contar e ainda, gabar-se aos seus amigos: o dia em que fiquei com a mesma cara que o palhaço do crime – começou então a rir. Andreia estava assustada, e chorava.
- Joker, por favor! Eu faço qualquer coisa mas deixe-os em paz. Ninguém nesta escola tem culpa do que aconteceu. Por favor! Eu vou contigo, mas deixa-a!
- Vem comigo? É? Então vamos...
- Primeiro ela! – o homem olhou para mim confuso – mande os seus homens embora, agora, ficamos só eu e você. E não pode haver nenhum plano B nisto. Sem explosões, se não eu não volto consigo! – Joker olhou para mim contrariado, mas acabou por ceder, mandando todos os capangas embora. Olhou para mim à espera – agora... eu quero que a largue.
- S/N, S/N, S/N... eu espero que isto não seja um truque.
- Não é!
- Como posso ter a certeza?
Então eu tirei o meu telemóvel do bolso detrás das calças e fui até à minha mochila enquanto tinha as mãos no ar, para lhe provar que não era um truque. Coloquei a minha mochila na carteira onde me costumo sentar e coloquei o telemóvel dentro dela. Finalmente afastei a mochila de mim e continuei com as mãos no ar.
- Pronto... sem truques. Agora por favor, me dá ela...
Ele pensou por um bocado, até que começou a abanar a cabeça e atirou a menina para os meus braços. Sentei-a rapidamente na cadeira dela e pedi para não chamar ninguém nem avisar ninguém. Joker veio rapidamente em minha direção e agarrou-me no braço começando a puxar-me.
- Espera, Joker, espera...
- S/N, estou farto de ESPERAR!
- Eu só quero colocar a minha mala no cacifo, ok? Só isso.
Joker então pegou na minha mala bruscamente e devolveu-ma. Tirei rapidamente as chaves de dentro dela e dirigimo-nos para o meu cacifo. Coloquei a mala lá dentro e ele tirou-me as chaves da mão rapidamente. Mal fechei a porta e ele começou a puxar-me para fora do edifício, me colocando num carro completamente preto (que provavelmente ele teria roubado) e entrou, arrancando de seguida.
Vi a minha universidade a afastar-se rapidamente, ficando para trás. Joker tinha os olhos na estrada, porem virou a cara para mim por alguns segundos, colocando a sua mão na minha perna dizendo "finalmente juntos, minha doce S/N"
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Não Vai Fugir De Mim
FanfictionS/N tentou. O que eles tinham não podia continuar assim, ela não vivia, só existia. S/N tentou fugir, mas ele encontrou-a. Pode tentar esconder dele, pode tentar fugir, mas ele não vai deixar, não vai conseguir fugir dele nunca. Mini história do Jo...