Kimmy
No caminho para o ateliê dois guardas da Primeira Dama me pararam.
— Ela requisita minha presença — digo desanimada.
Eles assentiram e fui até o escritório dela.
— Então, a que devo a honra de ser requisitada? — digo.
— Uma conversa. Aceita? — diz, oferecendo whisky.
— Sim — digo.
Ela sorri.
— Kimmy, você sempre foi uma ótima mentora, amiga e até babá do Carter quando era mais novo. Creio que saiba bastante sobre ele, creio que até o mesmo que eu, ou até mais — alega.
— Sim, tem razão. Acompanhei o crescimento dele, então faria sentido — concordo.
— Como sabe, amo muito o Carter, tenho ele como um filho. Sinto que ele me esconde algo, sabe o que seria?
Articulada, ela está sendo bem articulada.
Solto um riso.
— Eu acho que não sei de nada, e se soubesse, creio que não está em minha posição dizer nada — digo.
— Mas seria uma ordem minha, ordem de Pandora.
— Não seria. Também leio sobre meus direitos, ainda mais sobre o direito de fala.
— Pois bem. E quanto a Joy, ela mencionou algo sobre a viagem? — perguntou.
— Se ela soubesse de algo teria mencionado.
— A comitiva real de Galadult chega em algumas semanas. Está ansiosa? Sei que tem muitos amigos no ramo da moda por lá — disse ela, desviando do assunto.
— Ah sim, Julian me contou.
— Kimmy, sei que somos íntimas o suficiente para que eu possa dizer isso a você. Sabemos muito uma da outra, portanto, acho que também podemos dividir mais — começou.
Sabia que em algum momento isso viria a tona.
— Aonde quer chegar com isso?
— Tenho planos para Carter, sei que você poderia estraga-los com um piscar de olhos, mas também sei que não faria isso — diz.
— Que planos?
— Alguns, talvez um novo cargo no conselho, um apartamento, um casamento?
— Casamento? — engasgo.
— Sim, por que o espanto? — questiona.
— Ele ainda é jovem. Não acha cedo?
— Talvez.
— Mas o que você quer comigo? Ideias para terno, um vestido novo? — pergunto.
— Não. Apenas queria sua opinião.
— Tudo bem, posso ir embora?
— Antes, só mais uma coisa. Nós duas sabemos como um romance as escuras acaba. Acho que não quer ninguém ferido, de novo — disse ela, abaixando o tom.
Naquele momento eu gelei.
Eu tenho batalhado para esquecer disso a um bom tempo, mas as marcas que meu passado deixou ainda podem não ter cicatrizado.
Não iria chorar, não ali, nem daria esse gostinho a ela.
Então acenei com a cabeça e disse:
— Ninguém saíra ferido, não tem motivos para isso — menti, transparecendo uma afirmação verdadeira.
Saí da sala e guardei bem fundo minhas lembranças, magoas e arrependimentos.
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Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDA
Fantasi- Deadly Mirrors - Atravessando Espelhos |CONCLUÍDA| [PLÁGIO É CRIME!!] Sobre a obra: Um drama envolvendo política e família, triângulos amorosos e juras de vingança? Sim, você definitivamente está no livro certo! Bem, este é um típico thriller on...