Pv.Ludmilla
-- Por que você faz essas coisas?-- Patrícia perguntou me olhando confusa.
-- Eu não sei ok? Só que aconteceu Paty, eu amo a Brunna, mas eu não posso ficar com ela.-- Falei enchendo meu copo com whisky.
-- Por que? Ela está depositando um pouco de esperanças em você, ela vive nesses corredores super animada, sorridente, como se tivesse visto o papai noel.-- Neguei.
-- Eu só não posso, eu sei que vou machuca-lá, e não quero fazer isso.-- Coloquei a mão direita no bolso e fiquei encarando os prédios de Londres.
-- É outra garota não é?-- Perguntou e eu continuei calada -- Você está se envolvendo com outra garota?-- Perguntou irritada.
-- Estou, me chame de covarde, grite comigo, faça o que quiser, eu estou mesmo fugindo do sentimento que reguei à anos, estou.-- Falei irritada.
-- Que medo imbecil Ludmilla, não tem explicação essa desconfiança.-- Passei a mão direita nos cabelos e suspirei.
-- Ela ainda acha que eu matei Sofia Patrícia, você não sabe o quanto, me culpo por aquele dia.-- Falei sentindo minha voz embargar.
-- Ludmilla...
-- Não.-- Falei erguendo a mão para que ela não se aproximasse -- Eu preciso de férias.-- Falei virando o copo.
-- Você precisa de uma surra, para abrir os olhos, ver que seja lá qual garota você está pegando, não vai te fazer tão feliz quanto Brunna pode.-- Neguei.
-- Certo Patrícia.-- Fiz pouco caso e sentei na minha poltrona.
-- Agrr, eu odeio tentar te ajudar.-- Foi até a porta e saiu irritada.
Está tudo bem Ludmilla, está tudo bem.
Pv.Brunna
Patrícia saiu furiosa da sala de Ludmilla e entrou em um corredor que fica ao lado da sala, eu nunca fui lá, mas saberei de Ludmilla o que é depois.
Abri a porta da sua sala e ela estava com a cabeça apoiada nas mãos, seus dedos faziam um carinho no seu cabelo e eu podia ouvir com clareza que ela respirava fundo.
-- Lud?-- Chamei e ela me olhou imediatamente.
-- Oi Bru.-- Disse sorrindo de lado.
-- Aconteceu alguma coisa?-- Perguntei me aproximando.
-- Não foi nada, Patrícia que tem um temperamento muito explosivo.-- Abriu os braços e eu me aproximei sentando no seu colo de lado -- Como você se sente hoje?
-- Bem, obrigada pelas flores.-- Falei sorrindo e pincelei seu nariz com meu indicador.
-- Eu não sabia qual você gostava, então a vendedora me indicou é...
-- Camélias.-- Disse sorrindo e ela assentiu.
-- Camélias.-- Disse boba e eu soltei um riso.
Me inclinei para beija-lá e a porta foi aberta, ela é silenciosa, e a forma com que foi aberta, pareceu que estavam derrubando o prédio.
-- Por isso você não me atende.-- Uma garota de cabelos um tanto loiros entrou furiosa -- Está se aventurando com a vadia da sua secretária.
-- Eu não sou vadia.-- Falei me levantando do colo de Ludmilla.
-- Você é a outra, insiste em ser a vadia.-- Trinquei o maxilar e olhei para Ludmilla.
-- Gina por favor, não é assim que se fala com as pessoas, Brunna não é uma vadia, só estávamos conversando.-- Arregalei os olhos levemente.
-- Conversando? Me poupe Ludmilla, conversar é uma coisa que vocês não estavam cogitando agora.-- Ludmilla se levantou e veio até nós.
-- Eu já te disse para não entrar na empresa sem me comunicar.-- Falou segurando seu braço e empurrando-à para fora.
-- Você ia me trair.-- Disse com raiva.
-- Por favor Gina, não temos nada, pare de ser psicótica e suma daqui.-- Gritou me assustando.
-- Você é uma cachorra Ludmilla.-- Ouvi a garota dizer.
-- Muito obrigada.-- Ludmilla gritou de volta e fechou a porta -- Garota chata, grudenta, insuportável.-- Disse com raiva caminhando até sua mesa.
-- Eu vou votar ao trabalho.-- Falei caminhando até a porta e à abrindo.
-- Bru, Brunna, espera.-- Ouvi ela gritar e fui para trás do balcão -- Não é o que você está pensando.-- Disse se apoiando no balcão.
-- Eu não estou pensando nada.-- Falei colocando o crachá e sentando na poltrona.
-- Eu juro Bru, Gina é maluca.-- Assenti e comecei a teclar no computador sem dar importância para ela.
Senti seus braços abraçarem meu pescoço e tomei um susto por ela ter entrado aqui tão rápido.
Ela me puxou da cadeira e acabamos caindo no chão, eu em cima dela, olhando para seu rosto e ela abraçando minha cintura.
-- Você...Você acredita em mim não é?-- Perguntou e eu sabia do que ela estava falando.
-- Ludmilla, esquece isso, você pediu para esquecer.-- Ela colocou o dedo indicador sobre meus lábios.
-- Você acredita em mim?-- Assenti devagar -- Acredita que eu não matei a Sofi?-- Assenti devagar -- Então eu posso te beijar agora?-- Perguntou desenhando meus lábios com o indicador.
Assenti devagar e mordi a ponta do seu dedo fazendo Ludmilla sorrir.
-- Que safadeza é essa aí?-- Ouvi a voz de Patrícia e me levantei rapidamente -- Horário de trabalho meus amores, não de foder, deixa para foder em casa, o chão é duro, Ludmilla, seja cavalheira.-- Ajeitei meus cabelos e Ludmilla se levantou ajeitando a roupa.
-- Estávamos procurando o meu celular.-- Ludmilla disse séria.
-- Ah é? Procurando na boca de Brunna?-- Corei violentamente e Patrícia negou.-- Thaissa está na linha dois, atende logo que ela está me enchendo a porra do saco.-- Disse saindo e Ludmilla apertou a linha dois no meu interfone.
-- Até que enfim porra.-- Disse a voz irritada.
-- Oi Thaissa, o que deseja?-- Perguntou me prensando contra o balcão.
--Temos uma conversa pendente Ludmilla, você conseguiu reconquistar Bruninha?-- A garota perguntou e eu olhei para Ludmilla confusa.
-- Thaissa, agora não.-- Disse nervosa.
--- Eu só quero saber se você conseguiu ou não, não custa me dizer, ou vai dizer que só comeu e...-- Ela desligou o interfone.
-- É... -- Disse sorrindo sem graça, à empurrei.
-- Você é uma idiota.-- Falei saindo do balcão.
-- Brunna não é...
-- O que eu estou pensando? É, certamente não é, vai à merda.-- Apertei o botão do elevador e ele se fechou me levando para o estacionamento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Portrait (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira, uma garota de dezessete anos, destinada à estudar em uma das melhores faculdades da grande Londres, tirou a sorte grande por ser aceita na Harvard ao lado da sua melhor amiga Patrícia Cristal. O que ela não sabia, era que o destin...