No meio da noite

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Era quase dez da noite quando Draco entrou irritado pela porta, o humor dele não tinha melhorado, reclamando ele sentou comigo e explicou que Potter tentou fugir para ajudar Dumbledore e ele junto dos meninos da Brigada inquisitorial de Umbridge o seguiram e entregaram a nova diretora.

- Aquela sujeitinha de sangue ruim a enganou, ela disse que iria mostrar a arma secreta de Dumbledore a Umbridge mas na verdade a entregou para os centauros – ele disse enfurecido – Tivemos que segurar aquela menina esquisita da Corvinal, Di-Lua, os Weasleys e o Longbotton enquanto ele voltavam. Crabbe e Goyle acabaram pegando um doce daquele idiota do Neville e vomitaram a beça. Foi uma nojeira, eles acabaram escapando e eu tive que levar aqueles imbecis para a enfermaria.

Ele arrumava o cabelo impaciente.

- São vomitilhas – eu disse – São dos gêmeos Weasley, muito boas para matar aula – Draco revirou os olhos.

- Eu vou tomar banho, esse dia foi muito estressante – ele se levantou e foi em direção ao dormitório dos meninos e eu o segui – Aonde você está indo? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha

- Acho que vou passar a noite com você, os meninos não estão lá e... – ele sorriu pelo canto da boca e pegou na minha mão me levando pelos corredores do dormitório dos meninos.

Nossos quartos eram parecidos, a única diferença era que aquele dormitório era extremamente bagunçado. Livros, roupas e artigos de quadribol estavam espalhados pelo chão. O único canto arrumado, como era de se esperar, era o de Malfoy. Eu fiquei ali sentada na cama dele enquanto ele tomava banho, na cabeceira havia uma foto dele com a sua mãe, ele era pequeno, no máximo uns oito anos e voava em uma vassoura enquanto Narcisa tentava segurar para que o garoto ficasse na altura suficiente para foto.

Perto da foto havia uma colônia que eu abri e cheirava, era o cheiro que eu sentia em Draco todas as manhãs quando ele me abraçava desejando bom dia. Era um cheiro de coisa amadeirada, como varinha nova e doce, como doce de maçã. Abri a gaveta de vagar para que ele não ouvisse e vi um pequeno livro, como o diário que eu tinha, levei a mão para pega-lo, mas ouvi a voz de Draco no fundo.

- Sua mãe não te ensinou que é feio bisbilhotar, Eleanor? – eu fechei a gaveta rápido.

- Você leu meu diário também – retruquei.

- Primeiramente isso não é um diário e segundamente você deixou o seu largado por ai, era mais que a minha obrigação ler para ver de quem era – ele secava o cabelo com uma toalha e vestia somente o shorts do pijama.

- Há há muito engraçado Malfoy.

Ele largou a toalha no pé da cama e sentou do meu lado.

- Você está confortável com isso? – ele disse apontando para a calça jeans preta e a blusa que eu coloquei depois que tomei banho naquela tarde

- Porque?

- Você pode colocar isso se quiser – ele estendeu a mão com a camiseta que fazia par com o shorts dele – Acho que é mais confortável mas se você quiser, pode ficar com essa dai mesmo...

Sorri e aceitei a blusa, virei de costas pra ele e me troquei tentando não ficar vermelha imaginando a cena que ele via.

Quando virei ele estava deitado na cama com a cabeça apoiada nos braços, me aninhei no seu peito e logo ele começou a fazer caminho nos meus cabelos. Ficamos ali por uns cinco minutos até que eu decidi perguntar o que eu planejava desde ontem.

- Draco? – ele murmurou em resposta – Lembra oque eu te perguntei ontem, sobre o almoço na sua casa.

- Lembro, porque?

- Quando eu cheguei em casa naquele dia, meus pais tiveram uma discussão, minha mãe estava furiosa porque – eu hesitei – porque meu pai disse que nós seriamos o novo exercito de ... bem você sabe né

- E? – ele disse como se já soubesse daquilo

- Você sabia já disso? – questionei

- Mais ou menos, eu ouvi alguns murmúrios em casa – ele disse quase em um sussurro

- Você acha que a gente vai ser obrigado a...

- Sério que você vai estragar esse momento perfeito que eu estou tendo com você, a minha namorada, falando sobre uma coisa que você nem sabe que vai acontecer?

Levantei-me e apoiei nos cotovelos e o encarei.

- É sério, Ellie. Tá tudo bem – ele riu – Sempre que nós dois estivemos juntos estaremos bem.

- Isso é uma promessa? – eu o questionei

- Sim, é uma promessa – ele disse me puxando pelo queixo e me beijando.

Eu adormeci aquela noite no peito de Draco, adormeci com as batidas do seu coração. Era bem tarde quando batidas fortes vieram da porta, eu acordei atordoada e chacoalhei Draco que dormia profundamente.Sentei na cama e cocei os olhos, a luz que entrava pela janela que provinha do Lago Negro era escura, devia ser no meio da madrugada já.

Com um estopido a porta se abriu e iluminado pela sua varinha Snape entrou apressado e veio diretamente para a cama de Draco. Foi tão rápido que não tive tempo de ter uma reação.

- Malfoy – Snape disse cutucando o garoto que murmurou em resposta, acho que ele não tinha me visto ali – Malfoy acorda, vamos.

No que Snape levantou a varinha ele me viu sentada na cama confusa.

- Senhorita Windsor – ele disse quase em um grunhido – Posso perguntar o que a senhorita faz aqui de madrugada no dormitório dos meninos?

- Acho que posso perguntar o mesmo para o senhor, professor – não faço a minima ideia da onde essa coragem saiu

Draco que ainda estava sonolento acordou com a minha voz.

- Professor? – ele disse confuso e olhou para mim – Professor eu que pedi para Ellie passar a noite aqui, não foi culpa dele – ele atropelava as palavras.

- Guarde suas explicações para você, Malfoy. Eu não estou aqui para essa idiotice adolescente – ele disse ríspido – Vamos, se vista, sua mãe está te chamando para ir para casa.

- Que? – eu disse confusa- Estamos no final do ano letivo, porque Draco iria para casa agora?

- Creio que esse assunto não é de seu interesse, senhorita. Creio também que você nem deveria estar aqui. Vá antes que eu desconte pontos pela sua insolência. – Snape disse e com um aceno de varinha ele iluminou o cômodo todo – Em quinze minutos no meu escritório, Draco.

Com uma jogada de capa ele virou-se e se retirou do quarto. Draco que ainda estava atordoado por ter sido acordado no meio da noite levantou e começou a procurar suas roupas.

- Acho melhor você voltar para o seu quarto, Eleanor – ele disse ríspido – Peguei isso e volte para lá – ele me estendeu seu roupão preto que tinha um "DM" bordados em prata.

- Draco... que está acontecendo – eu perguntei vestindo o roupão – Porque você tem que ir para casa, assim do nada?

- Eu não sei, Ellie. Eu não sei – ele disse nervoso.

Sem saber como agir eu fui em direção a porta.

- Você pode me escrever quando souber? – eu perguntei quando cruzei a porta, mas ele não me respondeu. 

Fine Line - O outro lado de Hogwarts || DRACO MALFOY ||Onde histórias criam vida. Descubra agora