Um.

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Katsuki se olhou no espelho mais uma vez antes de sair de casa naquele dia. Nunca estivera com a aparência tão desleixada quanto a de agora, suas olheiras estavam começando a ficar visíveis, seu cabelo estava mais espetado do que o normal e a barba loira estava começando a despontar em seu rosto. Era incrível que mesmo com tal aparência ele conseguia ficar atraente.

Seu corpo era musculoso devido aos seus treinos na academia de polícia e sua nova rotina de exercícios, seus cabelos — que quase sempre assumiam uma cor diferente dependendo de seu disfarce — loiros num tom quase platinado eram muito macios e tomavam a forma espetada. Katsuki tinha algumas cicatrizes em seu corpo graças aos serviços em campo muito bem realizados, mas com toda a certeza o que mais chamava atenção no loiro completamente lindo eram seus olhos. Bakugou tinha os olhos vermelhos carmesins e eram muito intensos, causando assim uma intimidação em quem quer que fitasse aqueles lindos olhos rubros.

O espião tateou os bolsos conferindo se tinha pego tudo do que precisava: sua chave de casa, sua carteira, a chave do carro, sua identidade e seu distintivo.
Suspirou antes de sair de casa e ir para seu carro, teve que se descuidar bastante para poder se encaixar no disfarce que designaram para ele, até voltara a ficar loiro novamente para que ficasse mais convincente.
Katsuki dirigiu preguiçosamente e sem vontade para seu local de trabalho, não era como se ele não gostasse do que fazia, ele amava. Mas depois de ter resolvido seis casos que estavam travados durante dois anos em apenas sete meses ele achava que merecia pelo menos um aumento e um mês a mais de férias.

O loiro estacionou em frente ao prédio onde ficava sua agência e suspirou antes de sair do carro, se preparando para a bronca que viria de seu chefe pois o mesmo estava atrasado meia hora. Adentrou o local e caminhou até a sala do diretor da Agência Central de inteligência enquanto ignorava a existência de todos os outros agentes presentes no prédio. Ao chegar em frente ao escritório o loiro deu leves batidas na porta do mesmo.

— Entre. — Escutou seu diretor falar e não demorou para fazer o que lhe foi mandado.

— Ohayõ, chefia. — Katsuki cumprimentou seu chefe e se sentou na cadeira disponível a sua frente. Todoroki olhou para Katsuki por apenas alguns segundo antes de voltar a sua atenção novamente para seu tablet.

— Você está atrasado. — disse inexpressivo. Essa palavra era o que definia seu chefe, inexpressivo. Em seus belos vinte e sete anos Shouto Todoroki, um homem alto, de físico ótimo, cabelos metade branco, metade vermelho e olhos heterocromáticos, um tão azul feito o mar com uma queimadura em volta — devido a um acidente familiar — e o outro cinza como fuligem já havia se tornado diretor da Agência Central de inteligência localizada em Tóquio.

— Eu sei, mas precisei me esforçar para me encaixar na descrição do disfarce que você quer que eu use. — Katsuki disse sem se importar com sua postura e esticou as pernas preguiçosamente enquanto se espreguiçava.

— O disfarce é basicamente você quando começou a trabalhar aqui, Dynamight. — Shouto disse desistindo de continuar a mexer em seu dispositivo eletrônico e passou a encarar Katsuki. Dynamight era como o chamavam na agência, já que a cada nova missão ele inventava um nome falso resolveram não chamarem o mesmo pelo seu nome nem na empresa, afim de proteger sua identidade caso um dia conseguissem hackear o sistema da CIA.

— Pois é, e eu ainda não entendi isso. — Katsuki disse.

— Esqueceu sua missão? — Todoroki perguntou em tom de deboche e Katsuki rosnou, se tinha uma coisa que Katsuki Bakugou nunca fazia era esquecer de sua missão. — Precisamos que você se infiltre na equipe da maior máfia Japonesa. Você já se disfarçou de todos os jeitos e eles iriam procurar por isso, ou você acha mesmo que eles simplesmente te deixariam entrar sem nem ao menos checar teu passado?

Liar. -Bakudeku/ katsudeku. Onde histórias criam vida. Descubra agora