Quando Jimin chegou ao orfanato ninguém soube explicar o fato de um bebê ter surgido no meio de madrugada, por um tempo desconfiaram que o monastério havia sido invadido mas descartaram essa opção depois de analisarem todas as entradas e saídas e então quando o bebê franzino e pálido conseguiu sobreviver a primeira semana de vida - pois quando foi encontrado ele ainda estava cheio de sangue e restos de placenta como se tivesse acabado de nascer - acreditaram que ele fosse um milagre e apesar de quererem chamá-lo de Pedro ou Miguel uma carta que também havia surgido com o bebê dizia que seu nome era Jimin e por respeito aos pais dele que acreditavam está mortos batizaram o pequeno de Jimin.
O menino cresceu, bem não tanto assim, e se tornou uma criança amável e prestativa e por esse motivo era muito pertubado pelos garotos mais velhos do orfanato que o chamava de afeminado tentando ofendê-lo mas Jimin não ligava pois acreditava que se ser afeminado é ser parecido com as mulheres que ele conhecia então ele não se importaria de ser afeminado. Elas sempre derem carinho a Jimin por ser a criança a mais tempo no orfanato era a quem tinham mais apego, ninguém nunca olhou para Jimin duas vezes quando vinham adotar uma criança.
Jimin não ficava triste muito tempo depois que casais iam embora levando alguma criança mais nova que ele no orfanato, ele tinha suas tias e tios do orfanato que cuidaram dele desde bebê e para ele isso era o bastante, mas ele nunca perdia as esperanças de ser adotado. Nem mesmo agora que estava prestes a fazer 18 anos, ele sabia que em pouco tempo não teria mais como viver no orfanato por já ter idade o suficiente para viver sozinho. Ele mantinha a esperança de poder trabalhar no orfanato depois que completasse 18 anos plantando uma horta e cuidando do jardim ou até dando aula para as crianças mais novas e sabia que era isso que aconteceria por isso seu coração estava tranquilo, apesar de não totalmente completo.
Quando estava crescendo, no auge de sua infância, Jimin gostava de imaginar que seus pais viriam busca-lo no meio da madrugada aparecendo magicamente no meio da sala; isso aconteceu porque Jimin havia escutado sem querer dois adultos conversando sobre como ele tinha surgido no orfanato e então Jimin passava noites em claro sentado na sala esperando seus pais até ser pego por uma das cuidadoras e depois de uma bronca pois ele podia ter ficado doente ele parou de fazer isso e se limitou a apenas imaginar seus pais saindo das paredes ou brotando da horta e as vezes surgindo de um espelho cheio de pedras vermelhas que brilhavam intensamente. Com o tempo esses pensamentos foram todos esquecidos e o pequeno garoto passou a ocupar sua mente lendo os livros da imensa biblioteca daquele monastério, patrocínio de um benfeitor que não se identificava mas que todos diziam ser um cientista velho e sem família para deixar sua herança, fosse quem fosse Jimin estava muito agradecido por poder ter todo aquele conhecimento e deixava de lado a estranheza que era um lugar como aquele numa vila esquecida ter um acervo tão rico de livros de biologia, física, filosofia e outras áreas que daria inveja a quem fosse.
Atualmente, com seus quase 18 anos, Jimin podia ser considerado um garoto um pouco mais baixo que a maioria de sua idade muito pálido a ponto de ser confundido com albino quando bebê se não fossem por seus cabelos cor de carvão que costratavam belamente com olhos azuis muito vivos e boca volumosa e avermelhada. Ele era estremamente belo e por isso recebia muita atenção das garotas da vila o que despertava a inveja dos demais garotos do orfanato, que achavam Jimin arrogante. O garoto não entendia o interesse das garotas nele, achando que elas apenas queriam sua amizade e com o passar do tempos elas pararam de tentar algo e se tornaram amigas dele de verdade o que deixou os outros garotos mais furiosos ainda pois Jimin vivia cercado de garotas o dia todo, ele trabalhava nas plantações de verdura da vila e ajudava a carregar as verduras para a feira onde seriam vendidas pelas garotas. O fato de está sempre trabalhando deu a Jimin um corpo musculoso.
Quando era mais novo e começou a trabalhar na horta da vila ele ganhou o apelido de estrangeiro, pois era o único de cabelos pretos em um raio de muitos quilômetros. Ele não se importava, mas isso o deixava mais apreensivo sobre como seria mais demorado para seus pais o buscarem se ele fosse mesmo estrangeiro.
O inverno na Escócia estava prestes a começar e aquela noite uma tempestade havia chegado de repente, enchendo o céu antes azul claro e sem nuvens e raios e o dia antes silencioso de ensurdecedores trovões. No quarto onde dormiam todos os vinte meninos do orfanato apenas os mais novos com seus 6 a 15 anos e Jimin se encontravam em suas camas, foi por esse motivo que no meio da madrugada quando ouviu seu nome ser sussurrado por uma voz meio grossa foi que Jimin supôs ser mais um dos garotos mais velhos que estavam querendo implicar com ele como já haviam feito no meio da noite outras vezes; dessa vez ele não esperaria ser arrastado de sua cama pelos cabelos e por isso levantou antes decidido a dar um basta em toda aquela provocação, ele não era violento mas estava cansado de ser alvo dos garotos sem ter feito nada além de ter amigas.
Ele saiu no meio da noite seguindo a voz sussurrante com certo receio de ser alguma armadilha, o que ele não sabia é que nenhum dos garotos mais velhos do orfanato estavam lá aquela noite, na verdade eles estavam no bordel da vila gastando o dinheiro que roubaram das vendas de verduras. Jimin seguiu aquela voz até a sala ou o que ele achou que fosse a sala pois agora o que estava ali era um imenso corredor, o garoto coçou os olhos e acreditou que estava tendo um sonho por isso deu de ombros e continuou seguindo a voz até o fim do corredor escuro e onde os barulhos dos trovões não estava mais sendo ouvido, em um ato de coragem repentino ele abriu a porta e deu de cara com si mesmo, aliás com seu reflexo, tinha um tremendo espelho atrás da porta e ele brilhava ou melhor pedras vermelhas brilhavam na moldura do espelho.
Jimin ergueu sua mão de forma automática e tocou o reflexo de sua mão, então ele sentiu seu corpo ser puxado para dentro do espelho e sentiu que estava caindo, ele fechou os olhos esperando acordar a qualquer momento e por fim sentiu seu corpo em uma superfície plana que mesmo de olhos fechados ele tinha certeza que não era sua cama e abrir os olhos só confirmou isso.
Aquela definitivamente não era sua cama e aquilo definitivamente não era um sonho.
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The Word Between Mirrors
FanfictionJimin era só um órfão na Escócia de 1665, vivendo em um monastério antigo, mas em uma noite de tempestade sua vida vira do inverso. Instigado a sair de sua cama por alguém chamando seu nome e achando que era só mais uma pegadinha dos garotos mais ve...