13 Reencontro com a família

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Cheguei na cidade dos meus pais, no fim da tarde sábado. Esperei por quase uma hora, algum táxi para me levar até o sítio. No caminho, fiquei imaginando como todos estariam, se havim mudado em sua aparência e se iam me receber. Treinei algumas falas em minha cabeça e quase chorei de emoção. Não fazia ideia do quanto sentia a falta deles, até avistar os portões do sítio.

Fiquei na entrada da residência, esperando a coragem aparecer para enfim chamar por alguém. Mas estava com medo de ser mandada embora ou ser tratada com indiferença. Mas afastei os pensamentos ruins e comecei a gritar para que pudessem me ouvir

- Débora?- meu irmão me encarou com seu olhar confuso e um pouco de alegria.

- Davi.- dei um passo em sua direção para lhe abraçar.- senti tanto a sua falta.- funguei em seu pescoço.

- Também sentimos a sua.- ele deu um beijo em minha testa.- Já tínhamos perdido a esperança de te ver novamente.

- Me desculpa por ter demorado tanto.

- Está tudo bem, vamos entrar, nossos pais vão adorar te ver e a Denise também.

Meu irmão pegou minha mochila e começou me guiar pelo terreno até chegarmos em casa. Meu pai estava na varanda tomando um café, o coroa quase um treco quando me viu, ele não deu conta de se levantar da cadeira de balanço.

- Minha filha .- ele disse com a voz embargada e trêmula.- Que saudade eu tava de você.

Me aproximei para abraça-lo. Ele ainda tinha o aroma habitual, fumo e café. Estar nos braços de meu pai, me trouxe a sensação de estar em casa, como se eu nunca tivesse saído dali.

- Estou de volta papai.- beijei todo o seu rosto enrugado.

- Você não sabe o quão me deixa feliz com a sua presença.- ele me apertou ainda mais em seus braços.- Rosa, ô Rosa, olha quem voltou.- ele gritou por minha mãe, que devia estar na cozinha preparando o jantar.

- O que foi Dênis, quem voltou?- a mais velha veio gritando de dentro da casa, mas quando me viu, ficou estática na porta de acesso a varanda.- Débora.

- Mamãe.- me desvencilhei de meu pai e fui ao encontro da mulher mais doce dessa vida.- Meu Deus que saudade da senhora, da sua comida e do seu cheiro de lavanda.

- Que saudade da minha menina, da minha bonequinha, pensei que nunca mais fosse te ver.

- Me perdoa mãe.

- Não tem o que perdoar meu bebêzinho, você não sabe o quão feliz estou por te ter de volta.

- Também estou muito feliz por ver vocês. Onde está a Denise?

- No ateliê dela.- mamãe respondeu.- Davi, vá chamar a Dedê e vamos todos para a cozinha, temos muito o que conversar.- Disse mamãe.

Meu irmão entrou com a minha mochila e logo mamãe me puxou para ir com ela até a cozinha e papai foi nos acomphando. Minha mãe me ofereceu um copo com água e puxou uma cadeira para que eu sentasse. Não creio que troquei tudo isso, para viver um amor que nem amor era.

- Meu amooor.- minha irmã entrou berrando na cozinha.- Minha fofinha.- ela me abraçou e tentou me carregar, mas é claro que ela não conseguiu, apesar de ser mais velha, ela é magra.

- Saudade Dedê.

- Eu também estava morrendo de saudades. Onde está o estrupício do seu marido.- minha irmã nunca teve senso em relação as suas falas.

- Nos separamos.- disse e todos me encararam.

- Isso é verdade?- papai questionou. Pude ver o alívio em seu olhar.

Salvação// Pedro Guilherme✅Onde histórias criam vida. Descubra agora