Cinco

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- Eu estava olhando os armários agora pouco e vi que está faltando alguns itens e outros estão perto de acabar, como o leite, farinha de trigo, ovos... essas coisas...

Eram quase oito horas da manhã daquele domingo e eu estava seguindo Karin pelos corredores daquela mansão enquanto listava para ela os alimentos que estavam faltando e os que estavam para acabar e que não chegariam até o próximo final de semana. A sexta-feira e o sábado haviam sido calmos, apesar da sensação irritante de que sofri uma pequena amnésia, e o mal-estar da sexta que se estendeu até a manhã do sábado, mas isso foi só um pequeno detalhe chato.

Eu me sentia bem agora, estava tomando os comprimidos de ferro que o médico havia me receitado, segundo Karin. O meu relacionamento com Sarada estava cada vez melhor, apesar de eu sentir uma ponta de aflição dela toda vez que eu pousava a mão na cabeça, devido aquela dor, mas eu fazia o possível para demonstrar que estava tudo bem. Eu sentia que ela ainda estava apreensiva pelo meu desmaio de alguns dias atrás, tadinha. Mas diante disso tudo, eu sentia que ela estava mais falante e aberta comigo, até aceitava minhas opiniões sem questionar. Ela fazia tudo o que eu mandava sem reclamar, mas em compensação o meu tempo era inteiramente voltado para ela.

Karin parou de repente no meio do caminho, me fazendo parar também e seu corpo virou-se para mim, me fitando.

- Então faça a lista dos itens que estão faltando que eu mandarei providenciar.

- Então, eu estava pensando ir eu mesma comprá-los... quer dizer, como hoje é domingo eu pensei em fazer um programa divertido com a Sarada. Levá-la ao cinema, depois alguma praça para ela brincar com as outras crianças e na volta eu passo em algum mercado e trago as compras.

O dia pelo incrível que parece não estava chuvoso, mas estava todo nublado e insistia no frio enjoado. Mas pelo pouco tempo que estava na cidade eu podia ver algumas crianças brincarem na praça que havia no centro de Konoha que dava de frente para um lago. O frio parecia que não as incomodavam de se divertir.

- Sarada não gosta muito de se enturmar com outras pessoas – respondeu Karin, o tom firme em sua voz. - E não tem cinema em Konoha. Como viu, essa cidade é muito atrasada diante dos outros padrões modernos de cidade da qual você veio, senhorita Haruno.

- Mas você disse que os domingos ficaria a meu critério programar qualquer passeio com a Sarada – retruquei, sentindo uma ponta de raiva por suas respostas sabotativas ao meu passeio com a menina.

- Correto, e o critério é seu.

- Então eu irei achar alguma coisa nessa cidade atrasada para fazer com ela.

- Boa sorte em achar algo que divirta e distraia a pequena Sarada – respondeu, sem se abalar com o tom irônico que usei. – E aliás, será sorte se fazê-la sair de casa.

- Eu irei dar o meu melhor.

Karin me fitava, suas expressões indecifráveis, e mesmo sentindo meu interior nervoso por sua presença eu consegui sustentar o seu olhar.

- Ok – disse por fim. - Antes de sair me procure que irei dar dinheiro para fazer as compras e as chaves do carro. Creio que saiba dirigir.

- Sei sim, obrigada.

* * *

Quando abri a porta do quarto surpreendi-me por encontrar Sarada acordada e vestindo um vestido cor-de-rosa aberto na frente com uma carreira de três pares de botões sustentando uma aba por cada par. As mangas compridas haviam rendas franzidas na cor creme nos punhos, a gola felpuda acima de uma outra bem grande do mesmo tecido do vestido que cobri aos ombros, e um laço marrom no meio.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora