Capítulo Vinte - Marca

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A marca no pescoço, a alfa×ômega, é a mais conhecida no mundo ABO. Feita entre um par, essa marca sela as almas de duas pessoas mais profundamente do que um casamento faria. Ela dura para sempre entre pares Destinados, entretanto em relacionamentos em que ambos não são Destinados, ela costuma sumir em, no máximo, três meses.

Um casal pode ter uma marca mesmo sem serem destinados. Se renovada constantemente, em certo ponto, ela passa a ser eterna.

As marcas alfa×alfa e ômega×ômega são extremamente raras e elas só funcionam como ligação de alma se os indivíduos forem Destinados um ao outro. A mesma coisa ocorre com betas×alfas e betas×ômegas.

Contudo, ao longo dos anos, novas maneiras de marcar foram sendo descobertas. Atualmente, existem três tipos: a marca no pescoço, a marca no pulso e a marca no ombro.

No pulso normalmente só alfas marcam. Como uma maneira de dizer "você é um membro permanente da minha matilha" ou algo do gênero. Um alfa, o líder da matilha, marca os outros integrantes, alfas, betas ou ômegas, como seus protegidos para toda a vida. É uma forma de localizar a todos, saber se estão bem alimentados e salvos de qualquer ameaça. Pode ser bloqueada por todos, entretanto se o alfa desejar, ele pode romper essa barreira facilmente e se comunicar com seus protegidos, coisa que não acontece nas marcas feitas por unhas.

A marca feita no ombro é dada por ômegas. Significa "família" e confiança extrema. Se um ômega marcar alguém no ombro, esse alguém instantaneamente deve lealdade incondicional ao ômega que o marcou. Precisa ser renovada a cada dois anos, caso contrário ela desaparecerá.

Se a mordida no ombro for dada por um alfa, é sinal extremo de possessividade, pois transforma os ômegas em servos leais e quietos, como sombras seguindo comandos.

Geneviève Braddock tinha duas marcas que ficavam expostas por seu vestido caro. A de seu ombro direito mais visível que a de seu pescoço.

Alexander odiava olhar para sua mãe e ver ela com seus olhos lilases perdidos, a imagem de ômega perfeita que todo rei almejava. O pior era ver sua irmã mais velha, Cassidy, seguir o mesmo caminho imposto pelo pai de ambos, o rei Allarick. Alexander o odiava profundamente.

Ele se curvou para o casal Darkmoon como fora ensinado, mas apenas queria sair correndo para o mais longe dali possível. Ele permaneceu quieto, ele não fez barulho algum enquanto seu pai tagarelava elogiando os novos reis, ele quase não piscou, permanecendo quase invisível para todos durante toda a festa, vez ou outra dançando com alguém importante por ordem de seu pai.

Mas mesmo assim, mesmo invisível, o novo rei alfa o avistou. Ele o convidou para dançar, deixando seu pai explodindo de orgulho de si para trás. Alexander ainda estava muito confuso e era a primeira vez que piscou tanto naquela noite.

— Seu pai não parece alguém legal. — parecendo uma boneca de porcelana nas mãos do alfa alto e forte, o ômega da noite se sentiu, pela primeira vez, protegido e seguro.

Alexander olhou para cima, diretamente nos olhos negros do rei, que o fitava intensamente, e sorriu de lado, sem conseguir se segurar. — Ele é. — foi sincero sentindo um peso sair de seus ombros frágeis e pálidos.

— Então por que continua perto dele? — o alfa perguntou. — Vi um monte de alfas o convidando para dançar, ótimas oportunidades para escapar, mas você recusou. — o rei observou vendo o ômega de olhos azul-safira desviar o olhar.

— Apenas... — o príncipe murmurou, entretanto não continuou. Não sabia o que dizer ao rei.

— Entendi. — o mais alto assentiu e o girou com graça, fazendo o ômega morder o lábio inferior para não soltar um gritinho de surpresa.

Uma dança inteira em silêncio e logo o loiro fora devolvido à sua família, recebendo um beijo suave nas costas de sua mão antes do rei Severus ir embora para achar seu esposo.

Alexander suspirou, sorrindo bobo por algum motivo desconhecido, antes de voltar para o lado de seus irmãos. Seu pai já o esperava, impaciente, mas sorrindo de lado, um sorriso que enviou arrepios pela coluna de seu filho mais novo.

— Você e eu vamos conversar. — disse Allarick o puxando para dançar, um aperto firme em sua cintura fina chegando a machucar.

— Você terá um filho com esse rei. — decidiu seu pai. Alexander ia protestar, mas Allarick o cortou. — Ouça! Você terá um filho desse tal rei Darkmoon, dará um jeito, mas vai! Eu estou ordenando, me entendeu?

Allarick Braddock era um filho da puta e, infelizmente, Alexander não tinha forças para protestar.

— Entendi. — murmurou baixinho desviando o olhar para o chão.

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Quando Dorcas abriu os olhos ela se arrependeu, pois a luz intensa atingiu seu rosto a fazendo cambalear. Ela cobriu a face com o braço esquerdo e todos os seus sentidos entraram em alerta.

— Acalme-se, Dorcas. — uma voz forte a fez estremecer. — Você está apenas sonhando. Eu resolvi aparecer para você par lhe dar um recado.

De repente seu cérebro se iluminou em choque puro quando ela reconheceu a voz potente. — Oh céus! — arfou em choque.

Uma risada ressoou. — Isso mesmo, criança. Eu sou o Deus Sol e você está em meu santuário.

— Por que? — ela questionou baixinho.

— Eu sou o responsável pelas ligações de alma, Dorcas. — o Sol disse. — Eu escolho quem será destinado de quem e o Destino liga suas almas. — explicou. — Porém, recentemente, eu receio ter cometido um erro.

— Um erro? — a morena questionou. — Como assim erro?

— Eu liguei a alma de duas irmãs com a de uma garota que já tinha um destinado. — admitiu. — Ouça, Destino... Ele é alguém engraçado, sabe? Ele odeia ligar almas, mas faz isso e vez em quando e não nos diz nada. E esse erro... Foi consequência do silêncio dele.

— Você está dizendo... — a Nogitsune começou lentamente. — Que eu e as Black estamos Destinadas por engano? É isso?

— É. — o Sol respondeu simplesmente. — E esse sonho é só pra explicar que você, em breve, não será mais destinada delas.

Dorcas queria muito olhar o Sol nos olhos, mas ardia muito, o peso de seu corpo começou a fazê-la se mexer, inquieta, e o formigamento em certas partes do seu corpo a fazia ficar constrangida.

— Bom dia, minha criança. — foi a última coisa que ela ouviu antes de acordar, arfando, lutando por ar.

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Então gente, uma pergunta:

Vocês querem hot Dorcenedct (nome ruim, eu sei)?

Amo vcs ^3^

A Rosa Dourada - SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora