Capítulo. 25🌹

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Marcas do Passado

Josias Narrando


     A manhã de hoje no hospital está a ser extremamente agitada, tudo o que mais quero é descansar o dia todo.

      Ao chegar no hospital me deparei com o Igor que foi logo dizer que hoje realizaremos uma cirurgia muito delicada, eu não sabia disso fui pego de surpresa e temo que não corra bem, disse ao corpo de cirurgiãos que não me sinto preparado,porém não quiseram me escutar e agora estou na minha sala ao pé da mesa  Igor está ão meu lado a tentar me acalmar.

__Jó não estou a te reconhecer.-Diz bravo__Você sempre foi destemido e determinado, acaso não foi você que me inspirou a tratarmos daquele caso complicado? Não vamos desistir agora.-Diz a última frase com a voz branda.

__Ah Igor, eu temo que algo não corra bem e eu... Eu não me sinto suficientemente capaz pra lidar com este caso.-Baixo o rosto na mesa que antes já foi mais organizada.

__Você consegue sim,e não temos mais tanto tempo.-Segura-me pelo ombro e encaro-o.__Precisamos mesmo ir.

     A porta da sala é aberta, nossa atenção é dirigida lá. Elisângela fica parada uns segundos e depois fecha a porta lentamente. Lança um olhar breve ao Igor como se pedisse permissão pra ficarmos asós, Igor me olha sem entender nada e faço um sinal de cabeça quase imperceptível para ele se retirar e assim o faz.

      Elisângela abre espaço para ele passar e então se aproxima da mesa. Suspiro baixo,ela limpa a garganta e lanço-a um olhar cansado. Ela fala muito e no momento não estou com paciência para responder suas tantas perguntas e tão pouco conversar sobre um assunto qualquer, espero que ela me entenda e vá embora com a esperança de voltar numa outra oportunidade.

__Faz mais ou menos 10 minutos que eu cheguei, me disseram que estavas aqui a resolver um problema, como estavas a demorar achei que seria bom vir. Não sei se fiz mal.-Espreme os lábios.

__Não,tudo bem.-Falo imediatamente.

__Bem,você não parece bem.-Troca o peso das pernas e apoia um braço na mesa.__Pareces mesmo muito cansado e -Prolongado um pouco o "e" e concluí__desnorteado.

__Ah! Sente-se.-Indico a cadeira e ela senta sobre ela. Então Explico exatamente tudo o que está a se passar,ela prestou muita atenção  fazia perguntas como "E o que você vai fazer?... Não tem outra pessoa?... O que acontece se não fazeres?... E eu respondi sem exitar. No final de eu desbruçar ela então achou uma solução.

__Ao que parece hoje não estás pronto apenas para essa cirurgia e também estás muito cansado, antes de desistir vai lá e se por acaso não dar mesmo certo volte aqui que estarei aqui a sua espera e iremos a um lugar.-Ela diz como se fosse assim tão fácil, e apesar de não concordar com sua ideia eu vou. Ao cruzar o corredor principal avisto a sala, sinto um aperto e mordo os lábios pra evitar uma lágrima que quer cair,já que não sei o motivo de ela querer cair. Chego na porta  pego a maçaneta,meu coração parece mais agitado e sinto uma bola na garganta, engulo em seco ,suspiro pesado,então dou meia volta e me deparo com o Gideão que olha atento,balanço a cabeça em negativo e saio dali em disparada com a esperança de que ele perceba que não posso,não hoje.

     Volto a minha sala e lá está ela,sentada na mesma posição. Se vira assim que vê a porta abrir,seus olhos estão arregalados e sua boca entreaberta, pisca algumas vezes e quando vê que não me movo de onde estou,levanta pegando sua bolsa, pára a minha frente e com o olhar pergunta se não vou realizar a cirurgia, lanço um olhar de culpa e ela assintiu.

__Quer voltar lá?-Sua voz é baixa,faço que não.__Estás confortável com a ideia de sair?-Não respondo.__Podemos ir agora?

__Vamos.

***

     O percurso do hospital até a casa foi feito em silêncio total,ouvia-se apenas os sons dos outros carros na estrada, e até mesmo das nossas respirações.

__Uau. O que se passou aqui?-Ela olha de mim a bagunça que está a sala.__Hoje é terça feira, foi ontem que estavas super bem.

__Acho que tudo começou a se complicar desde segunda de noite.-Atiro as chaves no sofá  balanço as mãos.

__Eu já disse que pareces cansado?

__Acho que sim. Eu não sei porque viemos aqui.-Elisângela fica um tempo calada e pensativa,quero dizer que o melhor é voltar no hospital e fazer o meu trabalho então sem ter a certeza de que me ouvirá digo.__É melhor voltar no hospital.-Ela levanta seu rosto e seus olhos se encontram com os meus.

__Você parecia cansado e teu semblante era de alguém que queria sair de lá, além do mais você não iria realizar a... Aquela cirurgia, então pensei que seria bom virmos aqui.-Diz com uma voz lenta,apesar de olhar para mim,sinto-a perdida em pensamentos.

     Lembro-me que também já tirei alguém de um lugar que era importante só para dar uma volta e aliviar o tédio e pavor. O resultado foi que acabamos por nos apaixonarmos e chegamos a noivar,o fim foi trágico. Decido aceitar tudo que ela disser.

__Tem comida ?-Pergunta de repente,faço que não.-Entretanto, ela se oferece para cozinhar, e eu aceito. Ela vai a cozinha enquanto eu fico sentado no sofá, ouço apenas o barulho de pratos e panelas,alguns minutos depois volta na sala. Um avental cobri-a,não totalmente. Consigo ver que ela usa suas roupas, uma calça moletom, camisa folgada que se ela me dissesse que é da sua mãe acreditaria,o cabelo prezo em um puchinho, o rosto nude sem sequer um gloss,nem brincos ela usa.

__Eu preciso de um balde com esfregona,acabei por derrubar água na cozinha. É só me dizer onde fica que eu vou buscar.

__Segue este corredor,a última porta do lado esquerdo. Coloca a mão na brecha por cima da porta pra tirar a chave.-Ela vai e volta também com vassoura de pau e pá de lixo. Volta na cozinha, só consigo ouvir os móveis serem arrastados de um lado para o outro. Uma hora depois volta diz que posso ir comer. A cozinha está bem organizada,os móveis nos lugares de sempre a comida parece gostosa. Arroz branco com caldeira de carne é o que preparou,como um pouco e solte um gemido de satisfação.

      Quando termino vou a sala que já está organizada. Elisângela volta na sala com todos materias ,sem dizer nada leva de volta onde tirou.

__E então?-Ela diz após sentar na outra extremidade do sofá.

__Então o que?

__Estás mais relaxado?

__Isso não é importante.

__É sim. Vejamos,você me ajudou várias vezes lá no hospital por isso hoje vou ajudar-te também. Um bom banho ajuda a aliviar o estresse.

__Ah entendi. Vou fazer isso agora.-Abandono a sala e vou no meu quarto tomar banho, ligo o chuveiro  deixo a água escorrer pela minha cabeça. A água está fria e o clima hoje é quente, logo me sinto leve,é como se a água lavasse não só o meu corpo como também minha mente. Começo a me intusiasmar com a ideia de que ela está a cuidar de mim e me sinto sortudo por isso, afinal é a mulher por que estou apaixonado.

     Quando chego na sala,Elisângela me olha brevemente. Olho para minha camisa branca para ver se tem uma nodúa ou algo parecido. Como não tem nada, me aconchego no sofá e escolho um filme para assistirmos.

__Não tens fome? Tem bastante comida.-Falo.

__Na verdade comi quando foste tomar banho.-Esconde um sorriso.__Qual é o tema do filme?

__Vizinhança Inseguraça.

__Toda vizinhança é insegura.-Se ajeita no sofá, abraçada a uma almofada.

      Dei o play  me esforcei pra manter os olhos acordados mas não consegui. Adormeci sem ao menos o filme chegar no meio.
O dia foi muito agitado e a comida,o banho,a presença da Eli me deixou tão relaxado de modos que apaguei sem nenhum esforço.

    Quando acordei ela já não estava aqui. Fiquei preocupado. Desesperado fui lavar o rosto,assim que terminei,peguei na chave do carro e fui rumo a casa da Elisângela, pedindo mentalmente que ela esteja lá e bem.



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