Janeiro de 1398 - Castelo na Romênia
- Sabrina você consegue sentir a presença de moças adoráveis próximo daqui?
- Sim! Eu não chamaria de moças... E sim presas! - Sorrimos juntas e rapidamente seguimos nossos instintos.
Meu pai me dizia que nunca devemos atacar humanos indefesos, mas, veja só o que aconteceu a ele e minha mãe? Foram mortos por seres indefesos, então pra mim eles não possuem nada de indefesos!
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(Memória de Luna):- O que estamos realmente fazendo aqui, meninas? - Perguntei meio incomodada.
- Olha Luna, você sempre foi covarde, mas, hoje está insuportável tolerar sua covardia, vai ou não, nos ajudar a abortar essa criança?
- Eu não sei... Não acho prudente... Mas, ficarei aqui com vocês.
Eu estava apavorada, afinal estamos em quatro, contando comigo, e sozinhas numa floresta sombria dessas? Sem falar que sinto a terra tremer abaixo de meus pés, como se eu sentisse a presença de alguma coisa. Elas eram minhas amigas, eu sou filha de um grande comerciante romeno.
- Meninas acho melhor irmos embora... Estou sentindo a presença de alguma coisa sombria...
E quando elas iam me responder dois vultos negros passam por nós, vejo minhas três amigas sumirem, e eu fico desnorteada sem saber o que havia visto e sentido de fato. Quando de repente o vulto reaparece e dessa vez toma forma...
- Senhorita... O que fazia sozinha aqui? Você não é como as outras... Por isso não pegamos você. - Dizia se aproximando e se mostrando excitada ao sentir meu cheiro.
- Não se aproxima sua fera abominável!
- Eu? Fera abominável? Era eu que iria abortar uma pobre criança inocente?
Olhei sem jeito e quando pude reparar melhor nela, ela era um tanto bela e atraente. Quando o outro vulto aparece, meus olhos ficaram amarelos e comecei a produzir fogo em minhas próprias mãos. Fazendo as duas imagens abomináveis se afastarem lentamente... Eu não fazia ideia de como eu consegui produzir fogo, mas, foi bastante útil eu diria...
- Eu voltarei por seu cheiro Luna...
- Como sabe meu nome?! - Gritei confusa.
- Eu tenho uma audição boa também e ouvi suas amigas te chamando de covarde, parece que você não tem nada de covarde... - Sorriu maliciosamente, olhando discretamente meu decote.
Que sorriso mais sedutor ela tinha, eu estava ainda sem entender o que havia acontecido, não sabia se ficava desesperada por perder minhas amigas, ou, por saber que eu produzia fogo nas mãos! Saí correndo dali da floresta assustada e prometi a mim mesma que nunca mais pisaria ali. E o pior não poderei contar a ninguém o que aconteceu, senão iriam achar que sou insana, ou até mesmo.... Bruxa!
Passaram-se dias e eu não conseguia esquecer do que aconteceu na floresta, principalmente daquela imagem perturbadora daquelas criaturas noturnas. Nem comer eu sentia mais vontade e muito menos sair do meu quarto, meu pai e minha mãe ficavam até preocupados comigo, pois não conseguia falar com ninguém, até que resolvi sair de tarde para uma caminhada, gostava de visitar os jardins da minha casa, só lá me poderia ajudar a refletir melhor. Sempre fui conectada com a natureza... Amo tudo que há nela, e me sinto muito confortável nela.
- Luna... Nós iremos ao centro resolver algumas coisas do seu pai e eu comparei alguns vestidos, tem certeza que ficará bem sozinha nesses quatro dias?
- Mãe temos empregados, não estarei sozinha, podem ir tranquilos. - Meu pai beijou minha testa e minha mãe sorriu já estando mais distante.
Quando saíram dispensei os empregados, falando que eu havia dado folga de quatro dias a eles, mas, na verdade eu só queria mesmo era ficar sozinha na minha casa. Sem ter ninguém me perguntando sobre como estou, se estou sentindo fome, que estão preocupados... E blá blá blá.
Fui no escritório do meu pai e me servi do uísque mais caro dele, peguei um de seus charutos e me sentei em sua poltrona poderosa.
- Eu sou a maior comerciante de todos os tempos! - Falei imitando meu pai, e bebendo uísque em seguida com certa pressa.
- Beba devagar... Degustará melhor a bebida. - Quando ouvi a voz familiar, cuspi o uísque longe, e levanto imediatamente da poltrona.
- Como entrou aqui? O que faz aqui?
Perguntava trêmula, e ao mesmo tempo encarava ela, até que senti também o cheiro dela, e eu devo confessar, que era um cheiro delicioso... Quase afrodisíaco.
- Eu te disse que voltaria por causa do seu cheiro... Me diga... Pensava em mim também? Estava louca pra te ver novamente... Finalmente seus pais saíram!
- Você estava me vigiando?! Como é atrevida e repugnante!
- Infelizmente vigiar não, seria um sonho poder vigiar você 24 horas, mas, uma coisa eu não sou, que é ser atrevida! Talvez repugnante um pouco... - Sorriu com certa glória.
- Invadir minha casa, não é ser atrevida?
- Ok, vamos começar de novo... Infelizmente não nos conhecemos num momento apropriado, eu sou a princesa Anita, mais conhecida como Condessa de Valáquia.
- Princesa... Você é a filha do Vlad....
- Sim... Não me reconheceu? Sou famosa por aquela floresta e você quem é? Ah, e sobre suas amigas, peço desculpas... Não consegui, você sabe...
- Não continue... Já entendi! E não reconheci, afinal estava de uma forma tremendamente selvagem e horrível aquele dia! Ainda tenho pesadelos... Meu nome é Luna Moldavo.
- Queira me perdoar senhorita Moldavo... - Falou pegando suavemente em minha mão e ali senti todo meu corpo estremecer, como se... Meu corpo pertencesse a ela..
- Não quero sua presença aqui! Você me causa pesadelos e ainda perdi minhas amigas!
- Não por favor... Nãoooo!!
Não sei o que falei, mas, Anita parecia ter sido e expulsa por um vendaval da minha casa. A Condessa de Valáquia é uma vampira... Então os mitos são reais!
Após Anita ter sido expulsa da minha casa. Fiquei mais perturbada ainda, e curiosa com suas origens... Até que fui na biblioteca da minha casa, lá tinha alguns livros sobre bruxaria, e... Apenas um livro que estava com cadeado e distante dos demais. Peguei nele e senti minha mão queimar imediatamente, nisso o livro se abriu. Minha mente começou a absorver tudo que estava saindo dali, mesmo sem eu ler, aquilo me assustou de uma forma, que eu o fechei imediatamente tacando longe, sem saber onde havia jogado ele.
- Mas que diabos foi isso??! - Estava até transpirando e ofegante. E infelizmente minha mente havia absorvido um pouco do conteúdo do livro, que falava sobre origens das espécies, escrito por Darwin.
Saí dali rapidamente e fui até a cozinha, beber água, sentia meu corpo arder, como se eu estivesse pegando fogo, quando bebia água, pude ainda sentir a presença da Anita, mesmo estando do lado de fora da minha casa.
Desde que eu vi essa monstruosa Anita meus dias viraram uma torturante maldição!
No segundo dia, Anita ainda estava ali... Ela não desiste??! Espere... Se ela é uma vampira, como pode ficar tantas horas assim no sol? Já faz quase seis horas!
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RENASCIDA DAS CINZAS
VampirosContinuação da história, LUZ NAS TREVAS. Anita Draco está de volta e sua amada também. Bruxas e vampiras... Será que combinam?