Fuga Na Madrugada | Oscar Diaz

Capítulo 27

SARAH

Já fazia alguns dias que eu não via Oscar, conversava com ele pelo celular de Monse, pois Dylan mexia no meu telefone todos os dias e me levava e trazia da escola, estava ficando cada vez mais difícil aturar ele.

Entrei em casa sendo vigiada por ele, que queria se certificar que eu iria pra casa, assim que entrei ele foi embora.

_Vó? -chamei e ela não respondeu, não estava em casa-.

_Ela não tá. -a voz rouca me fez assustar, olhei e Oscar estava saindo da cozinha-.

_Que susto! -disse com a mão no peito-, O que faz aqui? -disse e fui até ele o abraçando apertado-.

_Senti saudades, Niña. -ele disse afundando seu rosto em meu pescoço e deixando um beijo-.

_Eu também. -disse o olhando-, Como entrou?

_Do mesmo jeito que entro no seu quarto. -ele disse e eu ri-, Sua avó saiu, foi na casa de uma amiga, temos um tempinho aqui. -ele disse colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha-.

_Não vou nem perguntar como você sabe disso tudo. -ele riu e em seguida me beijou-.

Apertou minha cintura e me trouxe mais pra perto, colando nossos corpos. Eu estava com saudades disso, estava com saudades de seus beijos, encerramos o beijo pela falta de ar.

_Quer beber algo? -disse pegando sua mão e o levando para a cozinha-.

_Na verdade eu já bebi, tem uns quinze minutos que estou aqui. -ele disse e eu o olhei séria mas logo ri-.

_Vou ter que trocar as fechaduras das janelas. -brinquei-.

Subimos para o meu quarto e nos sentamos na cama, ele tirou um telefone no bolso e me entregou.

_Toma. -ele disse me entregando o celular-.

_Pra que? -peguei de sua mão-.

_Pra gente conversar, eu disse que ia dar um jeito. -ele disse e eu sorri o abraçando-, Já está com chip, pode me ligar a hora que quiser. Mantém ele escondido até de sua vó, e não leve para a escola pra não correr risco daquele merdinha descobrir. - assenti-.

_Ta bom. -eu disse-, Obrigado por tudo. Por tudo que você está fazendo por mim. -disse e ele me olhou com um sorriso maravilhoso-.

_Para de agradecer. Eu gosto de você. -ele disse rápido e eu o olhei toda boba-.

_O que você disse? -perguntei me fazendo de desentendida e ele revirou os olhos-.

_Eu gosto de você, Sarah. -ele disse mais uma vez e dei um selinho nele-.

_Eu também gosto de você, Oscar. -disse, adorava o jeito que ele dizia algo fofo e tentava voltar pra postura de mal logo em seguida-.

Deitamos um ao lado do outro em minha cama e ficamos conversando.

_Acho que nunca te perguntei isso, porque veio morar aqui? -ele perguntou-.

_Me meti em muitas coisas erradas na França. -disse e ele me olhou curioso-, Tipo, me meti com drogas e com pessoas muito erradas. -disse enquanto ele me ouvia atentamente-, Eu e meu pai éramos carne e unha, mas de uns anos pra cá ele simplesmente se afastou muito de mim e isso me incomodava, ele sempre foi meu melhor amigo e ao se afastar de mim eu quis chamar sua atenção de várias formas. Essas formas eram drogas, rachas e bebidas. Eu tinha tudo que queria, menos sua atenção e nada disso chamava sua atenção, só o fazia ficar com mais raiva de mim. Ele cortou minha mesada e então eu e um garoto que me envolvi começamos a roubar pra comprar nossas drogas, quase fui pega. Até que um dia eu dei uma overdose e fiquei entre a vida e a morte. Então assim que saí do hospital ele abriu mão de mim e só minha vó me quis. -eu disse e ele parecia surpreso com tudo que contei-.

_E sua mãe? -perguntou-.

_Minha é aquelas típicas dondocas, sabe? Só queria saber de plásticas, viagens e compras. -disse a ele-, Nunca fui muito próxima a ela. E quando eles abriram mão de mim vim morar aqui, e tirando a parte que Dylan faz um inferno em minha vida, morar aqui foi a melhor escolha que já fiz.

_Porra. -ele disse me olhando-, Eu sinto muito. -ele disse-, Você é muito forte. -ele disse fazendo carinho em meu rosto-, Você passou por isso tudo e continua de pé, continua forte e transmite força para as pessoas.

_Acho que não, eu dei recaídas nas drogas mesmo prometendo a mim mesma que não faria mais isso. -eu disse-.

_Claro que sim, você é forte Sarah. -ele disse olhando em meus olhos-, Eu te admiro muito. -me deu um selinho-, Queria ter metade dessa força que você tem, sabe? É muito difícil parecer forte para os outros e pra mim mesmo ser um fraco que não cuida nem do irmão direito. -ele disse desabafando-.

_Cuida sim, Oscar. -disse o olhando-, Você cuida do César com unhas e dentes, faz de tudo pra ele ter um futuro diferente e pra protegê-lo de todo mal. -disse sincera enquanto ele me olhava-, Você é um pai pra ele.

_É muito difícil bancar um pai pra ele quando eu nem mesmo fui filho. - ele disse-.

_Como assim? - perguntei-.

_Meu pai nunca foi um pai presente, as lembranças boas que tenho e de quando eu era bem pequeno. E quando eu cresci mais um pouco vi que essas lembranças não passam de falsidades, entende? Ele agia de um jeito falso comigo e só aí entendi a pessoa que ele era de verdade, que abandona e some. Depois que ele foi embora ficou tudo mais difícil, minha mãe mexia com todos os tipos de drogas e vivia fora de casa, até que um dia ela saiu e nunca mais voltou, com quinze eu virei o líder da gangue e tive que congelar meus sonhos para o futuro pra cuidar do César. -ele desabafou triste-.

_E qual sonho é esse? -perguntei curiosa-.

_Ser cozinheiro. -Oscar disse-.

_Olha, você seria um ótimo cozinheiro. -disse e ele sorriu-.

_Tambem acho isso, mas é complicado e impossível.

_Não é não. Nada é impossível, se você tem um sonho então corra atrás dele. Tudo é possível. -disse o consolando-.

_Será? Só não quero ser igual meu pai. -ele disse e respirou fundo-.

_Você não vai ser igual sabe porque? Porque você é diferente, Oscar. Você se preocupa com o bem estar de todos que você gosta, você tenta ajudar todos que você gosta. -disse beijando seu rosto-, Você é maravilhoso, por dentro e por fora. -o abracei forte e ele fez o mesmo-.

Notas finais:
Amores me desculpem a demora para atualizar, eu escrevo os caps quando me sinto confortável e quando minha criatividade está alta kkkk
Comentem muito❤️