Capítulo XV

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Boa leitura!

Dezembro chegou em Nova Orleans, trazendo consigo o clima alegre do Natal. Os postes de iluminação que pontilhavam as ruas estreitas de French Quarter foram enfeitados com lindos laços vermelhos e ramos de azevinho. Perfumadas coroas de cedro decoravam as portas de entrada das casas. Pinheiros altos, adornados com os mais diversos enfeites coloridos, ocupavam lugar de destaque nas salas de visitas das mansões.
As lareiras de mármore ardiam, e aromas apetitosos tomavam conta do ar, saídos das cozinhas, onde as ceias eram preparadas.
Compradores sorridentes, vestindo casacos de lã e pele, entravam e saíam das lojas, à procura dos presentes mais adequados. E quando encontravam um amigo ou vizinho, a primeira pergunta era. - Você vai ao bazar, não vai?

Os crioulos adoravam eventos sociais de todo tipo: piqueniques, saraus, bailes, jantares, corridas de cavalos. Tudo era desculpa para se reunirem para beber, comer e se divertir. Portanto, a época do Natal em Nova Orleans era uma interminável comemoração, perdendo em brilho e animação apenas para o tradicional festival Mardi Gras.

A atmosfera alegre da cidade contagiara Jimin e, em uma manhã fria, porém ensolarada, de dezembro, ele decidiu ir às compras. Convidou Avalina para acompanhá-lo, mas a criada recusou, alegando detestar o tempo frio. Ficaria em casa, preparando amêndoas confeitadas para o bazar, no sábado. Com o sempre atento Montro ao seu lado, lord Park saiu, decidido a fazer suas compras de Natal.

Contra a vontade do gigante, persuadiu-o a entrar nas lojas e ajudá-lo na escolha dos presentes. E ficou surpreso diante do gosto impecável, bem como da sensibilidade que ele demonstrou. Se o conde mostrasse um suéter, pensando em seu tio Colfax, Montro sacudia a cabeça em reprovação. Era evidente que observara com atenção o tipo de roupa que o patrão preferia. Também sabia exatamente que tipo de presente Avalina gostava de ganhar.

Satisfeito por tê-lo levado consigo, Jimin ria e brincava, enquanto iam de uma loja para outra. Depois de duas horas de compras, havia comprado tantos presentes que Montro mal podiam carregá-los.

Park olhou para ele e perguntou. - Os pacotes estão muito pesados? Prometi a Avalina que iríamos ao mercado para comprar cravo e canela.

Montro sorriu. - Está se esquecendo, conde, de que eu era o homem forte do circo. Seria capaz de carregar o senhor, Avalina e todos estes pacotes até o lago Ponchartrain, sem me cansar.

- De fato, acho que, por um breve momento, me esqueci - o outro confirmou com uma risada.

Os dois se dirigiram sem pressa para o rio, sob o sol de inverno.
O porto encontrava-se repleto de embarcações de todos os tipos, tamanhos e cores. Estivadores musculosos gritavam um para o outro, enquanto descarregavam tecidos exóticos, tabaco, cânhamo, carnes salgadas, barris de picles, rum e café.

Um dia normal, em um dos portos mais movimentados do mundo.

Jimin e Montro logo chegaram ao mercado apinhado e barulhento. Ao avistar uma mesa vazia, na calçada, Park sugeriu ao gigante que se sentasse e tomasse um café, enquanto ele comprava a lista de Avalina.

- Não vai sair da minha vista? - ele inquiriu, incerto.

O conde suspirou, ligeiramente irritado. - Estarei bem ali, no mercado, em alguma das barracas. Se sair da sua vista, não será por mais de um ou dois minutos, certo?

- Está bem - Montro concordou com um toque de ceticismo e sentou-se à mesa, diante do café.

Sabendo que, com suas medidas avantajadas, ele parecia ridículo na cadeira delicada, pertencente ao minúsculo estabelecimento, Montro presenteou Jimin com uma piscadela. E o outro riu alto, deu-lhe um tapinha no ombro e virou-se.

Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora