Espírito de Retaliação

a peace deal for Patrick's life

Havíamos tentado todo e qualquer possível número sequencial para abrir a porta e nada, eu estava tão desesperada para o tirar dali.

- Mia, me deixe aqui, se ele te ver aqui, eu não vou me perdoar. - Ele disse, caminhei até o botão, o apertando.

- Eu não vou me perdoar em sair daqui com você assim, a Shelly foi buscar uns remedios, uma roupa, você vai sair dai. - Afirmo.

- Ele não vai sair. - Me assusto vendo Brandon, acompanhado de dois seguranças.

- Por favor Brandon, por tudo que mais importa para você, não faz isso com o Patrick. - Pedi.

- Mia, não. - Ele diz negando.


- Não vou permitir que faça isso com mais uma pessoa que eu amo, não. - Digo. - Olha pra ele, olha o estado dele, como consegue? - Certeza, que as lágrimas logo viriam.

- Tirem ela daqui. - Ele diz me ignorando.

- Eu não vou sair, eu não saio daqui. - Encarei ele. - Por favor, Brandon. Por qualquer coisa, qualquer consideração que tem por mim. - O olhei, não iria deixar outra vida se esvair de minhas mãos.

- Eu sou louco por você, desde a primeira vez que o vi. - Suas palavras fazem meu estômago revirar. Nunca me submeteria a ter qualquer coisa com ele.

- Tudo bem então, eu me mudo pro seu quarto. - Digo, vendo seu olhar focar em mim. - Estou falando sério, eu me mudo pro seu quarto. - Repito.

- Então, teremos um acordo? - Ele alisa seu queixo.

- Sim. - Digo. - Solta ele agora, por favor. - Ele faz um sinal com a mão e vejo os seguranças abrindo a porta. Aviso Shelly vindo no corredor.

- Vem Shelly, vem. - Entro na sala, seu corpo fraco faz um estrondo no chão, ele tremia em choque com o chão gelado. Shelly cobre seu corpo nu, com um cobertor quente. Abraço seu corpo, tentando o esquentar.

- Oi Patrick, meu nome é Shelly... Eu vou cuidar de você, okay? - Ela diz a ele, enquanto eu me debulhava em lágrimas, vendo seu estado e tentando nem imaginar o que fizeram com ele, para o mesmo ficar quase irreconhecível desta maneira. Observo o mesmo ainda tremendo mas, assim que a Shelly o medica com uma seringa, seu corpo relaxa instantaneamente, ele estava com muita dor. Com a ajuda dos seguranças o levamos para o meu quarto, Shelly o limpou e cuidou de seus ferimentos.

- Quero falar com você. - Brandon segura meu braço, assim que saio do corredor.

- Brandon, agora não...

- Agora sim. - Ele me guiou até uma sala, com uma mesa grande, que deduzi ser seu escritório. Ele fecha a porta, o que me faz estremecer. - Você deveria ter pensado melhor.

- Dormir do seu lado, não significa ser sua garota. Eu estou fazendo isso pela vida do Patrick. - Ataquei o mesmo. - Você não vai tocar em mim.

- A não ser que você peça. - Ele diz, me olhando sentado em cima de sua mesa.

- Eu não vou pedir, Brandon... - Neguei com a cabeça. - Nunca.

- Temos um acordo então, a vida dele... Pela minha companhia. - Ele disse, me encarando.

- Tudo bem. - Concordo. - Posso sair agora? - Perguntei, indo até a porta.

- Nos encontramos no jantar. - Ele diz, abotoando seu terno, abro a porta indo diretamente pro meu quarto, ver como Patrick estava. Entro, vendo o mesmo dormindo, enquanto Shelly trocava seus curativos, a dor de vê-lo daquela maneira era petrificante.

- Ele está muito assustado, devem ter feito coisas horríveis com ele. - Shelly comenta, balanço a cabeça afastando pensamentos e hipóteses.

- Eu sei disso. - Concordei, me aproximando da cama, sentando na beirada. - Estamos aqui com você, tudo vai ficar bem.

- O que fez para o Brandon permitir isso? - Ela me olhou.

- Disse que me mudaria para o quarto dele. - Ela faz uma expressão de susto.

- Você está louca, Mia? E se ele fizer algo com você? - Ela me alertou.

- Ele não vai fazer, não vai. Na primeira tentativa, eu mato ele ou ele me mata. - Afirmei dando de ombros. - Não vou permitir que ele tire outra pessoa da minha vida e da vida do Aspen. - Neguei com a cabeça, ainda aterrorizada com o estado do homem em questão. Como conseguem ser tão cruéis?

- Você é completamente louca. - Ela disse negando com a cabeça. - E se ele te bater de novo, ou fazer pior.

- Shelly, não tem como voltar atrás, se eu recuar, é a vida de um dos meus melhores amigos que está em risco. - Afirmei.

- Eu só prezo pela sua vida. - Ela me conforta, concordo com a cabeça, olhando para o Patrick.

- Chegou a hora de eu retribuir pelo que ele fez por mim e pelo meu bebê. - Disse em um tom baixo.

A hora do jantar chegou e Matthew estava mancando, Alexia o ajudava. Eu, estava deprimida, temendo pela vida de Patrick, não queria de forma nenhuma sair de perto dele, com medo do que poderiam fazer pelas minhas costas:

- Eu não vou me juntar a vocês. - Digo me levantando da mesma, porém, Brandon me impede. - Eu não quero estar aqui, jantando com vocês. - Repeti, tentando me levantar.

- Matthew, tem algo a dizer. - Ele diz e bufo, rindo ironicamente. - O papai do ano, não adianta força-lo a pedir desculpas por tentar me matar, isso aqui não é o jantar de uma família feliz que se ama incondicionalmente. - Afirmo, me levantando. - Eu vou me juntar ao Patrick, não vou deixar de vê-lo, para que na primeira oportunidade, Matthew tente matar ele também. - Dou um sorrisinho falso.

- Mia. - Brandon bate forte na mesa.

- O que foi? Vai me espancar de novo? Quebrar mais algumas costelas? - Me virei para ele. - Com licença.. - Digo, indo em direção ao meu quarto. Entro, me acomodando na poltrona que havia de frente para a cama, o observando. Pego um cobertor, me ajeitando ali de frente para a cama. Os dias foram passando diante dos meus olhos, e eu não o deixava sozinho nem um minuto. A não ser para tomar banho e comer, rapidamente.

Shelly me pediu para baixar a guarda mas, não faria isso. Eu já estava bem, mas ficaria melhor ainda quando ele estivesse de fato recuperado. Enquanto os dias passavam pelo meu corpo fraco e oco, pensei em como Aspen estaria, e novamente a terrível questão se ele me entregou ou não. Se a resposta fosse sim, ele nunca apareceria, e pelo menos o melhor amiga dele está aqui. Se a resposta for não, por que Alexia mentiria, mesmo se importando comigo? Como ele deve estar agora? Será que ele acha que eu quis sumir com nosso filho?

- Mia? - Ouço a voz do Patrick.